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O Memorial Descritivo

Por:   •  6/5/2024  •  Trabalho acadêmico  •  3.856 Palavras (16 Páginas)  •  28 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE UBERABA

CÍNTIA FRANÇA ALVES

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PROPOSTA INTERDISCIPLINAR

Memorial acadêmico apresentado ao curso de Pedagogia em 28/04/2024 da Universidade de Uberaba como requisito para obtenção de diploma.

UBERLÂNDIA-MG

2024

INTRODUÇÃO

Meu nome é Cíntia França Alves, tenho 37 anos, sou solteira, nasci na cidade de Capinópolis-MG, porém vim residir em Uberlândia-MG quando tinha um ano de idade.

Sou filha de Marlene de Castro Alves França e Wilson França Alves (falecido). Quando fiz cinco anos, ganhei uma irmã que se casou recentemente.

A primeira escola que estudei (Escola Municipal Irmã Aparecida Monteiro) ficava em um bairro com uma população com uma condição socioeconômica precária. Além disso, o bairro era considerado perigoso por estar em uma região em que existia um intenso tráfico de drogas (Bairro Esperança em Uberlândia-MG). Fui para a escola aos cinco anos de idade e iniciei meus estudos no Jardim de Infância II. Minha professora, tia Leda, nos ensinou as letras do alfabeto, a juntar as letras, formar palavras, ler e escrever. Sai do Jardim de infância II sabendo ler e escrever em letra cursiva. Em menos de um ano, já estava alfabetizada.

Devido às condições difíceis da minha família, em casa não havia livros para ler, mas sempre fui curiosa e lia todos os rótulos de produtos que minha mãe comprava. Quando saia com meus pais, observava o mundo ao meu redor e lia os outdoors, panfletos entregues, jornais de supermercado e notícias das revistas das bancas de jornal.

Minha família não tinha muitos recursos financeiros, e como a escola ficava longe de minha casa, meus pais me colocaram em uma escola (Escola Municipal do Bairro Marta Helena, que hoje recebeu o nome de Escola Municipal Professor Thales de Assis Martins) perto de minha residência, porém a escola ficava em uma casa alugada em que não havia estrutura. Recordo que eu não gostava de ir para as aulas nesta escola porque a professora passava tarefas que eu já sabia fazer e que não eram estimulantes. Fui selecionada para escrever uma carta para o prefeito, solicitando a construção de uma escola municipal no bairro.

Nesta época, tinha crises de asma constantes, e assim, meu pai me retirou desta escola em que eu fazia o Pré-Escolar para no mesmo ano me colocar em outra escola (Escola Estadual Hortêncio Diniz) na primeira série. Estudei na primeira série por três meses até finalizar o ano escolar.

No ano seguinte, comecei em uma escola diferente (Escola Municipal do Bairro Nossa Senhora das Graças que posteriormente passou a se chamar Escola Municipal Professor Ladário Teixeira), em seu ano de inauguração, que assim como a primeira escola que havia estudado, também era longe de minha casa. Neste ano, iniciei os estudos na primeira série (meus pais decidiram assim), mas na metade do ano, a escola percebeu que eu poderia fazer a segunda série e desta forma, mudei novamente de ano e de turma. A tia Norma da segunda série era bem rígida e exigia da turma bastante disciplina. Havia um espaço reservado no quadro negro para colocar os nomes das crianças que conversassem em suas aulas.

De 1994 até a metade de 1995, continuei a estudar na Escola Municipal Ladário Teixeira. Porém, implantaram um projeto na escola chamado de “educação pela diferença” que não levava em conta as singularidades de cada aluno. Estava desmotivada e nesta época sofria bullying na escola.

Não contava aos meus pais sobre o bullying, até que um dia cheguei muito machucada em casa e meu pai decidiu me matricular em outra escola: a Escola Estadual Presidente Tancredo Neves.

No Tancredo, estudei até a oitava série. Foi nesta escola que fiz meus amigos que tenho até hoje, lugar em que criei vínculo com os professores e que minha mãe participava ativamente das reuniões e demais eventos. Guardo lembranças de minha professora de História que nos ensinava a estudar através de estudos dirigidos, da minha professora de matemática que era lúdica e passava autódromos em grupos para que pudéssemos realizar as atividades dentro de sala, da postura firme da diretora, dos lanches deliciosos que eram servidos no recreio, das brincadeiras com meus amigos.

Após terminar o ensino fundamental, fui estudar o ensino médio na Escola Estadual Messias Pedreiro. Muitos de meus colegas do ensino fundamental também foram para esta escola, mas cada um ficou em uma sala diferente. Estávamos acostumados a estudar na mesma sala todos os anos e este distanciamento foi um fato importante para nossa formação, para que pudéssemos conhecer pessoas diferentes. Foram três anos muito difíceis, com uma estrutura diferente da que eu estava acostumada. No primeiro ano, tive dificuldades em fazer novas amizades, em fazer vínculos com os professores, além da dificuldade nas disciplinas. Tirei meu primeiro vermelho juntamente com uma autoestima baixa. Apesar de todas as dificuldades, consegui passar para o próximo ano sem dever matérias e com o objetivo de deixar as dificuldades para trás.

No segundo colegial, o “Messias” enfrentou uma greve que durou três meses. Muitos alunos deixaram a escola para estudar em colégios particulares, mas devido minha condição financeira, permaneci na escola. Com uma sala reduzida, consegui fazer novas amizades e não existiam grupos separados. Toda a sala do “2º F” era unida, prestativa e harmônica. Conseguimos montar grupos de estudo que nos ajudava na preparação para o processo seletivo seriado (PAIES) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

No terceiro colegial, a sala se manteve com acréscimos de novos colegas. Continuamos a preparação para o PAIES e a realizar as atividades da escola. Tínhamos uma professora de matemática maravilhosa, Maria Botelho, que nos fazia acreditar em nossas potencialidades e acima de tudo a acreditar no ensino público.

O ensino médio foi marcado pela descoberta de algo extraordinário: o prazer pela leitura. A biblioteca do “Messias” contava com um bom acervo de livros didáticos e de literatura. Comecei a ler revistas que apesar de chegarem com uma semana de atraso (eram doações), passaram a fazer parte de minha rotina para conhecer um pouco sobre política, educação, entre outros assuntos. A bibliotecária reservava os livros que despertavam meu interesse (livros infanto-juvenis). A biblioteca era o “point da escola”, o melhor lugar para se conhecer pessoas de outras salas, para trocar informações.

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