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Ortodontia E Paciente Com Sindrome De Down

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Por:   •  15/3/2015  •  3.337 Palavras (14 Páginas)  •  590 Visualizações

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A Ortodontia e o paciente portador de Síndrome de Down

Vitória Aguirre Barion

Resumo A procura pelo atendimento odontológico pelo paciente portador de síndrome de Down é uma realidade cada vez mais crescente. A ortodontia tem importante papel na eliminação das características oclusais que contribuem para as limitações do paciente. Fatores como mordida aberta anterior, atresia de palato, mordida cruzada posterior e anterior, pseudomacroglossia, apinhamentos e giroversões, anodontias, agenesias e microdontias são algumas das manifestações mais comuns na maloclusão deste paciente, que em sua maioria possui padrão braquifacial e ainda desenvolvimento mandibular no sentido anti-horário.

Abstract The seek for the dental attendance for Down’s syndrom’s patient is increasing over time. Orthodontic care has an important job in the adjustment of occlusion characteristics that contributes for the limitations of these patients. Aspects as anterior open bite, palate atresis, crossed bite, macroglossia, crowding and dental rotation, anodontias, agenesis and microdontias are some of the most common manifestations of the patient’s occlusion, who also has braquifacial pattern and mandibular development in the counter-clockwise direction.

Palavras – chave: Ortodontia, Síndrome de Down, Maloclusão.

Key-words: Orthodontics, Downs syndrome ( mongolism), malocclusion

Introdução

Descrita pela primeira vez por Langdon Down em 1866, a síndrome de Down é uma doença congênita multissistêmica, geralmente caracterizada pela combinação de retardo mental e várias malformações físicas (GOSMAN et al , 1952) . Essa síndrome tem origem na fase de formação dos gametas (óvulo ou espermatozóide), ou logo após a fecundação, por separação inadequada dos cromossomos 21, respectivamente na meiose ou na mitose (Figura 1). Pode ocorrer de três maneiras: trissomia livre do cromossomo 21, translocação entre os cromossomos 21 e 14 e (ou) 21, 21 e 22 e por mosaicismo cromossômico.

A incidência é de 1/700 crianças nascidas vivas, e varia com a idade materna, independentemente da classe social ou raça. A taxa de mortalidade é mais elevada, principalmente devido a infecções do trato respiratório e das malformações cardíacas. (COELHO 1982).Trata-se de uma síndrome com importante comprometimento estético, já que segundo o mesmo autor, as anomalias faciais são caracterizadas por: hipotonia muscular, face achatada, orelhas displásicas, proeminentes, mal formadas, lóbulos pequenos ou ausentes, com implantação baixa. Pele abundante no pescoço, micrognatia, nariz pequeno e/ou ponte nasal achatada pequeno, curto, com ampla ponte nasal e parte óssea superior achatada. (Figura 2)

A procura pelo atendimento odontológico por esse paciente tornou-se uma realidade cada vez mais crescente, uma vez que características como hábito de ficar com a boca aberta e ato de babar estão presentes. (ALVES et al 2004) .Na medida em que esses fatores podem mobilizar sentimentos de compaixão, repulsa ou preconceito, ampliando ainda mais a rejeição social a esses indivíduos (SOARES, 2009), o profissional da odontologia vai além, atuando diretamente na inserção social deste paciente. É nesse contexto, a ortodontia possui papel fundamental.

Este trabalho objetiva, descrever as características bucais, faciais e da maloclusão presentes neste tipo de paciente, bem como orientar e preparar o profissional para encarar a ortodontia no portador de síndrome de Down como uma alternativa possível.

Características da maloclusão

É alta a prevalência de maloclusões em pacientes portadores de deficiências mentais e, segundo Ciamponi e Guaré (2000), isso está relacionada a distúrbios funcionais. Este fato apenas vem para somar o que, em meio a diversas outras disfunções, representa mais um fator de impacto na vida das pessoas com SD, promovendo inclusive discriminação quanto à aparência facial. Alterações verticais e/ou transversais da oclusão, como a mordida aberta e a mordida cruzada constituem grande parte dos acometimentos bucais presentes em pacientes com SD.

Segundo Santos et al. 2004, a maxila apresenta-se subdesenvolvida, com o terço médio da face retruído e a mandíbula normal, o que pode explicar a predominância de classe III de Angle nos portadores de Síndrome de Down.(figura 2, figura 8)

A retrusão maxilar, conforme afirmaram os autores, é dada pelo tamanho reduzido da maxila em relação à mandíbula, associado a uma musculatura deficiente da região do músculo orbicular dos lábios e dos músculos faciais, o que inviabiliza um selamento labial e leva a sialorréia. Além disso, uma língua hipotônica e protruída propicia desordens respiratórias e ortodônticas quadros mais comuns, e a ocorrência dessas maloclusões aumenta com o avanço da idade, quando o retardo de crescimento craniofacial, disfunção motora oral e hipotonicidade muscular orofacial generalizada parecem combinarem-se. (FERREIRA, 1998)

Os dentes do portador de SD contribuem para a instalação da maloclusão através de fatores como: Atraso na erupção dentária, seqüência de erupção alterada, agenesia, microdontia e anormalidades nas formas dos dentes. (SCULLY, C. 1976, COHEN, M. 1965) (figura 6). A microdontia, por sua vez, leva ao aparecimento de diastemas, podendo ser corrigidas por meio de tratamento restaurador ou mesmo intervenção ortodôntica (DESAI , 1997). O autor ressalta, no entanto, que casos de apinhamento também são comuns, sendo os dentes mais afetados os incisivos centrais, laterais e caninos.

Um estudo foi realizado por Ondarza e colaboradores (1993), para determinar o padrão de erupção da dentição permanente em uma amostra de indivíduos chilenos com síndrome de Down, comparada com a população chilena normal. Concluiu-se que alguns dentes podem erupcionar com um certo atraso, mantendo uma ordem ou seqüência de erupção mas que, no final, será similar aos indivíduos não-sindrômicos.

Outros autores argumentam que o atraso na erupção dentária em crianças Down poderia ser dependente da trissomia, mas a seqüência de erupção não parece ser influenciada. (ONDARZA et al 1993) (figura 3).

Vários

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