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Projeto político pedagógico

Por:   •  13/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.883 Palavras (8 Páginas)  •  232 Visualizações

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  1. INTRODUÇÃO

“A Escola é o lugar onde se faz amigos, não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos. Escola é sobretudo, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima. O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como colega, amigo, irmão. Nada de ilha cercada de gente por todos os lados” (Paulo Freire).

Como instituição social voltada para a educação, a escola tem como principais objetivos a instrução e formação do cidadão. Ela participa na formação da personalidade e caráter do indivíduo, colaborando com a sua vida sociocultural. Entretanto, estes objetivos podem ser alcançados com melhor qualidade quando integrados aos objetivos administrativos e uma gestão democrática. Pensar em escola e educação é pensar em qualidade de ensino e de serviços prestados à sociedade em constante transformação. Sendo assim, a elaboração de um projeto político-pedagógico, torna-se de extrema importância para a instituição escolar, considerando-se que deve envolver toda a sua comunidade – interna e externa. Nesse sentido, é possível perceber que este projeto faz parte de uma construção coletiva e deve buscar consolidar os ideais de uma escola democrática, inclusiva e abrangente, indicando a direção, o norte, os rumos para a instituição de ensino.

A seguir, abordaremos a compreensão da importância, estrutura, organização e da elaboração de forma coerente e participativa deste projeto, vindo a contribuir para uma educação mais eficaz, bem como diminuir ou sanar alguns desafios educativos que a instituição lida no dia a dia.


  1. DESENVOLVIMENTO

Fazendo uma retrospecção do nosso passado, vamos perceber perfeitamente que os Gregos foram os que primeiro trataram e refletiram acerca do mecanismo educacional, e há evidências de que eles tenham sido os primeiros a relacionarem o político com o pedagógico. A política para eles é possuidora de uma conotação distinta da política atual, pois ela visa a boa formação e a felicidade de todo e qualquer cidadão.

No Brasil, a elaboração dos projetos político-pedagógicos foi intensificada após a publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), onde ele é conceituado como peça fundamental no planejamento das instituições de ensino em seus vários níveis e modalidades. É um documento democrático, dinâmico e contínuo de reflexão, é elaborado coletivamente pela escola em sua unidade e deverá contemplar a parceria de toda a comunidade.

Visto como um elo de ligação de suma importância, une a direção, professores, equipe escolar, alunos e seus familiares com o objetivo de diagnosticar as necessidades da instituição e direcionar suas ações e intenções de melhorar cada vez mais, tornando uma ferramenta de apoio, como uma bússola para todos os integrantes da organização escolar. Não é uma ação que se ergue na individualidade de alguns membros da instituição de ensino, e sim, devem participar dessa construção todos os que estão inseridos no contexto social em que a escola se faz presente. Demonstra o que a escola idealiza, suas metas, seus objetivos e suas estratégias permanentes para atingi-los, tanto nas atividades pedagógicas, como nas funções administrativas. Pode contribuir para a qualidade dos serviços oferecidos na escola a partir do momento que é pensado e executado de maneira correta, sendo preciso ser encarado como instrumento de transformação. Comtempla o planejamento e a gestão escolar, expressando a capacidade de se transferir o planejado para a ação, em um movimento constante de reflexão-ação-reflexão.

De acordo com Vasconcellos, no livro Coordenação do trabalho pedagógico, do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula, toda a comunidade escolar deve estar envolvida na elaboração desse documento, participando democraticamente, expressando suas opiniões, sabendo ouvir e respeitar as opiniões e decisões coletivas. Ainda para Vasconcellos (1995), o projeto político-pedagógico “é um instrumento que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa (p. 143)”.

O projeto político-pedagógico vem para fomentar a discussão e a reflexão sobre qual modelo de escola queremos: participativa e comprometida com a relação sociedade-escola ou impositiva, que já tem métodos de ensino-aprendizagem definidos pelos modelos cartilhados. Identificá-lo como ferramenta facilitadora no processo da construção do conhecimento e projetá-lo como intencionalidade educativa é de grande valor no princípio da organização social, cultural e educativa da comunidade. Por isso, é sempre um processo inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade que permanece como horizonte da escola. Deve ser consultado, revisto, avaliado e reformulado constantemente, de acordo com as novas demandas que irão surgindo no contexto educacional. É preciso compreender que o projeto político-pedagógico jamais estará pronto, acabado, pois faz parte de um processo constante de “construção-reflexão-reconstrução” (Marcelle Zerbini).

É importante lembrar, pelas palavras de Gadotti, que “todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projeto significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. [...]. As promessas tornam visíveis os campos de ações possíveis, comprometendo seus atores e autores (1994, p.579)”.

Sua elaboração deverá refletir a realidade da instituição, direcionando todas as ações e buscando compreender o significado e o processo amplos, pois vai muito além de um simples agrupamento de planos e diretrizes. Não é algo construído e em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades como prova do cumprimento de tarefas burocráticas.

Segundo Severino (1998), para que se possa falar de um projeto impregnado por uma intencionalidade significadora, “impõe-se que toda comunidade escolar seja efetivamente envolvida na construção e explicitação dessa mesma intencionalidade (p. 89)” e para Nogaro, a ausência deste projeto impossibilita o desenvolvimento educacional de toda e qualquer escola.

Verifica-se que é somente através da prática do projeto em questão no dia a dia da escola, como sendo o instrumento balizador para o fazer educativo, dando direção à gestão e às atividades educacionais, que o projeto produzirá bons frutos, agregando valores e respeito na organização escolar por parte de todos.

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