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Compreender a história natural do câncer

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Por:   •  12/3/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  5.736 Palavras (23 Páginas)  •  256 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que tem em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.

O câncer é uma das doenças mais temidas do mundo inteiro. Grande parte desse medo é causado pela ausência de tratamento efetivo para maioria dos tumores metastáticos inoperáveis. Felizmente, houve algum progresso em relação à terapia ao longo das últimas quatro décadas. Avanços nas técnicas cirúrgicas, na radioterapia e na quimioterapia elevaram a sobrevivência a partir de meados do século 20. Parece, no entanto, que se atingiu um platô com o uso dessas modalidades, assim, as novas estratégias (como moduladores biológicos e a imunoterapia), para combater doenças neoplásicas no novo milênio, certamente terão como base a melhor compreensão da biologia da história natural da doença.

Os profissionais do setor de saúde costumam enfrentar decisões difíceis relativas a detecção, prognóstico e ao tratamento adequado e eficaz para o câncer. Podemos, por exemplo, escolher acompanhar um câncer de mama de 0,8cm (T1N0M0) depois da cirurgia, e administrar quimioterapia adjuvante a um paciente com uma massa de 6,0 cm (T3N0M0) primário. Essa decisão esta baseada na compreensão da biologia do câncer, que leva em conta muitos fatores importantes (tamanho, grau, histologia, invasão estromal etc.). O fato de conhecer e prever o comportamento biológico de um câncer é o que nos permite decidir sobre a conduta mais adequada. Infelizmente, às vezes, um tumor T1N0M0 terá evolução muito pior que um câncer T3N0M0, o que ilustra as complexidades envolvidas na análise dos fatores preditivos e a necessidade de entender melhor a biologia tumoral.

Cirurgiões, radioterapeutas e oncologistas precisam entender a história natural dos cânceres para oferecer terapias adequadas. Além disso, assistentes sociais, psiquiatras e enfermeiros também precisam compreender a historia natural do câncer para lidar de forma apropriada com as complexidades da doença.

A compreensão da história natural do câncer facilita a compreensão da biologia do mesmo, que por sua vez é necessária para prevenção e tratamento. As neoplasias são mais freqüentes nos muitos jovens ou nos idosos, mas, em geral, a incidência de câncer aumenta com a idade. Estima-se que, aos 85 anos de idade, a incidência aproxime-se de 2.500 casos por 100.000 pessoas. Além disso, a incidência de determinado câncer também aumenta com a exposição a agentes carcinogênicos como fumaça de cigarro, compostos químicos e radiação. Outros fatores ambientais também devem ter papel importante, já que a prevalência de certos tipos de câncer varia de pais para pais (por exemplo, o câncer de colón nos países ocidentais, o câncer gástrico no Japão, o câncer de nasofaringe no sul da china e o câncer oral na índia), estudos com imigrantes vindos desses países revelam incidências ajustadas. Por último, sabemos que os genes são importantes, pois determinadas mutações estão associadas a um maior risco pra cânceres específicos.

Dado que a idade, exposição a fatores ambientais e a genética são relevantes, dois conceitos relativos ao desenvolvimento do câncer, tem que ser verdadeiros: (1) o câncer tem de ter um período de latência longo e (2) devem haver estágios múltiplos no processo da carcinogênese. Assim, é possível inferir que é necessário muito tempo para um câncer se desenvolver, sendo o período médio em adultos de aproximadamente 20 anos (da célula normal até a visualização da doença neoplásica). Esse desenvolvimento já foi bem caracterizado em determinados cânceres (como o de cólon, mama e colo do útero), com as lesões pré-cancerosas apresentando hiperplasia, depois metaplasia ou displasia. Essas lesões podem, então, transformar-se em carcinomas in situ, invasivos inicial e, finalmente, metástico. Essa evolução tem implicações relativas à detecção do câncer e, portanto, compõe a base de nossas recomendações atuais para exames de rastreamento. O processo multiestadiado do desenvolvimento do câncer indica que mudanças seqüenciais específicas ocorrem durante a evolução da doença. Conquanto a genética possa dar início a esse processo, a partir de uma etapa mais tardia, são os fatores ambientais que completam a carcinogênese, como os fatores ambientais são eventos potencialmente controláveis, estes tem sido um foco importante na prevenção do câncer. Fica claro que uma compreensão da biologia do tumor é importante tanto na prática clínica como na epidemiologia do câncer.

1.1 TIPOS DE CÂNCER

1.1.1 Linfomas

É denominado linfoma todo tipo de câncer que afeta o sistema linfático. O tumor tem início quando há uma multiplicação desordenada das células do sangue relacionadas ao sistema imunológico (linfócitos), aumentando o excesso de tecido e dando origem ao tumor. Os Linfomas são classificados em dois principais grupos:

• Linfoma de Hodgkin ou doença de Hodgkin

• Linfoma não Hodgkin

1.1.2 Leucemias

Leucemia é uma doença que se caracteriza pelo acúmulo de células anormais, que não completaram a sua maturação na medula óssea.

É na medula onde se formam as células sanguíneas. Essas células são diferentes no aspecto e não funcionam normalmente.

A presença das células anormais prejudica ou impede a formação na medula, dos glóbulos brancos (responsável pela defesa do organismo contra infecções), glóbulos vermelhos (que levam oxigênio dos pulmões para abastecer os tecidos) e plaquetas (células especializadas em estancar sangramentos).

Daí o aparecimento dos principais sintomas: anemia, infecções e hemorragias. A leucemia progride rapidamente e o tratamento deve ser iniciado imediatamente após o diagnóstico.

Podemos classificar a leucemia em basicamente dois tipos: mielóide e linfóide.

• Leucemia linfóide:É o tipo mais comum em crianças correspondendo a 75% das ocorrências. Conta com alto índice de cura que chega a 80% dos casos.

• Leucemia mielóide. Menos comum em crianças com índice de ocorrência em torno de 25% do total de casos de leucemia infantil.

1.1.3 Tumores do Sistema Nervoso Central

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