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Ética E Humanização

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Por:   •  31/5/2014  •  1.293 Palavras (6 Páginas)  •  1.626 Visualizações

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Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR

CAPÍTULO 1

A ÉTICA E HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

1. Ética

Toda pessoa é dotada de uma consciência moral que a faz distinguir entre o certo e

o errado, entre o bem e o mal, capacitando-a a avaliar suas ações no contexto a que é solicitado,

ou seja, é capaz de nortear suas atitudes pela ética, a qual pode-se dizer é um

conjunto de valores, que se tornam deveres em determinadas culturas ou grupos, sendo

expressos em ações.

A ética é, normalmente, uma norma de cunho moral que obriga a conduta de uma

determinada pessoa, sob pena de sanção específica, mas pode também regulamentar o

comportamento de um grupo particular de pessoas, como, por exemplo, bombeiros, policiais,

médicos, enfermeiros, etc. A partir deste momento, estamos nos referindo à ética profissional,

mais conhecida como deontologia, que caracteriza-se como conjunto de normas

ou princípios que têm por fim orientar as relações profissionais entre pares, destes com os

cidadãos, com sua guarnição de serviço, com as instituições a que servem, entre outros.

Como a sua margem de aplicação é limitada ao círculo profissional, faz com que estas

normas sejam mais específicas e objetivas, gerando o advento dos Códigos de Ética elaborados

por associações de classe, como, por exemplo, o Código de Ética Médica Brasileiro.

No caso do Corpo de Bombeiros do Paraná, o Decreto Estadual nº 5.075/98 (Regulamento

de Ética Profissional dos Militares Estaduais do Paraná), prescreve em seu artigo

5º, que a “... deontologia militar é constituída pelo elenco de valores e deveres éticos, traduzidos

em normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão militar

atinja plenamente os ideais de realização do bem comum, através da preservação da ordem

pública.” Assim como a atividade do médico e do enfermeiro possuem codificações

próprias, o bombeiro militar também tem sua conduta pesada em Código próprio, que o

obriga a prestar seu serviço de atendimento pré-hospitalar calcado em valores e deveres

militares, não menos importantes, que o dos códigos dos profissionais de saúde.

Ao longo do Curso de Socorristas, são ensinadas normas técnicas que indicam

fórmulas do fazer, que são apenas meios de capacitação, levando o homem a atingir resultados.

Todavia a técnica não deve perder sua correlação natural com as normas éticas,

que atenuam o sofrimento da vítima e humanizam o atendimento.

O socorrista deve saber equilibrar os dois pratos da balança que formam seu caráter

profissional: o lado técnico e o lado emocional. Caso haja uma prevalência de qualquer

um dos lados, o atendimento pode ser comprometido tanto pelo lado humano, quan-

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Ética e Humanização

to pelo lado científico. O bombeiro militar que tenha completo domínio do atendimento

pré-hospitalar, mas que não tenha o discernimento necessário para atuar com atenção especial

nos casos que assim requeiram, não possui o caráter ético-profissional para ser socorrista.

O mesmo se aplica àquele que possua um equilíbrio emocional e não saiba as

técnicas pré-hospitalares.

Para um atendimento pré-hospitalar satisfatório o socorrista deve possuir, além do

equilíbrio emocional e da competência técnico-científica, uma competência ética, fundamental

para a humanização do serviço.

A competência ética no atendimento pré-hospitalar é formada por quatro vertentes

de relacionamento, sendo elas:

● Socorrista e outros militares;

● Socorrista e profissionais de saúde;

● Socorrista e vítima;

● Socorrista e parentes/conhecidos/outros envolvidos.

As relações dos socorristas com outros militares e profissionais de saúde não trazem

muitos problemas, pois a formação militar facilita o relacionamento. Resta-nos analisar

e fundamentar os princípios para um relacionamento ético entre bombeiros e vítimas,

e bombeiros e parentes/conhecidos/outros envolvidos no trauma. Estes dois tipos de relacionamentos

estão baseados em três princípios fundamentais:

● Respeito à pessoa;

● Solidariedade;

● Sentimento do dever cumprido.

Tendo por base estas três premissas, o socorrista saberá pautar suas atitudes e

considerar as alterações emocionais decorrentes do trauma. Não se deixará influenciar

pela conduta social da vítima incorrendo num julgamento errôneo (fará um atendimento

imparcial), atentará para os cuidados com a exposição da vítima, terá atenção especial

com crianças, e terá a seriedade como base para uma postura profissional que se espera.

Um

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