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Variação anatômica das artéria carótida

Por:   •  21/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  5.204 Palavras (21 Páginas)  •  1.186 Visualizações

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ARTIGO I: VARIAÇÃO NAS RAMIFICAÇÕES PADRÃO DA ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA: RELATO DE CASO

A artéria carótida externa possui sistemas de irrigação nas regiões da face, couro cabeludo, porção superior da glândula tireóide e parte da dura-máter encefálica. A artéria e seus ramos podem sofrer variações. O conhecimento sobre as variações é de grande importância nos procedimentos cirúrgicos e radiologia. O estudo radiológico da artéria carótida externa é essencial para a angiografia no diagnóstico de lesões que afetam as porções de irrigação como o pescoço e a face. As anormalidades mais diagnosticadas são tumores, más formações vasculares ou doenças ósseas. As cirurgias maxilofaciais implicam manipulações cirúrgicas em grande parte da carótida externa e suas ramificações, especialmente a artéria facial. Portanto, é necessário compreender a anatomia para realizar cirurgias sem sangramentos desnecessários e complicações pós-operatórias.

RELATO DE CASO:

Uma variação incomum na ramificação padrão da artéria carótida externa foi encontrada em um cadáver após dissecação. Observou-se uma agenesia da artéria lingual e hipoplasia (diminuição numérica na formação do vaso) da artéria facial, sendo que havia uma artéria facial transversa de espessura considerável saindo da artéria carótida externa.

A artéria carótida comum direita bifurca-se nos seus ramos terminais no nível da terceira vértebra cervical. A artéria faríngea ascendente é o primeiro ramo a se originar do aspecto mediano da artéria carótida comum direita. A artéria, posteriormente, oferece três ramos no seu aspecto anterior:

  1. O primeiro ramo anterior é originado abaixo do corno maior do osso hióide e vai em direção a glândula tireóide que passa a se chamar artéria tireóidea superior.
  2. O segundo ramo anterior é originado acima do corno maior do osso hióide e vai em direção à glândula submandibular, onde está a artéria facial acometida por hipoplasia. O vaso, após crescer na extremidade posterior da glândula submandibular, inicia um percurso mais profundo. Segue sobre a parte profunda da glândula submandibular e seu ducto atrás da porção posterior do músculo milo-hióideo.
  3. O terceiro ramo anterior direciona-se à artéria facial transversal na região massetérica. Este, posiciona-se superficialmente para o músculo masseter abaixo do arco zigomático e segue o ducto parotídeo para seu orifício. A artéria occipital surge da face posterior da artéria carótida externa entre as origens das duas artérias, a artéria facial transversal e a artéria facial hipoplásica. A artéria carótida externa, então, dá origem a artéria auricular posterior e finalmente é dividida em dois ramos: artéria maxilar e artérias temporais superficiais. Encontrou-se uma variação unilateral e as outras anomalias vasculares não foram observadas.

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DISCUSSÃO:

A artéria carótida externa integra o sistema de irrigação de muitas estruturas como cabeça, pescoço, face, dentre outras. A diferenciação de um determinado número de ramos de um tronco implica em uma restrição anatômica, já que os ramos podem apresentar uma origem comum. Ou, em alguns casos, o ramo pode ser hipoplásico ou ausente.

REVISÃO DE LITERATURA:

Pesquisas anteriores relataram um percentual de variantes no padrão da artéria carótida externa com base em 113 amostras dissecações (Aaron C, et al. 1970). Ele relatou presença de troncos comuns entre as artérias lingual e facial (20% dos casos); tireóidea superior e lingual (5,9%); tireóidea, lingual e facial (2,7%) e outras divisões nas respectivas dissecações. Baar R. et ai. 2004 descreveu o curso da artéria facial transversal com base na dissecação de 20 cadáveres. Observou-se sua relação com a fossa mandibular, tubérculo articular, arco zigomático, ducto da parótida e artéria maxilar. Zumre O. et ai. 2005 estudou a bifurcação aos níveis da carótida comum e observou variações dos ramos da carótida externa em fetos. Os resultados não mostraram distribuições igualitárias. Além dos troncos que foram observados por Aaron, foi apresentado um outro tronco entre a artéria occipital e a artéria auricular posterior e ainda uma origem incomum da artéria faríngea pela artéria carótida interna.Tubbs R. S. et al 2005 relatou um caso de agenesia unilateral da artéria facial com compensação por uma artéria facial transversal com tamanho muito considerável.

AVINASH, Madhuri; TILAK, Mahendrakar. Variation In The Branching Pattern Of External Carotid Artery :A Case Report. Municipal Medical College and General Hospital, Sion, Mumbai. Disponívelem: http://medind.nic.in/jae/t07/i2/jaet07i2p47.pdf

ARTIGO II: ESTUDO ANATÔMICO DAS VARIAÇÕES DA ARTÉRIA FACIAL                

Os estudos do artigo foram feitos em 12 cadáveres peruanos (10 homens e 2 mulheres) que foram dissecados manualmente e observados microscopicamente e macroscopicamente pelo autor.

        Existe um padrão clássico descrito pela maioria dos anatomistas que descreve a artéria facial da seguinte maneira: trata-se de distribuição da artéria carótida externa que entra na face ao nível da intersecção entre a aresta inferior da maxila com a extremidade da frente do músculo masseter. Em seguida, sobe medialmente para terminar na borda interna variável do nível do olho com a artéria angular, fazendo anastomose com ramos da artéria oftálmica.

        No entanto, descobriu-se que a forma mais comum de terminação da artéria facial é através dos ramos labiais nasais superior e laterais. Isto é chamado padrão nasal da artéria facial. Há outras variantes menos comuns do curso da artéria facial, como duplicação, ausência, etc.

        A veia facial tem um curso separado da artéria de um plano mais profundo e lateral. A perfuração da pele são ramos arteriais e venosos que vêm de grandes troncos vasculares e, em seguida, percorrem os tecidos circundantes e são dirigidas para a superfície da pele.

        Assim, um número variável de ramos perfurantes cutâneos originam-se no decurso da artéria facial e fornecem irrigação para a pele do rosto. Atualmente, a cirurgia reconstrutiva tem enfatizado o uso de retalhos baseados nestas perfurantes, para evitar sacrificar os principais ramos vasculares. A cirurgia reconstrutiva da cabeça requer técnicas cirúrgicas seguras e com base no conhecimento detalhado da anatomia regional.

EXEMPLO DE CASO CLÍNICO:

        Estes casos foram operados pelo autor na Clínica Tezza em Lima, Peru, em março de 2007 a agosto de 2009 em pacientes que compareceram à consulta de cirurgia plástica.

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