SET E SELEÇÃO
Tese: SET E SELEÇÃO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: ceia2014 • 29/9/2014 • Tese • 1.421 Palavras (6 Páginas) • 403 Visualizações
RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
O recrutamento vem sendo observado assim que se iniciou a organização dos povos, onde começou a existir uma preocupação em avaliar as pessoas com a intenção de escolher as mais aptas para executar atividades específicas. Tanto no mundo antigo, quanto na idade moderna esses processos estavam direcionados principalmente para as forças militares, sendo que o principal critério para a avaliação das pessoas residia em aspectos anatômicos, como os de compleição e força física. Esta tendência só começa a mudar com a Revolução Industrial, no século XVIII.
Os meios de produção do mundo ocidental, preponderantemente agrícola, a partir do século XVIII passam por uma transformação, sendo que é deflagrado, nesta época, um surto de industrialização. Esse movimento cria a necessidade de se realizarem estudos sobre as organizações, destacando-se o pensamento econômico de Adam Smith. Os estudos realizados neste período direcionavam-se principalmente para a sistematização de mecanismos capazes de promover maior eficiência e produtividade, devido a concorrência e competição que cresciam rapidamente.
A maior característica da Revolução Industrial no que tange ao mundo do trabalho é a fragmentação de tarefas, estudada por diversos pensadores marxistas, e que tem como conseqüência a alienação do trabalhador, que não via o resultado de seu trabalho, dominando apenas parte de um todo. Este modelo tinha como foco a otimização da execução do trabalho, destacando-se a individualização do posto de trabalho, o tempo-padrão e a separação das tarefas, com o objetivo de alcançar maior eficiência.
conseqüência desta prática para o processo de recrutamento e seleção é que ele passa a ser determinado pelas demandas específicas das tarefas a serem realizadas na organização, baseando-se na qualificação e na especialização do segmento operacional. Emerge, neste período, uma nova classe de operários, que eram recrutados, na maioria das vezes, por meio de forças coercitivas, para ocupar cargos de baixos escalões. Em alguns momentos, observa-se, inclusive a imposição escravocrata.
Como conseqüência deste movimento surge a administração científica, representada principalmente por Frederick Winslow Taylor (1856-1915) e Jules Henri Fayol (1841-1925), que acreditavam na possibilidade de se alcançar maior produtividade no trabalho através de estudos sobre a eficiência organizacional, sobretudo no nível operacional. Porém Taylor critica a administração das organizações centrada apenas na operacionalização, refletindo sobre a importância dos recursos humanos.
No que tange ao processo de recrutamento e seleção, Taylor destaca o desequilíbrio entre a oferta e a procura de pessoal qualificado e a demanda de funcionários melhores e mais capazes, bem como a necessidade de se capacitação e treinamento dos colaboradores efetivos. Neste momento surge a necessidade de maiores estudos acerca dos processos de recrutamento, seleção e treinamento.
Nessa mesma época Taylor inclui a seleção de pessoal entre os quatro princípios da administração científica: desenvolvimento de uma verdadeira ciência; seleção científica do trabalhador; sua instrução e treinamento específico; cooperação íntima e cordial entre a direção e os trabalhadores. A seleção, agora como parte integrante da administração entende que o candidato a ser admitido deve ser aquele que possui aptidões compatíveis com a tarefa a ser executada por ele, o que resultará em maior produtividade e aumento de lucros para a organização. Dessa forma os requisitos básicos do profissional requerido são definidos com maior clareza e o critério das habilidades requeridas soma-se definitivamente ao da força física.
Apesar de Taylor ter ressaltado a importância do processo seletivo, foi a partir de Fayol, com a publicação de Administração industrial e geral, em 1915, que os conceitos de recrutamento e seleção se definiram como campos próprios e significativos numa organização. Este autor voltou seus estudos para a questão organizacional de uma forma mais ampla, onde os conhecimentos relacionados a administração não deveria ser um privilégio apenas dos gestores, mas ser repartida entre todos os funcionários. Assim, Fayol elaborou um quadro onde avaliava a importância das capacidades que constituem o valor do pessoal da empresa, para vários cargos; o que constitui-se na primeira aparição da idéia de competências, tão utilizada nas práticas de recrutamento e seleção atuais.
Fayol também foi pioneiro ao preocupar-se especificamente com as relações humanas nas organizações, mas a questão comportamental ainda era tida em um plano amplo, apreendida somente sob a perspectiva do funcionamento global da organização. Esta tendência traz para o processo seletivo a preocupação em escolher candidatos que possuíssem a capacidade de se submeter às regras impostas pela empresa, sem criar conflitos.
Até este momento, apesar de haver uma admissão a respeito da importância das relações humanas nas empresas, o trabalho ainda era “desumanizado”, sendo que os trabalhadores deveriam se submeter aos métodos científicos. Somente a partir da década de 20 do século passado é que começam a surgir as primeiras preocupações com os aspectos humanos nas organizações, com o início da escola de relações humanas.
Neste período destaca-se Elton Mayo, cujos estudos incluíram desde o exame das influências físicas e ambientais no trabalho, até as perspectivas psicológicas (1927 e 1932). Destes estudos Mayo conclui que a produtividade de uma organização é mais determinada pela integração social do que pela capacidade física dos operários e dos ambientes de trabalho, destacando três aspectos que deveriam ser enfatizados pelos gestores: a importância do espírito de grupo; a necessidade de se dar status às pessoas; o estilo de
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