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SOOT BIOTA

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Por:   •  22/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  6.507 Palavras (27 Páginas)  •  203 Visualizações

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BIOTA DO SOLO

1. Introdução

Pode-se conceituar o solo como sendo a massa terrosa que recobre as superfícies emersas da crosta terrestre, em contato permanente ou sazonal com a atmosfera, produto da alteração direta ou indireta de rochas, cuja espessura pode variar de alguns centímetros a dezenas de metros e é interrompido apenas por afloramentos destas ou corpos líquidos. O conhecimento do solo é de grande importância para o planejamento das atividades humanas. Do ponto de vista ecológico, o solo representa o substrato que fornece os nutrientes e água que são essenciais para o desenvolvimento das plantas e animais que habitam o solo ou dependem diretamente dele. É no interior do solo e sobre ele que se desenvolve a maior parte da vida encontrada nos ecossistemas terrestres.

O solo é responsável ainda por exercer um papel de filtro das águas pluviais ou servidas e pode conduzi-las em profundidade, até o nível freático, contribuindo para recarregá-lo. Dessa recarga sazonal ou permanente dependem as nascentes dos rios. Ao percolar dentro do solo essas águas podem ser enriquecidas de elementos dissolvidos e/ou de partículas, promovendo sua remoção de posições superiores, para posições mais profundas, podendo formar novos horizontes de solo e conduzir elementos até o freático. O solo integra assim o ciclo da água. Também o do Carbono e do Nitrogênio.

O solo é ainda o suporte essencial da maioria das atividades humanas, como por exemplo, agricultura, indústria, urbanização e circulação, além de servir como matéria prima para a construção civil, como aterros, estradas, edificações e barragens, dentre outros. Assim, o solo é um recurso natural de relevante importância.

Os fatores de formação do solo são: substrato geológico, relevo, clima, organismos e tempo.

O substrato é o material de origem dos solos, o qual pode ser mais ou menos resistentes aos processos de alteração. O relevo condiciona os fluxos hídricos dentro e fora do solo, principalmente devido à declividade, formas e desnível da topografia. O clima age através principalmente da temperatura e da umidade, sem o que o substrato não se alteraria. O tempo é o prazo necessário para que os processos se desenvolvam e levem à formação do solo. Os organismos, foco deste texto, agem de diferentes maneiras, dentro e fora do solo. Os que vivem no solo são de grande importância para a diferenciação e atividade biogeoquímica dos seus perfis, desde sua formação. Sem organismos não haveria solo. Constituem a Biota do solo, a qual contribui para o funcionamento global do ecossistema.

2. Os organismos do solo

A comunidade de organismos do solo é marcada pela sua complexidade tanto em termos quantitativos quanto em tipos de organismos, podendo ser encontrada com grande diversidade genética e funcional.

Os organismos do solo conhecidos também como fauna e flora edáfica compreendem (a) microrganismos (ou microflora e microfauna); (b) vegetais superiores (macroflora); (c) animais (macrofauna); e (d) homem.

Diversos fatores afetam os organismos de solo, por isso suas populações são extremamente variáveis, dependendo do tipo do solo, da vegetação e das condições climáticas. Assim, grandes variações podem ser encontradas entre ecossistemas distintos numa mesma região. Além disso, a grande variabilidade dos micro-habitats com seus respectivos microambientes permite a coexistência de organismos com características bastante distintas.

2.1 Os microorganismos

Os microrganismos distinguem-se em algas, bactérias e fungos. Eles desempenham como função principal, o início da decomposição dos restos dos vegetais e animais, contribuindo para a formação do húmus, que se acumula principalmente no horizonte mais superficial do solo (A). Os produtos dessa decomposição também promovem a união das partículas primárias do solo, ajudando a formar os agregados que compõem a estrutura do solo (quadro 1). Estima-se que, em um grama de material do solo retirado do horizonte A, existam entre cem milhões a dois bilhões desses microorganismos benéficos.

A microbiota dos solos é responsável por transformações fundamentais nos ciclos biogeoquímicos, reciclando a matéria orgânica, degradando xenobiontes, fixando N2 atmosférico e produzindo gases relacionados ao efeito estufa, entre outras transformações conhecidas e muitas ainda por serem descobertas. A microbiota também está associada à formação e manutenção da estabilidade dos agregados, pela produção de proteínas e polissacarídeos extracelulares, e pode ser fator determinante no controle da diversidade vegetal e de outros organismos que vivem acima do solo.

Os organismos do solo interferem em diferentes níveis na formação de agregados do solo que influenciam por sua vez nas propriedades físicas, químicas e biológicas.

O processo de agregação do solo é bastante complexo e envolve a ação de fatores abióticos e bióticos. Os organismos exercem uma ação física na adesão entre as partículas, atuando como ligantes físicos e produzindo agentes colantes, agregantes ou cimentantes, como polissacarídeos de alta viscosidade e substâncias húmicas, que se acumulam como resultado da ação dos organismos heterotróficos sobre a matéria orgânica do solo (Quadro 2).

Em solos com cobertura vegetal, os macroagregados são estabilizados pelas raízes e hifas, e estas geralmente associadas. As hifas se encontram em quantidades variando de 1 a 50 m por grama de solo, sendo cobertas por polissacarídeos extracelulares; ocupam os poros formados entre os microagregados, estabilizando, assim, os macroagregados.

Enquanto a contribuição dos fatores abióticos na agregação do solo aumenta com a diminuição da granulometria das partículas do solo, a dos bióticos diminui. Em solos argilosos, portanto, a contribuição relativa dos microrganismos é geralmente pequena. Todos os grupos de microrganismos atuam nesse processo, porém de modo muito diferenciado. Em geral, a ação dos microrganismos decresce na ordem: fungos > actinomicetos > bactérias produtoras de polissacarídeos extracelulares > leveduras > maioria das bactérias.

2.2. Os vegetais superiores

Os vegetais atuam direta e indiretamente na formação do solo. A ação direta consiste, principalmente, na penetração do sistema radicular em fendas das rochas, onde tanto com a pressão exercida pelo crescimento, como pelas excreções orgânicas, vão acelerar o intemperismo. A esse respeito, sabe-se que ajudam os liquens, musgos e outros vegetais inferiores a viver diretamente

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