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DE EMPREENDEDOR A EMPRESÁRIO

Por:   •  27/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  899 Palavras (4 Páginas)  •  193 Visualizações

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DE  EMPREENDEDOR A EMPRESÁRIO

 

    Um grave equívoco continua sendo cometido no tratamento dos processos de internacionalização das empresas de controle nacional. Muito se fala da necessidade e urgência em profissionalizar a gestão dessas empresas.

  Mas não está aí o grande desafio. O que adianta uma gestão profissionalizada sob o comando de sócios-herdeiros que continuam pensando e agindo com a mentalidade de  donos, e não de sócios?  Não existe  empresa  internacional  sem que seus controladores também se internacionalizem.

 

  O grande risco que correm  muitos desses grupos, especialmente aqueles acostumados com  uma conduta monopolista, é  serem “engolidos” pela concorrência enquanto discutem questões domésticas e mesquinhas, pela incapacidade de raciocinarem  como sociedades pulverizadas ou  cada vez divididas por conflitos de poder e emoção.  Teremos então empresas do Primeiro Mundo com sócios ou herdeiros mantendo a mentalidade e os  conflitos do Terceiro Mundo.

 

  As condições e os interesses dos grupos internacionais no Brasil já estão definidos de longa data Segmentos como alimentos, bebidas, autopeças, química básica, varejo e produtos de alto consumo popular já sentiram na pele esse processo. Agora estão na  “mira” empresas financeiras, de serviços, entretenimentos, varejo, ensino, saúde e assim por diante. A tática continua a mesma: acompanhar empresas familiares em fase de  conflito de sucessão societária para  adquirir seu controle de  forma gradativa ou  imediata. Enquanto  tudo isso  pode ser confirmado pelo número  crescente de fusões, incorporações, cisões e novos controladores, muitos grupos familiares continuam mantendo uma orientação equivocada. Ou seja, estão concentradamente preocupados em internacionalizar apenas sua gestão.

 

  Os herdeiros não parecem ser uma prioridade aos olhos dos  fundadores. Por isso, mesmo alguns fundadores imaginam que tudo  se resolverá com um “testamento”  bem elaborado por algum brilhante jurista. Ou, quem sabe, pela criação de uma holding milagrosa que impedirá a destruição do negócio ou a perda do seu controle.  Isso é um grande equívoco, com  sérias conseqüências pra as empresas nacionais e seus futuros  herdeiros-acionistas.

 

  É sempre bom lembrar que este é um país de grandes e brilhantes empreendedores, mas de poucos empresários. Empresário é aquele que  consegue perpetuar sua realização através de uma sociedade pulverizada pelas participações dos seus herdeiros. Para isso, eles  deverão primeiro aprender a ser sócios. Segundo, terão de estabelecer um modelo para essa sociedade.. E, terceiro, negociar um acordo societário vinculado a compromissos. De preferência enquanto o fundador estiver vivo.  Após o velório, isso poderá apenas ser muito mais usufruído pelos advogados contratados para administrar os litígios.

  Resta perguntar  quais são as  armadilhas em que mais tem caído os fundadores e seus herdeiros. Aqui vai a lista de algumas:  em primeiro lugar, imaginar que os negócios continuarão rendendo margens de lucro como o  fizeram no passado. Em segundo, não administrar, com antecedência, a pulverização do controle da sociedade. Em terceiro, vincular aos negócios a realização pessoal-profissional dos herdeiros. Em quarto,  alguns herdeiros que optam por realizar negócios pessoais o fizeram muito mais dentro de uma postura  revanchista ou de rebeldia do que  propriamente como um projeto de ser um herdeiro-acionista não envolvido na gestão.

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