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Resenha do Texto A via Sustentável

Por:   •  26/3/2017  •  Resenha  •  1.309 Palavras (6 Páginas)  •  358 Visualizações

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Resenha

Texto: A VIA SUSTENTÁVEL-SOLIDÁRIA NO DESENVOLVIMENTO LOCAL

Genauto Carvalho de França Filho*

A busca por alternativas ou caminhos para a promoção do desenvolvimento tem se tornado uma preocupação constante nos últimos anos, em especial na questão do desemprego. P. Singer constata que há mais empregos informais do que formais, e os países de capitalismo moderno discute a crise da sociabilidade, pois o emprego é o principal vetor de integração social. Já nos países de economia emergente a via de inserção de empregos é pelo processo convencional econômico apoiada no empreendedorismo e no microcrédito.

Diante do exposto, vemos dois caminhos para a crise do trabalho que é a via insercional-competitiva da ética da competição, herdeira da filosofia moral utilitarista que diz respeito a inserção pelo econômico onde consiste em inserir a população desempregada nos circuitos de trabalhos formais gerados na economia de mercado por meio das empresas privadas e, subsidiariamente, das instituições públicas. Essa visão diz que o problema do desemprego é pela falta de qualificação de mão-de-obra, porém mesmo com uma qualificação a economia de mercado não suportaria esses trabalhadores requalificados, pois essa lógica ignora o caráter intrinsicamente excludente na dinâmica da própria economia de mercado via acumulação capitalista. Assim quando a economia de mercado não supre ocupação para todos a solução dentro dos limites de paradigma econômico atual se concentra, então, na chamada geração do auto emprego ou criação do próprio negócio apoiadas pelo microcrédito e pelo empreendedorismo. No caso do empreendedorismo, 90 % das iniciativas não resistem aos primeiros cinco anos, além de não ter espaço para todos, porém esse argumento se fortifica fazendo uma associação com o microcrédito que num aspecto positivo realiza a democratização do crédito para os mais pobre a chamada "bancarização dos mais pobres" levou a descoberta de um novo nicho mercadológico para as instituições financeiras convencionais. Esse microcrédito vem sem orientação de como usa-lo.

Contudo essa "bancarização dos mais pobres" obscurece a visão sobre uma série de outras experiências de finanças de proximidade ou de finanças solidárias que ampliam o universo das micro finanças como, por exemplo a via sustentável solidaria, onde em termos de combate à pobreza ou promoção do desenvolvimento local, as saídas ou soluções são coletivas, ou seja, baseadas em novas formas de regulação das relações econômico-sociais a partir da valorização de soluções endógenas a partir da ideia de que todo local, bairro ou comunidade, por mais pobre que seja, pode ser portador de soluções para os seus próprios problemas. Assim, seria necessária uma reorganização das chamadas economias locais, uma economia que se gesta a partir de iniciativas cooperativista e associativista oriundas da sociedade civil e dos meios populares, a partir da inserção de vários empreendimentos. Iniciativas estas que assumem diferentes configurações, desde aquelas que criam o seu próprio circuito de produção e consumo, alimentando cadeias sócio produtivas autônomas e, em alguns casos, fortemente baseadas em relações não-monetarizadas, até outras que empreendem relações mais permanentes com o mercado e desenvolvem diferentes tipos de parcerias com os poderes públicos (FRANÇA FILHO e LAVILLE, 2004, pg. 15).

As formas de manifestação de uma rede de economia solidária podem se dar de três maneiras: transterritorial, territorial e mista.

Nível transterritorial: envolve vários empreendimentos que atuam na cadeia produtiva de determinado produto podendo envolver, também, acordos e contratos bilaterais (ou multilaterais) entre iniciativas ou organizações em diferentes áreas ou níveis de atuação, e empreendimentos de um mesmo tipo que compartilham princípios, saberes e um modo de funcionamento próprio.

Nível territorial: admite diferentes níveis de articulação com a economia local pré-existente ou já estabelecida a articulação de empreendimentos e/ou iniciativas de economia solidária em diferentes âmbitos de atuação: consumo ético, finanças solidárias, tecnologias livres, comércio justo, produção autogestionária e serviços locais, entre outros.

Nível misto: Baseado numa dimensão territorial, envolvendo parcerias e articulações transterritoriais, onde as redes locais de economia solidária tende a conectar-se com outras redes através da expansão de suas atividades, é o que mais acontece na prática.

Como as redes solidárias necessitam de uma redefinição das economias locais para se estabelecer, dois conceitos se faz necessário em nosso entendimento o da combinação de lógicas diversas de economia, e o da construção conjunta da oferta e da demanda, daí surge duas problemáticas. A primeira se refere a escassez que caracteriza a realidade e meio ambiente econômico, a segunda em relação a natureza humana cujo comportamento reduz-se a uma questão de escolha racional, como se o próprio da ação e conduta humana fosse proceder sempre a um “cálculo utilitário de consequências” expressão de Guerreiro Ramos. Na questão de combinação de lógicas de economia Polanyi (1983) chama de diferentes princípios do comportamento econômico: o mercado autorregulado, a redistribuição, a reciprocidade e a domesticidade. Esses princípios passivos de se reduzirem

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