Baraka: Além das palavras

Analise do filme “Baraka: Um mundo além das palavras”

Baraka é um documentário estadunidense, ficou pronto depois de 11 anos sendo filmado, sendo lançado em 1992, foi rodado em 24 países. Este filme é mudo apenas com sons de trilhas sonoras, sendo assim o foco visual se tornando um poema visual, mostrando o contraste e as metáforas para mostrar a evolução contraditória do ser humano, provocando reflexão, relaxamento e por vezes indignação, podemos observar um registro de rituais religiosos de diversas vertentes, processos de mecanização e os diferentes estilos de vida. Além disso, ele se torna extremamente filosófico uma vez que nos leva a questionar essa evolução humana, qual foi o preço dela, uma vez que ao mesmo tempo em que o ser humano evoluiu bastante no quesito tecnológico, mas que se negligenciou totalmente de desastres naturais (consequências de suas ações), da fome (pessoas procurando no lixão algo para comer), provocando guerras e se negligenciando como ser social, tendo um contato humano sem se aprofundar nessas relações e se tornando automatizado, ás vezes dando a impressão de ser realmente uma maquina.

O documentário revela também o quanto à humanidade está interligado, apesar das diferenças de religião, cultura e línguas, sua diversidade, mostra a relação do homem com a sociedade com o qual está inserida, com a natureza ou com o mundo e está fortemente ligada com a relação ao divino. Temos a sensação por diversas vezes de tranquilidade e convívio em paz com a natureza sendo quebrada com imagens de diversas pessoas correndo contra o relógio, vivendo as consequências naturais de viver naquela sociedade. São cenas fortes, transbordando a sensação o auge da condição social seja também o auge do anonimato, da indiferença e da falta de sentido na vida.

Uma parte a ser observada com atenção, para se fazer uma analogia é a questão da moradia, onde em uma parte mostra as pessoas vivendo em um amontoado de casas, com grades nas janelas e logo muda para um cemitério onde as urnas com os restos mortais das pessoas ali, estão amontoadas também, como se fosse uma continuação póstuma do que viveram em vida. Enfim, o progresso é fundamental para o desenvolvimento e satisfação humana, no entanto é necessário aprender a não se negligenciar nos fatores sociais, ambientais e humanos, pois se assim continuar estaremos cada vez mais próximos da autodestruição total.

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