TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

CONTESTAÇÃO

Por:   •  19/5/2016  •  Tese  •  1.619 Palavras (7 Páginas)  •  191 Visualizações

Página 1 de 7

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE ________ - SP

                        

PROCESSO N°.....

AUTORA        :......

Representante:....

RÉU                :.....

 

CONTESTAÇÃO À AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS

        "C", já devidamente qualificado nos presentes autos, intermediado pelo advogado abaixo subscrito, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, em tempo hábil, oferecer CONTESTAÇÃO à AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS, aduzindo e requerendo o que adiante segue:

I - DOS FATOS DA EXORDIAL

        A Representante da Autora postula a declaração da paternidade da menor em referência, imputando-a ao Réu, alegando que a menor fora concebida duzentos e oitenta dias após a dissolução da união estável.

        Além da demanda investigatória, postula a Representante o direito de receber alimentos do Réu em benefício do menor na ordem de 30% (trinta por cento) de rendimentos que o ora Investigado estiver recebendo.

        Ocorre que, tais fatos não correspondem à realidade, pois o Réu tem dúvidas quanto à paternidade a ele atribuída.

        No mais, ainda que fosse reconhecida a paternidade do impúbere em relação ao Réu, o pedido de alimentos formulado pela Representante não tem amparo fático-legal, pois é impossível a ele pagar-lhe alimentos no montante ora postulado, qual seja 30% (trinta por cento) de seus rendimentos.

II - DO DIREITO

        Muito embora a Representante e o Réu tenham constituído união estável por 6 (seis) anos, há de se trazer a baila fato que a Representante do menor não considerou.

        A Representante é portadora de Síndrome do Ovário Policístico, também conhecida por SOP.

        Em suma, refere-se a distúrbio endócrino que provoca alterações dos níveis hormonais, desregulando o período menstrual da mulher.

        O desenvolvimento de tal síndrome, por sua vez, impede a gravidez. Isso, pois, uma vez que tal doença impede a indução da ovulação, provocando como consequência a infertilidade.

        A Representante não fazia acompanhamento médico a época em que o casal ainda mantinha relações, e tampouco fazia uso de anticoncepcional. Neste caso, o uso de anticoncepcional cumulado com o acompanhamento médico especial ajudaria reconstrução dos vasos, possibilitando então a gravidez.

        O casal vinha se desentendendo nos últimos dois anos do relacionamento, por várias razões.

        Mas, certamente, a razão que causou maior desconforto ao casal, se deu quando o Réu soube que a Representante mantinha relação extraconjugal. E pior, relacionamento esse que se dava com um dos amigos mais íntimos do Réu!

        Tudo isso poderá ser devidamente provado em sede de instrução, inclusive pelas testemunhas abaixo arroladas.

        O réu, pessoal de bem, honesta, humilde, trabalhador e que prima pelos princípios cristãos e familiares, mesmo sabendo da humilhante traição que sofrera, persistiu no relacionamento.

        Decidiu, por bem, efetuar um empréstimo financeiro junto à agência bancária em que é correntista, com a finalidade de surpreender a Representante na tentativa de reatarem convivência harmônica, e agendou viagem de férias para as belíssimas praias do Nordeste brasileiro.

        Junta-se ao final desta peça os documentos que tratam sobre o empréstimo, bem como a negociação empreendida junto à agência de turismo responsável pela viagem.

        Note-se que, a viagem se deu logo no último mês em que o casal ainda estavam juntos.

        O que não se esperava era que, numa certa noite, em meio a viagem, a Representante se ausentou da pousada onde tinham estadia, alegando que ia passear pela orla das praias. O Réu saiu poucos instantes depois, e surpreendentemente a encontrou aos beijos e abraços calorosos que recebia do então "amigo" do Réu, aquele com o qual a Representante vinha se relacionando.

        Obviamente que tal situação fulminou com o término do relacionamento.

        Obsta constar ainda que, mesmo durante a viagem e muito tempo antes, o Réu já não tinha mais relação sexual com a Representante, por conta do mal estar que vinham tendo. Muito menos depois do episódio narrado.

        Posto isso, passa-se a análise estritamente do direito.

        Relativamente aos alimentos cumulados na presente ação, insta observar que, o Réu não dispõe de condições econômicas de pagar os valores de alimentos pretendidos, orçados em 30% do total de seus rendimentos, uma vez que exerce a funções de embalador de mercadorias num pequeno mercado de sua vizinhança, mas é registrado em sua CTPS de fato como faxineiro (percebendo os ganhos deste, que é mais baixo do que o ganho de um embalador - matéria já discutida em sede da Justiça do Trabalho), recebendo ainda poucos adicionais e sofrendo altíssimos descontos variados em sua folha de pagamento, especialmente por conta do empréstimo feito para a viagem do então casal, conforme cópia que junta.

        Desta forma, não ostenta qualquer capacidade econômica para adimplir pensão alimentícia nos moldes postulados, o que leva à afirmação de que, ainda que de fato se comprovasse a paternidade do Réu, o percentual ora pretendido é exorbitante, e comprometeria sua vida pessoal e financeira.

        Ainda sob a égide do Código Civil pretérito reconheceu-se que, à representante legal da Autora caberia fazer a prova de coincidência das relações sexuais experimentadas pelo casal, que gerou a concepção do menor em questão, em norma de justa distribuição do ônus processual.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (9 Kb)   pdf (111.4 Kb)   docx (12.5 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com