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A Economia Empresarial

Por:   •  18/2/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.523 Palavras (11 Páginas)  •  155 Visualizações

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Atividade individual

        

Matriz Análise de oferta e demanda e o seu impacto nos negócios

Aluno/a: Thaís da Silva Savelli Guimarães

Disciplina: Economia Empresarial

Turma: 1

INTRODUÇÃO

Apresente o setor econômico escolhido e fala sobre o seu trabalho em linhas gerais.

    No ano de 2019 ocorreu o primeiro foco detectado de Covid-19 na China e, rapidamente, se espalhou para todos os continentes, a doença causada pelo coronavírus Sars-CoV-2 tornou-se um problema de saúde pública mundial, sendo então classificada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Considerando o alto grau de contaminação da doença, medidas de segurança foram tomadas pelo governo, essas mudanças no cotidiano dos brasileiros e do mundo afetou a economia de diversos setores, especialmente o setor aéreo.

    O transporte aéreo é um dos setores apontados como estratégicos para o desenvolvimento de um país devido a algumas características, dentre as quais pode-se citar a inserção internacional do país, integração e desenvolvimento regional, importância no crescimento econômico e geração de investimentos (SALGADO, L.H. et al, 2010).

    Diante das estratégias para conter o avanço da pandemia, os governantes do mundo todo tiveram que conter a aglomeração de pessoas, com isso, países fecharam suas fronteiras, a população foi alertada que não deveria sair de suas casas, empresas implantaram o modelo homeoffice de trabalho, o turismo ficou paralisado e as consequências deste isolamento social foram desastrosas para as companhias aéreas e a economia global, segundo reportagem do jornal o globo, no Brasil, a Latam entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA, enquanto a Avianca Brasil teve a falência decretada, a Gol fechou acordo com os seus tripulantes, oferecendo programa de demissão voluntária, licença não remunerada e redução de salários e jornada e trabalho e a Embraer anunciou a demissão de mais de 2,5 mil funcionários.

   Sendo assim, o objetivo deste trabalho é apresentar uma análise do setor de transportes áereo em virtude da pandemia. A pesquisa é baseada num estudo destacando os impactos econômicos.

CONTEXTO DO SETOR

Apresente número e índices relacionados à oferta, à demanda, à produção e aos demais indicadores necessários à contextualização.

    As companhias aéreas têm os seus custos fixos muito elevados, já que as despesas com arrendamento das aeronaves, combustível e salários não variam com a quantidade de passageiros, por isso, é extremamente importante que elas consigam manter as aeronaves com alta ocupação, de modo a diluir esses custos. A operação de um voo com baixa ocupação é muito danosa ao balanço de uma companhia, sendo assim, os impactos na queda acentuada do número de quilômetros percorridos por passageiros pagantes durante a pandemia afetaram a saúde financeira das empresas aéreas brasileiras, o que pode ser observado nos dados da ANAC (2020), conforme mostram os gráficos abaixo.

                                 Tabela 1 – Quilômetros percorridos por passageiros pagantes

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                                                        Fonte: ANAC, 2020.

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Fonte: Demanda e oferta do transporte aéreo, ANAC, 2020.

    Para leitura dos dados acima, precisamos considerar os quilômetros percorridos por passageiros pagantes (RPK) e oferta de assentos (ASK). Interpretandos a tabela e o gráfico acima, notamos que houve uma queda significativa assim que o primeiro caso do Covid-19 foi identicado no Brasil, no mês de março de 2020, esta redução também pode ser observada nas imagens dos boletins divulgados pelas empresas de aviação no Brasil, abaixo explicitadas, no mês de maio a queda chegou a 91% na demanda por voos.

     

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Fonte: ANAC, 2020.



                         
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Fonte: ANAC, 2020.

     A redução foi tanta, que foi decidido manter somente uma malha aérea essencial, visando atender apenas as capitais estaduais diariamente (ANAC, 2020). Nos voos internacionais, a redução foi de praticamente 100%, sendo os poucos existentes focados em repatriação de brasileiros que estavam no exterior e transporte de carga, o que pode ser também explicada pelas políticas de restrição de acesso de estrangeiros provenientes de países com alto número de infectados pela Covid-19, os chamados “bloqueios internacionais”, que proibiram a entrada de turistas em locais que apresentam sinais de recuperação.


     Apesar da diminuição do número de passageiros, a autoridade brasileira de transporte aéreo definiu uma malha aérea essencial mínima para as companhias aéreas para conectar os estados com pelo menos em voo, o que também poderia ajudar o sistema de saúde brasileiro a responder ao surto de Covid-19. (ANAC, 2020). As autoridades brasileiras de transporte aéreo também permitiram que as empresas mudassem as aeronaves configuradas de passageiros para operações em voos de carga. Essa permissão auxiliou as companhias aéreas a alavancar o uso das aeronaves e a melhorar as receitas do período.

       Por outro lado, nas viagens de carga o impacto foi relevante, mas essa frente se mostrou mais resiliente e se tornou uma aposta das empresas aéreas na tentativa de sobreviver à pandemia.

     Um dos principais motores para o transporte de carga por vias aéreas foi o impulso que o e-commerce teve durante a crise sanitária e a necessidade de medidas restritivas para o comércio presencial. Somente a Latam viu o volume referente a compras online ir de 8% antes da Covid-19 para 20% nos primeiros meses de isolamento (PAIVA, 2021).

     

ANÁLISE MACROECONÔMICA

Detalhe todos os indicadores macroeconômicos que possam auxiliar a sua análise.

        A pandemia do novo coronavírus teve forte impacto econômico para o transporte aéreo brasileiro. De acordo com estudo inédito da ABEAR, a contribuição do setor para o Produto Interno Bruto (PIB) recuou de 1,4%, em 2019, para 0,3% em 2020, o que contribui para o pior desempenho da variação anual do PIB, conforme mostra o gráfico abaixo divulgado pelo IBGE.

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Fonte: IBGE – Sistema de Contas Nacionais e Estatísticas do Século XX.  Elaborado por Claudio Considera e Juliana Trec.

     O setor de serviços foi o principal responsável pelo fraco desempenho da economia em 2020, e representa atualmente, de acordo com as Contas Nacionais, em torno de 63% do PIB brasileiro e 68% do emprego do país. Este setor é composto por sete atividades, sendo o transporte aéreo o principal responsável por esse desempenho ruim.

             
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Fonte: IBGE – Sistema de Contas Nacionais e Estatísticas do Século XX.  Elaborado por Claudio Considera e Juliana Trec.

     Além disso, os empregos gerados (entre diretos, indiretos e induzidos) considerando-se o transporte aéreo como cadeia foram reduzidos de 1,5 milhão para 401 mil e isso refletiu na taxa de desemprego do país, chegando a ser a maior da série histórica, como identificado no gráfico abaixo, elaborado pelo o Ibre/FGV.

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Fonte: PNADC (IBGE). Elaboração: FGV IBRE.

   

   Devemos destacar também que não somente ausência de passageiros compremeteu a capacidade econômica das companhias aéreas, outros fatores fortaleceram esta queda, como o aumento dos preços dos combustíveis, da energia e a alta volatilidade do dólar, que chegou a valer quase 6 reais em maio de 2020.

ANÁLISE MICROECONÔMICA

Apresente como o impacto direto na oferta e demanda do setor e a estrutura de mercado a qual pertence são influenciadas pelos mercados interno e internacional.

     Com o isolamento social e as fronteiras dos países fechadas, as pessoas que se programaram para viajar e haviam comprado suas passagens precisavam de um amparo, com isso, a Lei 14.034 foi promulgada em agosto de 2020 e determinava que a companhia aérea deveria garantir uma nova passagem pelo prazo de 18 meses contados da data original do voo, sem cobrança de multa, ou garantir o reembolso do valor da passagem no prazo de 12 meses (Governo do Brasil, 2021), esta medida foi um alivio para os passageiros, porém afetou negativamente as receitas das companhias aéreas.

    Motivados a evitar um potencial declínio financeiro das companhias aéreas e empresas de turismo nos momentos mais agudos da pandemia, com o avanço da vacinação no país e a diminuição dos índices de contágio e mortes pela doença no mundo, o governo federal alterou as medidas de cancelamento e remarcação de voos.

 
  As novas regras válidas a partir de 1º de janeiro de 2022, tem como base a Resolução nº 400/2016, se a empresa cancelar o voo, os passageiros têm direito de escolher entre reacomodação, reembolso integral do valor pago ou execução por outras modalidades. Agora, caso seja do passageiro a iniciativa em desistir do bilhete aéreo, a empresa pode cobrar as multas previstas no contrato para o reembolso. Embora não seja obrigado, o passageiro pode aceitar o reembolso em crédito, mas o valor e o prazo de validade do crédito precisam ser negociados entre ele e a empresa aérea. Em qualquer caso, a empresa tem 7 dias para fazer o reembolso, contados a partir do pedido do passageiro.

   Com a demanda em alta e a oferta ainda se ajustando, os preços de passagens aéreas e dispararam no Brasil e no mundo, segundo o buscador de voos Viajala que gera um ranking do preço médio dos bilhetes nos destinos internacionais mais buscados para a alta temporada, entre os meses de dezembro/20 e fevereiro/21. O resultado: preços bem mais altos em relação à média histórica. 

  Entre os destinos nacionais, houve aumento de até 78% nos preços dos bilhetes. Já em voos para o exterior os preços subiram até 115% (EXAME, 2021).

   Segundo artigo publicado pela Exame Invest, muitos fatores influenciam nos preços das passagens: a alta do dólar é uma delas, bem como o encarecimento dos combustíveis. Isso tudo acontece em meio ao forte retorno da demanda de viagens. O movimento de pessoas que estão voltando a viajar encontra uma oferta com rotas que ficaram paradas na pandemia e que apenas gradualmente normaliza a frequência de voos. Como a oferta de voos está voltando a aumentar, os preços dos bilhetes podem começar a cair, ou pelo menos, não subir tanto daqui para frente. Mas isso vai depender do controle da pandemia e da manutenção da demanda.


   

CONCLUSÃO

                               Apresente uma conclusão justificando a sua análise.

  Concluímos que, considerando o setor aéreo um mercado que é primordial a movimentação de pessoas, em meio à uma crise sanitária que a principal medida para diminuição dos casos é o isolamento social, não poderíamos aguardar outros impactos que os evidenciados neste trabalho. Atribuindo uma observação que as companhias aéreas brasileiras já estavam com dificuldades financeiras antes do primeiro caso da doença no país, a pandemia chegou como uma avalanche nesse setor, que sofreu reduções drásticas em suas receitas e impactou toda a economia nacional.

 Pela análise macroecômica, a grande redução do quadro de funcionários no setor aéreo afetou o índice de desocupação, chegando a ser a maior identificada na história do país. Atualmente, a 
taxa de desemprego do Brasil é a 4ª maior entre as principais economias do mundo, segundo dados da agência de classificação de risco Austin Rating.

   Este aumento de desempregados afeta o consumo da população que diminui o poder de gastar com lazer, além disso o aumento dos preços das passagens tanto nacionais quanto internacionais também compromete a curva de passageiros pagantes e, consequentemente, a reorganização dos caixas das companhias aéreas.

  Segundo a consultoria Oliver Wyman, a demanda de passageiros global deverá crescer à taxa anual de 3% nos próximos dez anos, o que implicaria em um retorno aos níveis de 2019 já neste ano de 2022.


 Em um cenário otimista o avanço da campanha de vacinação no país e os exemplos internacionais do reflexo da imunização na demanda por viagens aéreas trazem otimismo para o futuro próximo do setor. No longo prazo, o surgimento de novas tendências de mercado, assim como o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, proporciona grandes perspectivas de crescimento para as companhias aéreas brasileiras.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Cite as fontes de consulta utilizadas de acordo com a ABNT.

ABEAR. Aviação e Turismo têm forte impacto econômico com a pandemia. Disponível em: <https://www.abear.com.br/imprensa/agencia-abear/noticias/aviacao-e-turismo-tem-forte-impacto-economico-com-a-pandemia/> Acesso em 11 de fev. 2022

ALMEIDA, M. Quer viajar em 2022? Passagem chega a R$ 7 mil. Veja como economizar. EXAME INVEST. Disponível em: <https://invest.exame.com/mf/passagens-aereas-preco-7-mil> Acesso em: 11 de fev. 2022

ANAC, 2020. Coronavírus: principais informações para o setor aéreo. Ministério da Infraestrutura. Disponível em: <https://www.anac.gov.br/coronavirus/> Acesso em: 09 de fev. 2022

 ANAC, 2020. Dados do 2º tri revelam impacto de mais de 6 bilhões nas aéreas brasileiras. Ministério da Infraestrutura. Disponível em: <https://www.anac.gov.br/noticias/2020/dados-do-2o-trirevelam-impacto-de-mais-de-6-bilhoes-nas-aereas-brasileiras> Acesso em: 09 de fev. 2022

ANAC, 2020. Mercado aéreo em 2019: maior número de passageiros transportados da série histórica. Ministério da Infraestrutura. Disponível em: <https://www.anac.gov.br/noticias/2020/mercado-aereo-registra-maior-numero-depassageiros-transportados-da-serie-historica> Acesso em: 09 de fev. 2022

 ANAC, 2020. Novas medidas sanitárias em aeroportos e aeronaves reforçam uso de máscaras e proteção aos passageiros e profissionais. Ministério da Infraestrutura. Disponível em:<https://www.anac.gov.br/noticias/2020/novas-medidas-sanitarias-em-aeroportos-eaeronaves-reforcam-uso-de-mascaras-e-protecao-aos-passageiros-e-profissionais> Acesso em: 09 de fev. 2022


ANAC, 2021
. Indicadores do transporte aéreo recuam em consequência da pandemia de Covid-19. Ministério da Infraestrutura. Disponível em: <https://www.gov.br/anac/pt-br/noticias/2021/indicadores-do-transporte-aereo-recuam-em-consequencia-da-pandemia-de-covid-19#:~:text=No%20Brasil%2C%20de%20abril%20a,mais%20severo%20no%20ano%20passado.> Acesso em: 10 de fev. 2022

ANAC. Com pandemia indicadores do setor aéreo reduzem 50% em 2020. Ministério da Infraestrutura. Ministério da Infraestrutura. Disponível em: <https://www.gov.br/anac/pt-br/noticias/2021/com-pandemia-indicadores-do-setor-aereo-reduzem-50-em-2020> Acesso em: 11 de fev. 2022

BASSETO, M. Participação da aviação no PIB do Brasil recuou de 1,4% para 0,3%, aponta ABEAR. AEROIN. Disponível em: <https://aeroin.net/participacao-aviacao-pib-brasil-recuou-1-4-para-0-3-abear/> Acesso em: 11 de fev. 2022

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CONSIDERA, C. et. al. Setor de serviços foi principal responsável pelo fraco desempenho da economia em 2020. BLOG DO IBRE. Disponível em: <https://blogdoibre.fgv.br/posts/setor-de-servicos-foi-principal-responsavel-pelo-fraco-desempenho-da-economia-em-2020> Acesso em: 11 de fev. 2022

COSTA, L.B. el. al. Impactos nos Indicadores Econômico-financeiros de Empresas dos Setores de Transporte Aéreo e de Agências de Viagens e Turismo listadas na B3, Frente à Pandemia da Covid-19. XX USP International Conference in Accounting “Accounting as a Governance Mechanism”. Disponível em: <https://congressousp.fipecafi.org/anais/20UspInternational/ArtigosDownload/2791.pdf> Acesso em: 10 fev. 2022

FERRARI, H. Passagens aéreas e hospedagem puxam a alta da inflação do lazer em 2021. PODER 360. Disponível em: <https://www.poder360.com.br/brasil/passagens-aereas-e-hospedagem-puxam-a-alta-da-inflacao-do-lazer-em-2021/> Acesso em: 11 de fev. 2022

        

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