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Vivências e Resultados do Projeto Sementes de Esperança

Por:   •  16/11/2018  •  Artigo  •  3.409 Palavras (14 Páginas)  •  200 Visualizações

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RESUMO

Neste artigo estão relatados objetivos, metas, resultados e experiências vivenciadas ao longo da execução de um projeto de extensão do Instituto Federal da Paraíba, campus Campina Grande, que foi desenvolvido em uma Organização Não Governamental (ONG) que trabalha oferecendo suporte para crianças que estão em tratamento contra o câncer. Além da estrutura predial, conhecida como Casa de Apoio, o Instituto Paraibano de Combate ao Câncer - IPCCAN, fornece brinquedos, roupas, cestas básicas e o transporte entre o trajeto hospital/Casa de Apoio. O convênio institucional (IFPB/IPCCAN) para a execução do projeto de extensão na ONG aconteceu no momento em que a mesma perdeu o direito ao subsídio mensal de R$1.400,00 da Prefeitura Municipal, após ser cortada da Lei de Subvenção pela Câmara dos Vereadores de Campina Grande (sem nenhuma consulta para averiguação de seu funcionamento), e em que o país enfrenta período de estagnação de crescimento, que fez com que o número de doações voluntárias diminuíssem. O projeto de Extensão Sementes de Esperança consistiu em fornecer atividades de brinquedoteca aos pacientes assistidos pela Casa de Apoio, assumir toda a responsabilidade de publicidade institucional da ONG, e promover atividades no Instituto Federal da Paraíba (campus Campina Grande) para arrecadar mantimentos e motivar os estudantes a se tornarem voluntários da Casa de Apoio. Os resultados apontam para o papel do Instituto Federal da Paraíba como um parceiro estratégico para as Organizações Não Governamentais e para a importância de projetos de extensão disciplinares que possam vir a colaborar com a resolução de um conjunto de problemas externos à instituição de ensino.

Palavras-chave: ONG; Câncer Infantil; Parceria Institucional; Comunicação; Arrecadação.

1.0 INTRODUÇÃO

O projeto Sementes de Esperança, que está vinculado ao Núcleo de Apoio à Formação Integral e Atenção à Saúde Para Grupos em Risco Psicossocial - NAFIAS do IFPB/CG, surgiu a partir da observância da diminuição da contribuição voluntária dada ao Instituto paraibano de Combate ao Câncer - IPCCAN (ONG) (lê-se “ipêcan”). Esta diminuição foi apontada por estudantes de diversos cursos do IFPB que atuavam como voluntários na ONG e que decidiram desenvolver projetos de extensão que vinculassem o IPCCAN ao IFPB, com intuito de estabelecer uma parceria entre as instituições, de modo que o IPCCAN não ficasse desassistido institucionalmente no momento em que o país passa por um período de estagnação econômica. Além do projeto de extensão Sementes de Esperança, também foi selecionado no Edital de Extensão nº 01/2017 - PROBEXC PROJETO, o projeto Tech Teddy, que teve o IPCCAN como principal beneficiado de suas atividades.

A ONG, que já existe há onze anos, é especializada em fornecer apoio a crianças e adolescentes que estão passando por tratamento oncológico. Os cuidados consistem desde o plantão de 24h para receber pacientes que residem em cidades do entorno de Campina Grande (inclusive pessoas do estados do Pernambuco e Rio Grande do Norte), até a representação dos interesses dos pacientes (e seus familiares) para com os hospitais que devem recebê-los.

De acordo com Santos; Sebastiani (2001), se os familiares do enfermo não possuem estrutura para absorção das demandas que a situação de doença requer, esta enfermidade contribui para a instalação de uma crise no núcleo familiar. Para reduzir os impactos da doença na vida dos familiares, as famílias assistidas pela ONG recebem cestas básicas, roupas (para o paciente e família), e todo o carinho que funcionárias e voluntários dão gratuitamente.

Além da diminuição das doações voluntárias causada pela estagnação econômica do país, a ONG teve o subsídio de R$1.400,00 (mil e quatrocentos reais), que recebia da Prefeitura Municipal de Campina Grande, cortado pela Câmara de Vereadores Félix Araújo em abril de 2017, sem que nenhum agente do poder público fizesse visita à instituição para averiguar sua atividade, o que afetou a condição de funcionamento do IPCCAN que contava com a subvenção para o pagamento do aluguel da edificação conhecida como “Casa de Apoio”.

Mediante as dificuldades enfrentadas pela ONG, o projeto de extensão multidisciplinar Sementes de Esperança possuiu três objetivos específicos: realizar atividades de brinquedoteca para com os pacientes da ONG, suprir a carência de voluntários, e assumir as questões de publicidade do IPCCAN com o intuito de aumentar sua visibilidade, tanto para a comunidade que necessita de seus serviços tomar conhecimento da existência da ONG, como para captar possíveis apoiadores. O objetivo geral do projeto consistia em fortalecer a imagem do IPCCAN a fim de se conseguir parceiros institucionais e apoiadores em um momento em que a ONG enfrentava um período de diminuição de arrecadação voluntária.

2.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O termo “câncer infantil” refere-se a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo de crianças e adolescentes de 1 a 19 anos (FRANÇOSO, 2001). Assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes.

Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados de modo adequado (INCA, 2017).

No entanto, relatos sobre a dificuldade de diagnósticos precoces e falta de informações são comuns. Morais (2016) afirma que isso acontece por dois fatores principais, seja porque a própria doença se desenvolve no organismo muitas vezes sem manifestar seus sintomas, como também em virtude da falta de cuidado de alguns profissionais de saúde em não se aterem ou dedicarem tempo suficiente para as queixas de alguns sintomas, diagnosticando os sintomas apresentados como doenças passageiras, que não requerem tratamento complexo.

No que concerne ao tratamento, isto também é um enorme problema, pois, o câncer infantil é uma doença crônica que demanda um tratamento longo, invasivo e doloroso. Apesar de os avanços terapêuticos possibilitarem melhorias, o tratamento e o acompanhamento pós-tratamento ainda continua desgastante e cansativo, tanto para a criança, quanto para seus familiares (MORAIS, 2016), uma vez que a criança enferma requer uma assistência que a considere

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