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A Geopolítica Do Brasil Durante A Guerra Fria

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Por:   •  5/12/2014  •  1.058 Palavras (5 Páginas)  •  2.117 Visualizações

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Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Curso: Relações Internacionais, 2º período

Disciplina: Geopolítica

Aluna:Sabrina Rodrigues Pacheco

A geopolítica do Brasil durante a Guerra Fria

(O pensamento de Golbery do Couto e Silva)

O general Golbery do Couto e Silva reúne em sua obra “Geopolítica do Brasil” uma série de artigos publicados nas décadas de 50 e 60, refletindo em grande parte o pensamento da época no contexto da Guerra Fria, com forte influência da Geopolítica clássica. De fato, os principais conceitos desenvolvidos em sua obra são adaptações de ideias de Ratzel, Haushofer, Mackinder, Spykman, Mahan e Kjellen a um planejamento estratégico centrado no Brasil. De Travassos, Golbery adota as ideias da predominância do Atlântico sobre o Pacífico, o heartland boliviano, a neutralização das forças na Bacia do Prata, e a marcha para o oeste (o “destino manifesto” brasileiro).

O pensamento do general Golbery se caracteriza pela polarização de duas forças: o ocidente cristão e democrático e o oriente materialista e comunista (o bem e o mal), num jogo em que a neutralidade verdadeiramente não existe. Partindo deste pressuposto, o general Golbery se posiciona de maneira decididamente pró-americana, e postula que o Brasil deve não apenas atuar como defensor do Ocidente como também projetar influência para fora de suas fronteiras.

O Brasil seria o único aliado disponível para os Estados Unidos no hemisfério sul, e constituiria, após este e a Europa Ocidental, o “terceiro bastião” do mundo livre. Caberia então ao Brasil a contenção do expansionismo soviético na África Ocidental e no Atlântico Sul. Propondo uma barganha aos Estados Unidos, o general Golbery argumenta que o Brasil poderia se tornar um aliado subalterno, agente de proteção de interesses americanos em troca da guarda do Atlântico Sul, exercendo aí papel de força naval exclusiva enquanto administra os estados “vassalos” do continente.

A necessidade por parte dos Estados Unidos de reconhecer o monopólio brasileiro na defesa do Atlântico Sul é fundamentada na teoria dos hemicírculos. Nesta teoria, o general Golbery desenvolve uma nova projeção, em que hemicírculos irradiados pelo triângulo São Paulo-Rio de Janeiro-Belo Horizonte, cortando as Américas e dividindo o mundo em duas partes: a oeste o pacífico e a leste a África e a Eurásia. Este modelo tem por objetivo claro realçar a importância da projeção brasileira frente às grandes massas terrestres a partir do Atlântico e a pouca significância comparativa do Pacífico.

Dentro da teoria dos hemicírculos se desenvolvem as concepções de “núcleo do poder”, “áreas esplanadas” e “áreas interiores”. Os centros do poder no antagonismo oriente-ocidente estavam no norte, no hemicírculo interior os Estados Unidos e no exterior a União Soviética. Entre estes centros de poder estavam as áreas esplanadas, constituídas pelo Ártico, Europa, Oriente Médio, Índia, Sudeste Asiático, Indonésia e Austrália. As áreas interiores eram formadas pela África do Sul, Antártica e América do Sul; esta seria a área a ser resguardada pela defesa do Brasil.

Segundo o general Golbery, o Brasil complementaria na defesa do Atlântico (o mais importante de todos os oceanos) em sua porção sul – s Estados Unidos defendiam o Atlântico Norte – numa área circular entre a Antártica, a África e a América do Sul e os tamponamentos oceânicos entre essas porções de terra. Tendo formulado a “perspectiva brasileira” do mundo, o general Golbery foca suas atenções para a América do Sul.

A América do Sul é subdividida em sete “compartimentações geopolíticas” , das quais duas marítimas: Zona de Reserva Geral (vertente atlântica [Brasil]), Amazônia Americana (Amazônia brasileira, Colômbia, Peru, Equador e Guianas), Área Platino-Patagônica (Sul do Brasil, Argentina, Uruguai e Chile), Área Continental de Soldadura (Bolívia, Paraguai, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia), e Nordeste Brasileiro (arco de São Luís a Salvador), e os oceanos Pacífico e Atlântico.

Esta divisão realça a relevância do território brasileiro (que participa de todas as regiões),

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