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O PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO

Por:   •  12/4/2020  •  Artigo  •  15.922 Palavras (64 Páginas)  •  163 Visualizações

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O PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO

JOÃO BATISTA DOS SANTOS [1]

RESUMO

A maioria das denominações cristãs evangélicas acredita que a Bíblia é inspirada por Deus, o qual através dos atos humanos é o autor divino da Bíblia. Isto é expresso na seguinte passagem da Bíblia, em que Paulo se dirige ao seu discípulo Timóteo: "Toda escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, redarguir, corrigir e instruir na justiça (2° Timóteo 3:16)" Os que acreditam na inspiração da escritura ensinam que ela é infalível. Os que defendem a infalibilidade acreditam que aquilo que dizem as Escrituras em matéria de fé e prática cristã é totalmente útil e verdadeiro, fazendo necessário compreender dados geográficos, históricos e detalhes dos textos manuscritos originais são totalmente verdadeiras e sem erros. Mas como compreender os fatos que não são relatados no Velho Testamento e já são referidos nas primeiras páginas do Novo Testamento? O tempo entre a última parte do Velho Testamento e a aparição de Cristo é conhecido como o período intertestamentário (ou entre os testamentos). Porque não teve nenhuma palavra profética de Deus durante esse período, alguns o chamam de “400 anos de silêncio”? Como era a atmosfera política, religiosa e social da Palestina durante esse período? Quais fatos importantes foram vivenciados pelos judeus nesse período? Essas são indagações que serão analisadas no presente trabalho dissertativo, cuja finalidade é a de se produzir um conhecimento que sirva para o estudo dos acadêmicos dos cursos de Teologia.

Palavras-chave: Bíblia, Conhecimento, Período Intertestamentário.

INTRODUÇÃO

A Bíblia é um livro singular e trata-se de um dos livros mais antigos e mais lidos do mundo, por isso, ser considerado um best-seller mundial por excelência. Mesmo ter sido concluído ainda no primeiro século da Era Cristã, ainda hoje é o livro mais traduzido, mais citado, mais publicado e o que mais influência tem exercido em toda a história da humanidade. A maioria das denominações cristãs evangélicas acredita que a Bíblia é inspirada por Deus, o qual através dos atos humanos é o autor divino da Bíblia, conforme é expresso na seguinte passagem da Bíblia, em que Paulo se dirige ao seu discípulo Timóteo: "Toda escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, redarguir, corrigir e instruir na justiça”. (2° Timóteo 3:16).

O termo “inspiração”, do grego “theopneustos” quer dizer “soprado por Deus”, e significa que Deus soprou para dentro dos homens a Sua Palavra. Vemos aqui a operação divina que influenciou os escritores bíblicos, capacitando-os a receberem a mensagem divina, e que os moveram a transcrevê-la com exatidão, impedindo-os de cometerem erros e omissões, de modo que ela recebeu autoridade divina infalível, garantindo a exata transferência da verdade revelada de Deus para a linguagem humana inteligível.

Os que acreditam na inspiração da escritura ensinam que ela é infalível. Os que defendem a infalibilidade acreditam que aquilo que dizem as Escrituras em matéria de fé e prática cristã é totalmente útil e verdadeiro, fazendo necessário compreender que dados geográficos, históricos e detalhes dos textos manuscritos originais são totalmente verdadeiros e sem erros. Mas como compreender os fatos que não são relatados no Velho Testamento e são referidos já nas primeiras páginas do Novo Testamento?

Quando o Antigo Testamento termina, encontramos os judeus de volta do exílio, reconstruindo o Templo e os muros de Jerusalém; não vemos ali nenhuma menção a Roma, ou a termos tão comuns no Novo Testamento como ‘fariseus’, ‘saduceus’, ‘zelotes’, ‘publicano’ e outros. Foi neste período que se formaram diversos conceitos religiosos da época de Jesus e também ocorreram transformações político geográficas na região da Palestina. O tempo entre a última parte do Velho Testamento e a aparição de Cristo é conhecido como o período intertestamentário (ou entre os testamentos), que alguns chamam também de “período interbíblico”.

Porque não teve nenhuma palavra profética de Deus durante esse período? Como era a atmosfera política, religiosa e social da Palestina durante esse período? Quais fatos importantes foram vivenciados pelos judeus nesse período? O que se produziu em termos literários nesse período? Essas são indagações que serão analisadas no presente trabalho dissertativo, cuja finalidade é a de se produzir um conhecimento que sirva para o estudo dos acadêmicos dos cursos de Teologia, das Escolas Bíblicas e aprofundamento do conhecimento bíblico ao povo cristão em geral.

1 O PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO

O período entre a profecia de Malaquias e o advento de Cristo são frequentemente descrito como silenciosos porque nenhum profeta, cujos escritos estão incluídos na Bíblia, se levantou em Israel durante os mais de quatrocentos anos. Mesmo considerando completo o Antigo Testamento, muitas coisas aconteceram e deram aos judeus da época de Cristo a sua ideologia característica. Segundo Mahoney (1998, Seção C, p. 155), “Esta era preparou providencialmente o caminho para a vinda de Cristo e a proclamação do Seu Evangelho”.

Com a crise internacional de 539 AEC, mediante a qual a Pérsia ganhou a supremacia sobre a Babilônia, deu a oportunidade aos judeus para voltar a estabelecer-se em Jerusalém. Porém na época, muitos dos exilados estavam tão confortavelmente situados junto às águas da Babilônia, que ignoraram o decreto que lhes permitia retornar à Palestina. Consequentemente, a terra do exílio continuou sendo o lar dos judeus para as gerações que haveriam de vir.

As fontes bíblicas tratam em primeiro lugar com os exilados que retornaram ao seu lar pátrio. As memórias de Esdras e Neemias, embora breves e seletivas, apresentam os fatos essenciais que concernem ao bem-estar do restaurado estado judeu em Jerusalém. Ester, o único livro do Antigo Testamento dedicado em exclusividade aos que não voltaram, também pertence a este período. Com objeto de manter uma sequência histórica, o presente estudo trata a história de Ester junto com Esdras e Neemias.

1.1 O PERÍODO PERSA (536 – 331 AEC)  

Em 538 AEC Ciro subjuga o Império Babilônico e o Império Persa tem sua ascensão. Devido à política de Ciro, que confirmou muitos judeus em suas posições de autoridade governamental (Daniel 6:1ss), e permitia que os povos deslocados voltassem para as terras de seus pais, os judeus tiveram a liberdade de retornar a Jerusalém, o que foi feito em três etapas:

a) 535 AEC - primeira repatriação sob Zorobabel, um príncipe da linhagem de Davi. Foi iniciada a reconstrução do Templo sob a pregação de Ageu e Zacarias e inaugurado em 516 AEC.

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