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Reflexões sobre Religião como Utopia e Esperança

Por:   •  27/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.872 Palavras (8 Páginas)  •  346 Visualizações

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

DISCIPLINA: HUMANIDADE E TRANSCENDÊNCIA

PROF: ERMANO RODRIGUES DO NASCIMENTO

ANÁLISE CRITICA DO LIVRO: REFLEXÕES SOBRE A RELIGIÃO COMO UTOPIA E ESPERANÇA

EDUARDO SANTOS AZEVEDO

RECIFE, 29/03/2016

ANÁLISE DO LIVRO: REFLEXOES SOBRE A RELIGIÃO COMO UTOPIA E ESPERANÇA

INTRODUÇÃO

O homem desde os primórdios é um ser religioso, sempre necessitando de um porquê para explicar sua existência, para dar sentido a sua vida. A religião faz parte do ser do homem, ela faz com que o homem enfrente suas dificuldades e que tenha esperança na humanidade.
A partir disto, o trabalho levanta os seguintes problemas: mas será que a mesma religião que prega paz e amor, será a mesma que segreda, aliena e discrimina? Será que um ser sem afiliação a alguma religião consegue viver e entender os enigmas da vida?
Com base nestes questionamentos, o objetivo é entender o ser humano tanto em sua forma religiosa quanto não religiosa, tentar entender o porquê de a religião ser uma utopia e uma esperança para a humanidade.

DESENVOLVIMENTO ANALÍTICO-CRÍTICO

A religião se encontra junto ao homem desde a pré história, desde a forma como enterravam os mortos, levando a crer na vida após a morte, até a expressão em forma de arte ou instrumentos e utensílios que construíam. Primariamente , o sentimento religioso estava muito ligado ao principal problema na vida do homem: a sobrevivência. Aos poucos o homem desenvolveu o conceito de existência de um ser ou uma força superior, da qual depende toda a sua vida corporal e do pós morte. Com o desenvolvimento contínuo da sociedade, com o advento de problemas, como econômicos e sociais, o homem sente a necessidade de relacionar-se com o Ser Supremo, que se acreditava atuar no mundo através de elementos da natureza (sol, chuva, vento), de forma que estes elementos acabam adquirindo um sentido divino.  

Também o sentido da vida, profundamente relacionado com a morte, começa a preocupar o homem, para além dos interesses imediatos de sobrevivência. O sentimento religioso tende a revelar-se e a relizar suas criações na tentativa de tornar a divindade sempre mais presente e acessível. Pode-se dizer que ninguém vive sem uma religião, aquele que se julga tão auto-suficiente a ponto de acreditar que não mais precisa de um deus para viver, não deixa de contruir seus ídolos. Aquele que se diz ateu também necessita de algo que dê sentido a sua vida, então o nome de sua “divindade” passa a ser o dinheiro, poder, status, fama, etc.

Não podemos afirmar que a religião seja uma criação alheia e contrária ao cotidiano do homem, oposto a isso, a religião nasce com a experiência de vida que fazemos a cada instante, salientando as mais marcantes: dor, alegria, morte, separações, etc. O homem vai fazendo sua experiência religiosa e acaba por moldar o Sagrado com ritos, mitos, símbolos divinos, objetos sagrados, animais, plantas ou lugares, que condigam com sua realidade. Se a religião baseia-se nas necessidades do homem, uma vez resolvido os problemas, teria um fim para religião, mas o sentimento religioso permanece naqueles que o acreditam veemente. O símbolo religioso aparece quando o objeto, anulando os seus limites concretos, passa a ser sinal de uma realidade transcendente; o objeto se manifesta como sagrado, tornando-se símbolo quando adquire uma dimensão superior.

Então surge a ideía de se formar um grupo dos que compartilham da mesma crença, o Rito, que possibilita uma “íntima união” com a divindade. A religião dessa forma, é capaz de congregar pessoas de diferentes raças, idades, níveis culturais, formando como que uma família. O homem por ser mais que um simples animal, desenvolveu o rito, encontrando assim um significado para sua existência atual, dando valor às suas ações cotidianas. E diríamos ainda que a religião vem dar sentido à vida, ela nasce da esperança que o homem tem de ser feliz, de ter um presente ou um futuro próspero.

É pela imaginação que a linguagem religiosa é formulada para falar dos seres de consciência religiosa que permanecem numa dimensão invisível e misteriosa. O ser humano trascende à realidade concreta e formula mundos ideais, utopias que correspondem às suas  esperanças e que o impulsionam a ter coragem de viver. A religião deseja um mundo ideal, prezando uma utopia a ser concretizada, mas a realização deste desejo nunca se faz completa. A utopia se apresenta como aquilo que nos situa no inexistente, transcendendo ao dado concreto, aplicando-se à ausência de alguma coisa. Na religião, o homem, não estando contente com a realidade presente ou não encontrando ânimo para viver, projeta suas esperanças para o reino do possível, para um lugar onde ele seja feliz. Podemos dizer que todas as religiões apontam para o futuro, idealizando um projeto que está em divergência com o estado de realidade.

O autor trás como exemplos diversos tipos de utopias entre elas está O messianismo, onde se está presente a figura de um líder cartismático, alguém que se impõe; o mesmo indica o fim dos tempos e a próxima vinda do Messias, passsando a orientar os destinos da população, e passa a ser visto como um sinal vivo de esperança aos adeptos. O messianismo professa a fé na vinda de um paraíso terrestre combinando princípios religiosos e sociais, nisso também se faz presente a luta contra a injustiça social e a tendência para a não-tolerância religiosa.

Outra utopia mostrada é a do “Reino de Deus”, provindo do cristianismo, esperando um mundo novo onde todos os homens pudessem viver como verdadeiros irmãos e onde a norma suprema fosse a prática do amor. Reino de Deus significava para os ouvintes de Jesus a realização de uma esperança no fim do mundo, da destruição de todo o mal seja físico, seja moral; seria a manifestação da soberania e senhoria de Deus sobre esse mundo maldoso. Esse Reino tem dimensão comunitária, pois é oferecido a todos que mostram a vontade de construí-lo, é uma utopia que começa no aqui e agora, mas que está sempre por se tronar completo.

Nas grandes religiões atuais (hinduísmo, budismo, judaísmo e islamismo) há, de uma forma ou de outra, uma crença numa espécie de ressurreição, e no ‘céu’ será a sua ‘mais-vida’. O céu pela fé cristã situa-se no horizonte da compreensão utópica: é a absoluta e radical realização de tudo o que é verdadeiramente humano, dentro de Deus. Na consciência coletiva cristã, o céu está naturalmente ligado ao estar com deus.

O fundador do positivismo, Auguste Comte, criou a teoria dos 3 estados: a teológica, ou fase religiosa, o metafísico e o positivo. A fase teológica é aquela na qual a inteligência explica os fenômenos naturais como intervenção de forças sobrenaturais, misteriosas. No metafísico o homem continua a procura das mesmas respostas das perguntas feitas na fase teológica, no entanto, os fenômenos são explicados por meio de forças ocultas. Por último, o positivo renuncia a busca das causas primárias, subordinando os fenômenos a leis naturais experimentalmente demonstradas, são substituídas pelo estudo e descobertas das Leis Naturais que explicam como os fenômenos ocorrem. Podendo assim afirmar que Comte foi um do defensores do ateísmo de maior sucesso no século 19.

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