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Sociologia

Por:   •  15/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.475 Palavras (6 Páginas)  •  257 Visualizações

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CENTRO DE EDUCAÇÃO TEOLOGICA BATISTA DO ESPÍRITO SANTO

CETEBES

BACHAREL LIVRE EM TEOLOGIA

JEFERSON H. M. MOREIRA

SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO

PRODUÇÃO DE TEXTO DISSERTATIVO

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

2016

JEFERSON H. M. MOREIRA

SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO

PRODUÇÃO DE TEXTO DISSERTATIVO

Trabalho apresentado como requisito parcial para avaliação da Disciplina Sociologia da Religião, do Curso de Bacharel Livre Teologia.

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM

2016

INTRODUÇÃO

Neste trabalho, pretende-se discutir as transformações contemporâneas no campo religioso. A religião sempre foi um fenômeno sociocultural inevitável quando se tenta analisar e compreender qualquer sociedade. As discussões sobre as relações entre religião, modernidade e crise da modernidade tornaram-se recorrente nos debates atuais na Sociologia da Religião e mesmo na teoria social e política. A partir do último terço do século XX, começou a tomar força à opinião de que o projeto da modernidade estava em crise, e com ele alguns dos principais projetos e promessas. Entre muitos outros sintomas de tal situação, a religião seria, sem dúvida, um elemento referencial. As razões para esse interesse crescente dizem respeito tanto às transformações e aos movimentos no próprio tecido social e no campo religioso quanto – em relação visceral e complexa – a uma mudança na percepção do religioso pelos atores e analistas sociais contemporâneos. Grandes partes dos sociólogos que abordam esse problema chegam inclusive a sustentar que a noção de secularização possui grande potencial explicativo da religião mesmo em condições de globalização e pós-modernidade.

Modernidade e secularização nos debates da Sociologia da Religião

O debate em torno da secularização realiza-se em estreita relação com o debate em torno da modernidade. Além da variedade de suas realizações históricas e interpretações, na discussão sociológica pode-se identificar uma série de características do que tem se denominado modernidade: trata-se de um processo sócio-histórico complexo e multidimensional, original da Europa Central, caracterizado fundamentalmente por uma visão de mundo descentrada, profana e pluralista, por uma reflexão que ao incorporar-se de forma sistemática e permanente na vida social, desestabiliza a experiência, as instituições e os conhecimentos, e conseqüentemente gera uma realidade profundamente dinâmica, contraditória, ambígua e precária. Também podem se mencionar, como características típicas da modernidade, a primazia da razão instrumental, o individualismo, a compreensão otimista da história como progresso, bem como a diferenciação institucional. Como podemos perceber a modernidade, de uma ou outra forma, implica uma alteração do papel central desempenhado pela a religião em sociedades tradicionais, como elemento legitimador e integrador, dando sentido e articulando as diferentes esferas sociais. Este processo, usualmente conhecido como “processo de secularização”, foi lido por diversos teóricos (Comte, Spencer, Marx) como uma dinâmica de emancipação cujo fim levaria a uma sociedade “sem religião”. No entanto, Durkheim e Weber, para citar somente alguns, já viam que o postulado do “desaparecimento inevitável da religião” tornava-se problemático. Durkheim, por exemplo, afirma que “há algo eterno na religião que está destinado a sobreviver a todos os símbolos particulares com que sucessivamente se tem revestido o pensamento religioso” (Durkheim, 1982, p. 387), com o qual deixava aberta a possibilidade de afirmar que não obstante as mudanças nas formas, a religião permaneceria. Weber, por outro lado, referindo- se ao “desencantamento do mundo” assinalava que este processo estava longe de conduzir de forma linear e progressiva a uma visão de mundo determinada plenamente pelo cálculo e pela previsão, pois também advertia como a ciência experimentava em muitos de seus contemporâneos uma espécie de “reencantamento” ao conceber-se como um reino ultra terreno de abstrações artificiais, sem pressupostos prévios e com pretensões quase religiosas de que seus resultados fossem “dignos de ser conhecidos” (Weber, 2000, pp. 200-208). Para ambos os autores, mesmo que a religião fosse perdendo sua influência social, também ficava mais ou menos claro que não estava necessariamente condenada a desaparecer, mas sim a transformar-se, desfazendo-se de algumas fórmulas mágicas e adotando outras novas. As intuições dos denominados mestres da suspeita (Nietzsche, Marx e Freud) que identificaram com argumentos sólidos na religião um fenômeno alienante, levariam muitos a pensar apressadamente que a emancipação da religião tornaria inevitável seu fim, conceito que longe de ser um puro postulado teórico se tornou ainda um programa político-ideológico.

Cabe destacar, ainda, em relação à crise da Modernidade, que seus efeitos diretos na esfera político-econômica mundial que ficaram conhecidos como globalização ou mundialização, também se estenderam para outras dimensões da realidade social, particularmente no seio das camadas populares das nações periféricas. As transformações no perfil das religiões, bem como as mudanças de comportamento verificadas entre os religiosos brasileiros, mais particularmente os evangélicos pentecostais e neopentecostais, corroboram, assim, a idéia de um esgotamento da capacidade do Estado em prover condições mínimas de sobrevivência para as populações mais carentes economicamente e, na mesma medida, uma progressiva desilusão dessas populações com a democracia e com os atores políticos. Dessa forma, essas camadas populacionais vêm sendo seduzidas por promessas de ascensão social imediata e sem esforços através de uma relação utilitarista e mercadológica com o Divino.

Secularização, pós-modernidade e globalização

Outro tipo de crítica que se faz às abordagens sobre secularização diz respeito ao fato de que se trata de uma teoria “ad hoc” para um contexto de modernidade em que o objetivo era explicar como e por que diminuía a influência religiosa na vida social. Em um contexto pós-moderno, o problema é oposto, ou seja, procuram-se entender e compreender as causas e as tendências desta espécie de “ressurgimento religioso”, “ressacralização” ou no sentido weberiano do “reencantamento”. Refletirmos sobre essas abordagens implica em definir, mesmo que brevemente, o que se entende por pós-modernidade e a nova configuração que a religião tem experimentado nesse lugar.

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