Ética Socioambiental e Direitos Humanos
Por: Thiago K de Angelis • 3/5/2018 • Trabalho acadêmico • 1.411 Palavras (6 Páginas) • 146 Visualizações
Ética Socioambiental e Direitos Humanos
Thiago Klein
Resumo
A crise ambiental é um tema recorrente nos dias de hoje dado os impactos que ela vem causando no mundo. O estudo tem como proposta analisar a situação atual traçando um paralelo com a crise de valores que vive nossa sociedade e com valores da igreja católica e a correlação da ética socioambiental com os direitos fundamentais humanos.
Palavras-chave: ética socioambiental, crise ambiental, direitos humanos
1. Introdução
A humanidade está se desenvolvendo e mudando cada vez mais rápido e, sendo nossa casa, o planeta inevitavelmente sofre as consequências destas mudanças. No entanto, essas mudanças raramente são sustentáveis ou de boa índole. Entre as implicações das transformações humanas estão: poluição e mudanças climáticas, a questão da água, perda da biodiversidade, deterioração da qualidade de vida humana e degradação social, e desigualdade planetária.
2. Desenvolvimento textual
2.1 A atual situação do nosso planeta
A poluição é sem dúvida um dos efeitos da sociedade moderna que mais preocupa. É um fato incontestável que, em suas diversas formas e meios, é prejudicial tanto para o planeta quanto para a saúde humana. Apesar disso, a poluição continua crescendo exponencialmente e o pior de tudo: sem previsão de melhora. Parece que a humanidade é incapaz de enxergar as múltiplas relações que existem entre as coisas. Resolvemos um problema criando vários outros, como é o caso das pesticidas e fertilizantes.
Outro efeito da poluição, as mudanças climáticas ocasionadas pelo efeito estufa, são um tema que vêm preocupando muitos. A poluição atmosférica movida pelos seres humanos destrói a camada de ozônio que, por sua vez, provoca o aquecimento global colocando a vida de diversas espécies em risco com a elevação do nível do mar.
Vivemos em um mundo em que nem mesmo nossa cultura é sustentável. Para manter nossa economia circulando, o mundo moderno criou a denominada “cultura do desperdício”. Enquanto essa cultura por um lado movimenta a economia e gera empregos, por outro deixa um rastro de resíduos. Na natureza, as coisas geralmente seguem um modelo circular, onde ao final de cada ciclo o que sobrou é absorvido e reutilizado no próximo. O sistema industrial, por outro lado, geralmente parece seguir um modelo mais “linear” onde recursos naturais são continuamente absorvidos de um lado e resíduos depositados no outro, sem perspectiva de reaproveitamento.
Outro exemplo da cultura do desperdício é a questão da água. Enquanto uma parte da população desperdiça em proporções absurdas, outra parte da população ainda sofre com o problema da escassez, um direito básico humano. Além do desperdício, inúmeras atividades humanas provocam a contaminação dos lençóis freáticos, uma das principais fontes de água potável. Enquanto sua oferta diminui, cresce a tendência por sua privatização, o que contradiz o conceito de ser um direito humano essencial pois restringe seu acesso.
Durante anos a humanidade enxergou os recursos naturais e os animais como uma "propriedade", disponível para ser utilizada como nós bem entendêssemos. Recentemente, no entanto, podemos observar uma mudança nessa mentalidade. Começamos a nos dar conta da efemeridade dos recursos naturais e, com isso, surgem leis e órgãos de proteção ao meio ambiente. Apesar dos avanços, a perda de biodiversidade parece ser um assunto que ainda não tomou seu lugar na agenda da humanidade. Espécies e até ecossistemas estão diariamente sumindo ou entrando em perigo de extinção; tudo isso para gerar benefícios econômicos que nem se comparam ao inestimável valor das perdas ecológicas.
Tendo em vista que o ser humano também é um habitante deste planeta, não podemos desprezar os efeitos das atividades humanas para o próprio ser humano. O acelerado crescimento da população trouxe com ele uma clara segregação entre as pessoas fortemente ligada ao status econômico. Ironicamente, os agora raros espaços verdes se tornaram um privilégio para os poucos membros da classe dominante, aquela mesma classe que comanda as empresas que destruíram os espaços verdes em primeiro lugar.
É comum as mudanças globais deste século e do passado serem anunciadas para nós como "progresso", mas tendo em vista questões modernas como a exclusão social, o crescimento da violência e o narcotráfico, o progresso absoluto se torna questionável. Um exemplo disso é o surgimento de diversas novas tecnologias que, apesar de facilitarem a vida das pessoas de muitas formas, desencorajam a real interação entre pessoas, substituindo-as por "emoções artificiais".
2.2 Crise ambiental e ética socioambiental
Atualmente nos deparamos com inúmeros fatores relacionados aos problemas ambientais como queimadas, queima exagerada de combustíveis fósseis e despejamento indevido de lixos químicos domésticos, industriais e hospitalares. Esses fatores geram problemas como a contaminação dos solos e da água, aumento da temperatura, extinção de espécies dentre inúmeros outros.
A crise ambiental não está ligado apenas aos aspectos das alterações do meio ambiente, ela vem do conjunto de ações prejudiciais a natureza que homem vem realizando ao longo tempo. Tais ações ficaram evidenciadas a partir de revolução industrial onde em nome do capital e o desenvolvimento tecnocientífico se deu o uso exagerado de recursos naturais do meio ambiente. A partir disso podemos afirmar que a crise ambiental não é uma crise apenas do meio ambiente, e sim de valores, que vem da nossa cultura atual. O ser humano deve cuidar e proteger o meio ambiente pois a sua própria existência depende dele. Se as coisas continuarem como estão o futuro da humanidade será cada vez pior, dado o impacto causado. A crise já se instalou e se agrava a cada dia.
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