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Função Conativa

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Por:   •  22/11/2014  •  1.648 Palavras (7 Páginas)  •  541 Visualizações

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Introdução

Desde os primórdios da humanidade, o homem já possuía a necessidade de se comunicar. Mesmo não existindo a exata formação das palavras como atualmente, eles emitiam sons vocálicos que demonstravam seu modo de ver o mundo físico, como também expressavam suas sensações: fome, medo, insegurança, tristeza. Desta maneira, a linguagem não é fruto de pesquisa de longos anos. O indivíduo já nasce com esse instinto e habilidade racional. É a posse da linguagem o que mais claramente distingue o homem dos outros seres.

A linguagem verbal, entretanto, passou a ser desenvolvida a partir do momento em que o homem julgou necessário criar uma expressão sonora que representasse o próprio elemento. Os nomes têm essa missão: nomear os seres. Assim, ao pronunciarmos a palavra fogo, imaginamos automaticamente a imagem a que se reporta essa palavra, devido ela pertencer ao campo natural. Contudo, a expressão “Eu te odeio”, não permite essa mesma “mentalização”, em virtude da palavra não poder ser representada no campo natural. Por isso, o homem precisou moldá-la na forma de linguagem verbal.

Estamos imersos em meio a um cotidiano estritamente social, no qual nos interagimos com nossos semelhantes por meio da linguagem. A mesma permite-nos revelarmos nossos sentimentos, expressarmos nossas opiniões, trocarmos informações no intuito de ampliarmos nossa visão de mundo, dentre outros benefícios.

A cada mensagem que enviamos ou recebemos, seja esta de natureza verbal ou não verbal, estamos compartilhando com um discurso que se pauta por finalidades distintas, ou seja, entreter, informar, persuadir, emocionar, instruir, aconselhar, entre outros propósitos.

O objetivo de qualquer ato comunicativo está vinculado à intenção de quem o envia, no caso, o emissor. Dessa forma, de acordo com a natureza do discurso presente na relação emissor X interlocutor, a linguagem assume diferentes funções, todas elas portando-se de características específicas.

A função conativa procura organizar o texto de forma que se imponha sobre o receptor da mensagem, ou seja, está focada no receptor. Essa função de linguagem é muito utilizadas em propagandas, já que ela é focada no "você", empregando os verbos no imperativo.

A função metalinguística ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.

Função conativa

Quando a mensagem está orientada para o destinatário, trata-se aí da função conativa. Esta palavra tem sua origem no termo latino conatum, que significa tentar influenciar alguém através de um esforço. A função conativa é também denominada de apelativa, numa função verbal do emissor de se fazer notar pelo destinatário, seja através de uma ordem, exortação, chamamento ou invocação, saudação ou súplica.

Haverá predominância da função conativa ou apelativa quando, na linguagem houver o desejo do emissor em atuar sobre o receptor, levando-o a uma mudança de comportamento. Trata-se, portanto, de uma linguagem usada para atrair a atenção do receptor e influenciá-lo a receber a mensagem.

O diálogo pose ser considerado como a forma mais de conação. No quadro da estética romântica, se caracteriza por uma linguagem de superfície que resulta em monólogo emotivo, onde o receptor é receptor de si próprio. Os detalhes da fala são representados pelo pronome você, marca chamativa da função conativa.

Devemos considerar de a mensagem seja de qual for o material de que é feita envolve diferentes funções em diálogo. Uma das funções seguramente determinará o perfil da mensagem, mas as outras complementam, dialogam, articulam, relacionam diferentes níveis de linguagem numa mesma mensagem. Desta forma podemos afirmar um possível diálogo determinante na função conativa, que pode desenhar uma mensagem de configuração emotiva, mas, a consciência de possuir um receptor, nas articulações de linguagem, implica que a função conativa também pode conectar-se com a poética e com a metalinguística.

A função conativa marca-se gramaticalmente pelo presença do imperativo e do vocativo e pela 2ª pessoa do verbo. É revelada, também nas fórmulas mágicas e nas que se expressam em forma de desejo: “fique com Deus” ou “Vá para o inferno”.

A função conativa carrega traços de argumentação/persuasão que marcam o remetente da mensagem. Podemos buscar exemplo na propaganda, onde as mensagens construídas visam essencialmente atingir o receptor. Possuem, no seu ato de configuração dos signos, características de função poética, visando sensibilizar o público pela beleza da argumentação. Por trás da mensagem publicitária há sempre o imperativo do consumo da mercadoria apresentada, diferentemente da função estética da arte, que não intenciona persuadir para fins de consumo.

Exemplos

Função metalinguística

A principal característica da função metalinguística é o fato de a mensagem estar centrada no próprio código. Cada função tem um foco em um dos elementos da comunicação e, para a função metalinguística, nada é mais importante do que a própria palavra e seus desdobramentos. Nela, o código é utilizado para falar sobre o próprio código, explicando-o e analisando-o.

Nos textos verbais, o código é a língua. No dia a dia, recorremos com frequência à função metalinguística mesmo que intuitivamente. Quando questionamos nosso interlocutor sobre algo que não entendemos daquilo que ele nos falou, a resposta provavelmente será construída através de um texto metalinguístico. Nosso interlocutor retoma aquilo que disse, explicando-nos minuciosamente o conteúdo de sua mensagem.

Para Roman Jackobson, “todo processo de aprendizado da linguagem, particularmente a aquisição, pela criança, da língua materna, faz largo uso das operações metalinguísticas”. Quando a criança está na fase de aprender sobre os conceitos linguísticos, o tempo todo ela faz perguntas sobre o próprio código, buscando assim o seu entendimento. Os estudantes também estão em contato frequente com a metalinguagem, pois, quando estudamos, fazemos o exercício constante de elaborar conceitos e definições, tentando explicá-los com “nossas próprias palavras”. Podemos observar a metalinguagem no poema de João Cabral de Melo Neto chamado “Poema de desintoxicação”. Nele, o poeta realiza o que chamamos de metapoesia, ou seja, a poesia fala

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