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1.0 A Ciência Apresentada Como A única Forma Legítima De Ler O Mundo.

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Por:   •  26/11/2014  •  871 Palavras (4 Páginas)  •  419 Visualizações

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UNEB – UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS – DCHT CAMPUS XVII – BOM JESUS DA LAPA

COLEGIADO DE ADMINISTRAÇÃO

COMPONENTE: Metodologia Científica

DOCENTE: Wesley Borges

DISCENTE: Tailene Silva SEMESTRE: 1º T./2014.2

FICHAMENTO

REFERÊNCIA

HENNING, P. C.; CHASSOT, A. I., A Ciência e sua Constituição na Modernidade: possibilidades para pensar o presente. Percursos, Florianópolis, v. 12, n. 1,2. 2012 p. 168-182

1.0 A ciência apresentada como a única forma legítima de ler o mundo.

1.1 Pensar a ciência como portadora da verdade, legitimadora de conceitos que demonstram o que podemos considerar/aproveitar para nossas vidas, por muito tempo (e talvez ainda), foi o que entendemos por validação da produção científica. Na virada do século XIX para o XX a Ciência era quase uma nova religião detentora de saberes, assentada em quase dogmas.

1.2 A Ciência não foi a única maneira de revelar o conhecimento produzido. Antes dela, e com ela, existiram/existem outras: os mitos, o pensamento mágico, a religião, o senso comum, os saberes populares. Aqui não se elege a Ciência o melhor dos óculos para ler o mundo natural e muito menos se defende a exclusividade de um dos artefatos culturais, até porque, por exemplo, mesmo aderindo ao heliocentrismo, usamos o senso comum (ou professamos o geocentrismo) quando nos encantamos com um pôr do sol.

1.3 A ciência, como nos diz Foucault (2004), é uma vontade de verdade.

2.0 Da modernidade para a pós-modernidade.

2.1 Compreender que o paradigma da Modernidade já não dá mais conta das perplexidades contemporâneas faz com que muitos de nós questionemos as metanarrativas cristalizadas por séculos. Anuncia-se, então, um paradigma pós-moderno, no qual não existe privilégio de olhares, existem sim deslocamentos e deslizamentos que começam (ou talvez terminem?) em locais não-científicos.

2.2 Latour (2000) trás o entendimento de que a Pós-modernidade é um sintoma. Um sintoma de uma sociedade que vive as metanarrativas modernas, mas, paradoxalmente, dá às costas na tentativa de entender como esses discursos vêm se produzindo, fazendo nos tornar aquilo que somos. Um sintoma que deixa para trás o desvelamento das coisas, a essência do sujeito autocentrado, a verdade das coisas, a ciência como única e legítima explicação do mundo.

2.3 Nietzsche nos inquieta ao colocar a vida, não como um argumento fincado na razão, mas como algo que pode ser revisto, reelaborado, produzido com um outro olhar para o mundo, não mais (apenas) com os óculos da Ciência Moderna.

2.4 Nietzsche nos dá pistas, desde o século XIX, de um outro olhar para além do mundo científico, trazendo em seus escritos críticas ao modelo linear da ciência, o que me leva a dizer que é um precursor da pós-modernidade. Foucault situa Nietzsche como um homem do século XIX, que antecipou genialmente a época que vivemos hoje (2005b, p. 171).

2.5 Assumimos sim a ideia de que concomitante a modernidade, a pós-modernidade vem para aceitar a humildade diante de questões do conhecimento, para aceitar a fragilidade da ciência e para aceitar a desconfiança perante nossas certezas mais cristalinas. E, assim, mostrar e pensar o mundo de forma cambiante, como condição e enfraquecimento de todos os ideais modernos.

2.6 A pós-modernidade não abre lugar a um outro ídolo ou monarquia.

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