Aula-tema 01: A Transformação Dos Jornais Na Virada Do século XIX Para O XX
Artigos Científicos: Aula-tema 01: A Transformação Dos Jornais Na Virada Do século XIX Para O XX. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: dyoliver • 12/4/2013 • 946 Palavras (4 Páginas) • 842 Visualizações
Aula-tema 01: A transformação dos jornais na virada do século XIX para o XX
Falaremos a seguir da transformação que a imprensa da cidade do Rio de Janeiro, importante centro cultural, sofreu na virada do século XIX para o XX. Tal mudança foi decorrência da implantação de novas tecnologias nos processos jornalísticos, como o telégrafo e a linotipo.
Dentre as tecnologias que passaram a fazer parte tanto da cena urbana quanto do imaginário coletivo, é possível citar também o cinematógrafo, o fonógrafo, o gramofone, os daguerreótipos e as impressoras Marinonis.
Os cinco periódicos mais importantes da cidade (Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, Gazeta de Notícias, Correio da Manhã e O Paiz) buscavam se consolidar social e politicamente na sociedade. Para tanto, era importante inserir os novos artefatos tecnológicos em seus processos de produção de notícias, pois dessa forma atingiriam maior tiragem, mais qualidade e velocidade na impressão.
As novas máquinas foram essenciais na estruturação do jornalismo como meio de transmissão da informação neutra e atual. Além disso, os textos opinativos começaram a ceder espaço à informação imparcial.
Os novos artefatos evidenciaram aspectos de modernidade e, dessa forma, os acontecimentos narrados nos jornais direcionavam-se para o futuro.
Ou seja, o passado foi eliminado das publicações diárias:
“Têm-se olhos apenas para um futuro inaugurado com a inclusão do país num novo tempo: a República. Apaga-se (...) o passado filiado (...) à origem colonial, a um momento histórico que se quer esquecido.” (BARBOSA, 2010, p. 24)
A imprensa tornou pública a incorporação das novas tecnologias no país e assim enfatizou seu compromisso com a inclusão do Brasil na modernidade. A noção de tempo social, na virada do século XIX para o XX, se estabeleceu de maneira linear e orientada.
A estruturação dos textos nas linotipos - que são inseridas nos processos jornalísticos cariocas a partir de 1892 - acarretou profundas modificações também na função dos antigos tipógrafos, que foram gradativamente substituídos pelo linotipista, o novo profissional gráfico.
A possibilidade de elaborar os textos com mais velocidade resultou no aumento do número de páginas dos jornais. Porém, a transformação de maior impacto foi a possibilidade de atualizar as informações com mais velocidade.
Outra mudança importante foi a introdução da fototipia nas publicações, o que permitiu a utilização de fotografias, também essenciais para a proliferação das revistas ilustradas.
Mesmo antes da inserção da fototipia, os periódicos mais populares já usavam as ilustrações como representação da cena urbana. Porém, a partir de então, a imagem técnica conquistou lugar de destaque em todas as publicações. Assim, a imprensa “além de refletir o que se passa no mundo, também guarda nas páginas impressas o próprio mundo” (BARBOSA, 2010, p.32).
A importância da imagem nas publicações deveu-se também ao fato de que, na cidade do Rio de Janeiro, a maioria absoluta da população era analfabeta. Dessa forma, a textualidade dos jornais se fazia a partir da transmissão da informação por meio de fotografias. Assim, para que os periódicos atingissem grande tiragem e circulação, era necessário transformá-los em revistas ilustradas dos acontecimentos diários.
A construção da imagem como representação do real inseriu-se em um grande movimento cultural estabelecido a partir da segunda metade do século XIX. Nele, a fotografia passou a ser gradativamente vista como instrumento eficiente de reprodução do real e da verdade. Então, a imagem transmitia a noção de neutralidade das notícias.
A atividade nas redações também sofreu alterações. A informação recebida pelo serviço de telégrafo, tanto do interior do país quanto do exterior, passou a ocupar as primeiras páginas dos
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