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Educação Sexual Através Da Problematização

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Por:   •  25/11/2014  •  3.159 Palavras (13 Páginas)  •  366 Visualizações

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SEXUALIDADE NA ESCOLA: PARA ALÉM DOS TABUS

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo a aplicação da metodologia da problematização (Arco de Maguerez) para o tema sexualidade com alunos de 7ª série em uma escola da rede municipal da cidade de Curitiba/PR como uma proposta de mudança da prática pedagógica no que se refere a esta temática. Priorizou-se a necessidade de implementação de novas situações ensino-aprendizagens enfatizando a importância de fazer uso do problema, no sentido de levar o aluno a questionar, pensar, refletir, construir sua autonomia em suas tomadas de decisões quanto à sexualidade. Pudemos concluir, através das estratégias desenvolvidas, que a metodologia e a temática proporcionaram o envolvimento e a participação do público-alvo enquanto sujeitos do processo de ensino-aprendizado, resgatando valores nesse processo e na relação dos alunos com a sexualidade, além de promover um ambiente favorável ao diálogo.

Palavras-chave: sexualidade, Arco de Maguerez, metodologia de problematização.

Introdução

A decisão de trabalhar com projeto voltado à sexualidade relaciona-se com nossa trajetória profissional. No meio a tantas experiências positivas adquiridas na escola, existe a sensação de vazio no que diz respeito ao trabalho com a sexualidade, pois se observa uma demanda educativa dos alunos e a ausência de reflexão crítica e de discussão a respeito desse tema. Simultaneamente, verifica-se ainda o distânciamento da escola para com essa dimensão da vida de seus alunos, devido à insegurança diante da realidade de um tema que exige cada vez mais um conhecimento interdisciplinar.

Percebe-se que a sexualidade é abordada desvinculada da realidade do aluno, ignorando o meio sociocultural em que ele está inserido, costumes familiares, valores, crenças, sentimentos e anseios. O aluno não tem espaço para expor suas curiosidades, dúvidas e angústias. A maioria dos professores, quando trabalha com sexualidade, utiliza a metodologia tradicional, abordando o tema através da transmissão de informações, que são, em geral, apenas referentes a aspectos biológicos e reprodutores. A educação sexual e o corpo humano são estudados apenas do ponto de vista biológico, sendo as demais dimensões do ser humano reprimidas. De acordo com Garcia (2005) isso acaba por levar o aluno a não achar sentido em usar de forma consciente os conhecimentos adquiridos a respeito do tema para a sua vida pessoal.

A escola é cada vez mais convocada a enfrentar as transformações sociais e o impacto dessas mudanças sobre os padrões de comportamento humano, no que diz respeito à sexualidade. De acordo com Suplicy (1990), Sayão Y. (1997), Egypto (2003), a educação sexual pode ser considerada como um conjunto de valores adquiridos na família, na vivência cotidiana com os pais e no ambiente social, valores estes, que acompanham a pessoa no decorrer da sua vida, com influências da cultura, da mídia (internet, rádio, TV, revistas), dos amigos (as), da escola, e permitem agregar símbolos, preconceitos e ideologias.

Segundo Goldberg (1988), a educação sexual é “um caminho para preparar o educando para viver a sexualidade de forma positiva, saudável e feliz e, sobretudo, para formá-lo como cidadão consciente, crítico e engajado nas transformações de todas as questões sociais, ligadas direta ou indiretamente à sexualidade”. A partir disto, verifica-se a importância de desenvolver um projeto sobre sexualidade com diferentes alternativas e propostas, onde o aluno busque a construção do conhecimento por meio de resolução de problemas ou da problematização.

Nesta perspectiva de educação voltada à resolução de problemas, pode-se destacar a metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez. Essa pode ser uma estratégia de ensino para o tema sexualidade, onde o aluno parte de um problema da sua realidade para no final voltar a ela com uma solução e uma intervenção nesta mesma realidade.

Deste modo, o presente trabalho teve como objetivo geral, a aplicação da metodologia da problematização (Arco de Maguerez) com alunos de 7ª série, em uma escola da rede municipal da cidade de Curitiba/PR como uma proposta de mudança da prática pedagógica no que se refere à sexualidade, tendo em vista a necessidade de implementação de novas situações ensino-aprendizagens enfatizando a importância de fazer uso do problema, no sentido de levar o aluno a questionar, pensar, refletir, construir sua autonomia em suas tomadas de decisões quanto aos assuntos relacionados à sexualidade.

Como objetivos específicos, buscou-se que o aluno compreendesse os processos de reprodução humana; a relação entre a reprodução humana e os aspectos biológicos, psicológicos, econômicos e culturais; conhecer os vários tipos de métodos contraceptivos, valorizando o sexo seguro e a gravidez planejada; estabelecer relações entre o uso de preservativos, a contracepção e a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis; compreender que as manifestações da sexualidade fazem parte da vida e são prazerosas; a importância da construção de um espaço coletivo em que cada sujeito se sentisse confortável para exprimir sua opinião e expor suas dúvidas.

Arco de Maguerez e Teoria da Problematização

Reconhecida a possibilidade e necessidade de se ministrar o ensino de ciências com diferentes alternativas e propostas, pode-se remeter ao ensino em que o aluno busca a construção do conhecimento por meio da resolução de problemas ou pela problematização (SAVIANI, 1989; BERBEL, 1999; CAMPANÁRIO e MOYA, 1999; GARCÍA GARCÍA, 2000; BORDENAVE e PEREIRA, 2002; GASPARINI, 2002 e SANTOS, 2005). Por problema Saviani (1989) entende como uma situação de impasse, e o afrontamento do problema, que a realidade apresenta, o aluno responde com reflexão.

O intuito não é desmerecer a aula expositiva, fundamento da metodologia de ensino tradicional, importante em várias situações do ensino. O que se faz necessário é não utilizá-la de forma exclusiva e/ou exagerada, sem alternativas (BERBEL, 1995). Porém acredita-se que se o aluno observar a realidade e refletir sobre ela, talvez possa agir de forma eficaz diante dela. Freire (1983) afirma que:

Quando o homem compreende sua realidade, pode levantar hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções. Assim, pode transformá-la

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