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Fichamento Resistências E Insistências

Por:   •  1/11/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.943 Palavras (12 Páginas)  •  45 Visualizações

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 PEDAGOGIA: Por entre resistências e insistências

Introdução:

 Por isso gosto de considerar a pedagogia como uma “prática teórica”, no sentido althusseriano, que a define como uma prática específica que se articula em uma unidade complexa de práticas existentes, em um determinado espaço social. Quero reafirmar que a pedagogia é a própria articulação teoria e prática, não cabendo dizer que há uma teoria aqui e uma prática distante, ou vice-versa. [...] (pg162)

“A pergunta fundamental que o pedagogo faz frente à uma prática educativa é: para que esta prática está ocorrendo? Está cumprindo sua finalidade? Como realizá-la de um modo melhor?” (pg162)

“Assim repito: a pedagogia é, ou deveria ser, o pensamento reflexivo sobre o que ocorre nas práticas educativas; ao mesmo tempo em que é, ou deveria ser, o pensamento crítico que reelabora, corrige e orienta o que deveria ocorrer nestas práticas educativas.” (pg162)

De que pedagogia falo? Falo das entranhas de sua epistemologia e de sua práxis e vislumbro-a organizando-se como prática social; como conjunto organizado de conhecimentos, como saberes pedagógicos que são os conhecimentos incorporados e interpretados pelos sujeitos e até como curso e/ou disciplina acadêmica que se estrutura para formar pensadores na lógica desta racionalidade pedagógica e que atuem quer como docentes, ou como pedagogos, pesquisadores, ou como atores sociais. [...] (pg162)

“Vejo e revejo o distanciamento contínuo das esferas educativa e pedagógica. Educativo e pedagógico são como irmãos siameses! Não podem viver separados. [...]” (pg162)

“A retirada do pedagógico na estruturação de práticas educativas é um caminho aberto para organização de práticas tecnicistas, despersonalizadas, mecânicas, despossuídas de sentido. [...]” (pg162)

INSISTÊNCIAS: a questão da identidade epistemológica da Pedagogia

Assim concebida, a pedagogia vai se fazendo teoria e a teoria vai se concretizando em Pedagogia. É essa a tensão básica que marca a identidade desta ciência. Logo que ela se congela em normas e decretos definitivos, a pedagogia perde sua especificidade de ajustar-se na práxis, com os sujeitos. [...] (pg163)

“Assim reafirmo ser a criticidade um ingrediente visceral, que estrutura o conceito contemporâneo de Pedagogia, sua identidade e sua lógica.” (pg163)

[...]Para mim, a Pedagogia não crítica deixa de ser Pedagogia e transforma-se em uma tecnologia social, com fins de regulação, dominação, domesticação ou mesmo doutrinação dos sujeitos a ela submetidos. A criticidade permite a relação dialética e formadora entre sujeitos permeados por relações de poder. A ausência desta perspectiva crítica impede a presença de processos dialogais e emancipatórios. [...] (pg163)

Realço esse ponto para identificar que a prática pedagógica, excessivamente tecnicista, burocrática, que despersonaliza o sujeito que a exerce, retira de si a possibilidade de pautar-se por critérios que garantam sua legitimação como práxis. [...](pg163)

[...]As escolas estão perdendo seu significado de formação de sujeitos com autonomia e crítica. A exigência social de avaliações que são mais medidas externas sob título de avaliação, tem tirado o específico pedagógico deste processo e impõe-se a pergunta pedagógica: como melhorar esta formação? [...] (pg163)

Quero com isso afirmar que a pedagogia, cada vez mais ausente do mundo educativo, precisa de autonomia para exercício de sua criticidade. [...] (pg164)

[...]Basta olharmos o protagonismo dos vestibulares nas práticas educativas, especialmente do ensino médio. O que seria necessário e urgente a esta clientela está, normalmente, fora de cena: a necessidade do diálogo; a discussão dos valores; a compreensão das práticas políticas e de solidariedade. Em lugar disso vemos o massacre para que os alunos aprendam a dar respostas prontas para questões pontuais. [...] (pg164)

[...]Toda educação parece sintetizar-se na perspectiva de que o aluno dê a resposta certa, mesmo que para isso tenha que abrir mão de seus pensamentos, de suas convicções, de suas reflexões; o aluno precisa sujeitar-se: neste clima não se deve ou não se pode discutir ou posicionar-se. [...] (pg164)

INSISTÊNCIAS: o caráter eminentemente político da Pedagogia

“[...] Assim a Pedagogia foi, ou está sendo vista, quer como ciência da educação; quer como a ciência da organização da instrução educativa; ou então a ciência da transformação da realidade educativa. [...]” (pg164)

[...] quando foi ou à medida que ainda está sendo considerada como ciência da educação, no sentido lato do termo educação, a Pedagogia ancora-se na filosofia e sua área de atuação centra-se no estudo da intencionalidade pretendida à ação educativa social, distanciando-se de preocupações com o saber fazer docente, com a prática educativa e pedagógica. [...] (pg164)

À medida que a ciência pedagógica foi sendo considerada como a ciência da organização da instrução educativa, numa configuração que denomino “ técnico-científica” e diga-se, sua mais forte e talvez consensual representação, sua atuação foi se tornando instrumental, tecnicista, tecnológica, distanciando-se dos sentidos da intencionalidade da prática. [...] (pg164)

Quando a ciência pedagógica vislumbra a possibilidade de ser a ciência que inevitavelmente, é ideológica e política, e que se constrói sempre como um “saber alinhado” no dizer de Cambi (1999), ou um “saber engajado” na reflexão de Flitner , numa abordagem que denomino de “ crítico-emancipatória”, realça-se a focalização da práxis como objeto desta ciência, num movimento que integra intencionalidade e prática docente; formação e emancipação do sujeito da práxis, permitindo vislumbrar a construção de “passarelas” articuladoras das teorias educacionais com as práticas educativas. (pg165)

[...] E isto se faz, quer na organização da intencionalidade social , distante de um projeto de intervenção na prática, mas ao contrário um processo que fortalece a reflexão filosófica; quer na estruturação prévia das condições organizacionais, didáticas e administrativas das salas de aula, no pressuposto de que a educação se faz pela instrução, conforme a ênfase herbatiana; quer na proposta de sua ação no esclarecimento , transformação e orientação da práxis educativa da sociedade, onde desvela as finalidades político/sociais presentes no interior da práxis e reorienta ações emancipatórias para sua transformação.[...] (pg165)

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