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Métodos e Técnicas de Investigação em Educação

Por:   •  11/4/2024  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.519 Palavras (11 Páginas)  •  18 Visualizações

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Instituto Superior em Educação e Ciências

Pós-Graduação em Administração e Gestão da Educação

Ano letivo 2023/2024

Unidade curricular: Métodos e Técnicas de Investigação em Educação

Docente: Dr. Jorge Reis

Discente: Helena Conceição

  1. INTRODUÇÃO

Neste estudo pretende-se perceber qual o nível de recetividade nos alunos e professores relativamente à Medida de Promoção do Sucesso Escolar – Coadjuvação na sala de aula.

Efetivamente na investigação o objetivo específico é medir o nível de envolvimento dos alunos e dos professores, em contexto de sala de aula, quando beneficiam de um professor coadjuvante nas diferentes disciplinas. Deseja-se verificar como os alunos e professores consideram a eficácia da Coadjuvação em comparação com aulas/disciplinas sem esta, em termos de resultados escolares. Pretende-se também verificar que fatores que contribuem para uma experiência de aprendizagem eficaz ou ineficaz, como a motivação dos atores, recursos, autonomia dos alunos, ambientes de aprendizagem favoráveis.

A avaliação, os níveis de cooperação e partilha entre docentes e a qualidade do ensino serão ainda outros objetivos deste estudo.

Este estudo qualitativo vai assentar na realização de entrevistas semiestruturadas, no final de cada semestre, a alunos de uma turma de 6ºano e alunos de uma turma de 8ºano, bem como aos professores que, na sua distribuição de serviço, consta esta medida.

  1. DESENHO DO ESTUDO /MÉTODOS

Enquadramento

As Medidas de Promoção do Sucesso Escolar entendem-se como um conjunto de estratégias e atividades de apoio, de caráter pedagógico e didático, planificadas como um complemento na apropriação do processo de ensino e aprendizagem.

Na educação o acompanhamento e a avaliação dos alunos são essenciais para o seu sucesso, tornando-se fundamental a implementação de medidas que fomentem a equidade e igualdade de oportunidades adaptadas em estratégias diferenciadas e individualizadas, no sentido de promoverem um efetivo e universal desenvolvimento de todos os alunos.

A Coadjuvação, enquanto Medida de Promoção do Sucesso Escolar, assume-se como uma modalidade de apoio educativo que é prestada ao professor titular da turma ou de disciplina, no sentido de se colmatarem dificuldades dos alunos e dessa forma se atingirem aprendizagens mais significativas e, por conseguinte, mais sucesso escolar. Esta medida é adequada a turmas marcadas por ritmos de aprendizagem diferenciados, onde é muito significativo a existência de uma planificação ajustada a essa diferenciação. Destina-se ainda a turmas onde existem alunos do ensino básico com dificuldades de aprendizagem em três ou mais disciplinas ou alunos com Programa Educativo Individual.

As coadjuvações são distribuídas mediante as fragilidades identificadas nos alunos, permitindo implementar uma intervenção real e mais eficaz de reforço educativo. Esta medida acontece com a presença de dois docentes no mesmo espaço/sala de aula para todos os níveis de ensino, exceto em situações que as atividades determinem procedimentos distintos. A avaliação dos alunos que beneficiam desta medida é efetuada pelos docentes que, em conjunto, definem estratégias, instrumentos de registo e de avaliação.

Observa-se, todavia, que sempre que se fala em mudança nas dinâmicas de uma escola sentem-se resistências por parte dos atores, nomeadamente dos professores, por diversos fatores entre eles o medo de se expor aos outros e o olhar crítico. Nesta medida a coadjuvação, embora se apresente como uma forma de exposição, pode também constituir-se como uma excelente estratégia na promoção do trabalho colaborativo. A Coadjuvação afigura-se como uma estratégia que se orienta em direção contrária à do isolamento e individualismo dos professores, com a experiência de um trabalho “de porta fechada” e, neste sentido ainda se sinta alguma resistência da sua parte, uma vez que se procura fomentar a interação e a partilha entre docentes, dentro da sala de aula, ficando a “descoberto” o seu trabalho aos outros.

Não comprometendo, necessariamente, uma interação colaborativa entre os professores titular e coadjuvante, a Coadjuvação pode representar-se, como uma estratégia inovadora, que proporcionará antecipará essa interação, desde que adequadamente planificada, levando em consideração vários aspetos essenciais, como por exemplo, os horários dos professores e dos alunos, os espaços na escola onde se possa desenvolver, a afinidade pessoal e profissional entre os docentes e, sobretudo, o facto de ser posta em prática com objetivos específicos e concretos, aceites e partilhados pelos docentes envolvidos (Saballs, 2008), (citado por Lourenço E. 2018 p20)  .

Artiles (2014), (citado por Lourenço E. 2018 p22) faz referência à coadjuvação como uma estratégia que promove a introdução de metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem, participando para o desenvolvimento de competências/ aptidões quer nos alunos, quer nos professores, para a inclusão no espaço da aula e na escola e para a aprendizagem na diversidade. Menciona, ainda, que a coadjuvação pode ajudar na melhoria das relações pessoais e de relação.

Gisbert (2001), (adaptado de Lourenço E. 2018) defende que o trabalho colaborativo e em grupo, mesmo não sendo uma garantia de eficiência, possibilita alcançar objetivos mais facilmente No entanto, considera que, de um modo geral, esta forma de trabalho é ainda uma lacuna na maioria das escolas.

De um modo geral, a coadjuvação em sala de aula é referida, no Despacho Normativo nº17-A/2015, artigo 20º, alínea d), como medida de promoção do sucesso escolar, que visa contribuir para as práticas colaborativas e para a melhoria do ensino ministrado nas escolas.

Depois daquilo que se tem vindo a apresentar ao longo desta reflexão, o facto de existirem dois professores na mesma sala de aula não significa necessariamente a existência de trabalho colaborativo entre eles. É importante que os objetivos e as tarefas conjuntas sejam visivelmente avocados pelos atores e permaneçam, também, relacionadas com as próprias necessidades profissionais. Por outro lado, os professores devem sentir-se na disposição de interagir entre si e de assumir compromissos, organizando-se de forma a dinamizar o trabalho de coadjuvação.

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