TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O Surgimento da Sociologia como Resposta à Crise da Sociedade Capitalista

Artigo: O Surgimento da Sociologia como Resposta à Crise da Sociedade Capitalista. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  14/10/2013  •  Artigo  •  3.472 Palavras (14 Páginas)  •  508 Visualizações

Página 1 de 14

O Surgimento da Sociologia como Resposta à Crise da Sociedade Capitalista

O surgimento da sociologia como ciência deveu-se a inúmeros fatores, entre eles a crise gerada pelo conflito entre o capital (representado pela classe burguesa) e o trabalho (ofertado pela classe trabalhadora), mas, de um modo geral, pelas grandes transformações pelos quais passavam estas sociedades. O agravamento deste conflito surge na primeira metade do século XIX e é neste exato momento que surge a sociologia como um aparato teórico que pudesse explicar esta crise e possibilitasse a criação de instrumentos de controle social. Para podermos entender as circunstâncias que determinaram o surgimento da sociologia, devemos buscar explicar historicamente quais os fatores que contribuíram para estas mudanças de caráter social, cultural, econômico, político e filosófico. Principalmente as premissas de modelo econômico e modelo político fazem com que tenhamos que compreender os significados históricos dos conceitos de Estado moderno e capitalismo. Tenhamos que entender os momentos e fatores históricos que contribuíram para a formação destes elementos.

Primeiro temos que ter em mente que o capitalismo e a revolução industrial são aspectos de constituição da chamada era moderna. Este período histórico tem início com o fim da sociedade feudal na Europa, ciclo também descrito como Idade Média, iniciada com o fim do Império Romano do Ocidente em 476 dC (século V) e terminada com a que da de Constantinopla e o fim do Império Romano do Oriente (Império Bizantino) em 1453 (século XV).

Poilticamente, a Idade Média era caracterizada com a Europa centralizada no poder da igreja católica e pelo descentralização dos poderes nacionais. O cristianismo foi aceito como prática religiosa pelo imperador romano Constantino em 313 dC e decretada por Teodósio como a religião oficial do império romano em 390 dC. A Europa mais parecia uma imensa colcha de retalhos de propriedades de representantes da nobreza (os feudos) e que deviam algum tipo de obrigações a um poder central representado pelo rei. A ideia de Estado era muito tênue e os feudos eram regiões com um alto grau de autonomia, podendo se considerar como pequenos Estados.

O laço de vassalagem era feito de igual pra igual: nele, o suserano e seu vassalo estabeleciam um tipo de parceria, na qual deveria prevalecer valores como a fidelidade. A cadeia de vassalagem foi, lembre-se disso, o motivo mais importante para que o poder político no feudalismo fosse fragmentado; e, também, para que os reis medievais fossem mais suseranos que soberanos.

Com relação às relações de trabalho e produção:

Durante a Idade Média européia, os camponeses passaram, obrigatoriamente, a viver e trabalhar em um único lugar a serviço dos nobres latifundiários. Esses trabalhadores chamados servos que cuidavam das terras de seu dono, a quem chamavam de senhor, recebiam em troca uma humilde moradia, um pequeno terreno adjacente, alguns animais de granja e proteção ante os foragidos e os demais senhores. Os servos deviam entregar parte de sua própria colheita como pagamento e estavam sujeitos a muitas outras obrigações e impostos.

São nos momentos de transformação das sociedades que encontramos as respostas para o surgimento de fatores determinantes na constituição dos grupos sociais. Na história da humanidade podemos encontrar alguns momentos extremamente ricos em mudanças, algumas mais contínuas, outras descontínuas, processos graduais e lentos, quase imperceptíveis, outros demasiadamente drásticos, quase imediatos.

Para o nosso interesse, qual seja, o de identificar os fatores que contribuíram para o surgimento do Estado moderno como forma definida, mas mutante, de estrutura política e o estabelecimento da sociedade capitalista e as suas diversas consequências, alguns períodos apresentam fatos marcantes.

Um primeiro grande período de transição é o que vê o fim da sociedade medieval, do feudalismo como estrutura econômico-social e o surgimento da chamada “era moderna” na passagem do século XV para o século XVI. Pelos menos três acontecimentos contribuíram para este processo de mudança tão brutal. Antes de abordá-los é necessário ter em mente que processos de transformação quase nunca são lineares e diretamente graduais, na maioria das vezes há retrocessos, rápidos avanços, desvios e mudanças que no momento em que ocorrem são imperceptíveis.

As denominadas grandes navegações foram empreendimentos estatais que visavam encontrar alternativas de acesso a mercados que se encontravam naquele momento bloqueados. Para que estas empresas pudessem ter êxito, foram necessárias várias conquistas de caráter tecnológico. A construção naval aliada ao aumento da capacidade de localização e navegação, além dos avanços nas ciências cartográficas possibilitou aos Estados que os dominassem um grande avanço econômico e maior poder político. Portugal e Espanha foram os países que se lançaram a esta aventura de retorno garantido. O mapa mundi começaria a ser refeito, surgiriam muitas colônias de onde se podiam extrair produtos e materiais importantes economicamente para os europeus.

A forte concentração do poder político nas mãos da Igreja somada à estrutura social feudal, fez com que na idade média houvesse uma desintegração e enfraquecimento da figura do Estado. As grandes navegações tiveram o papel de reforçar a figura do Estado nacional a partir do crescimento das economias européias. Para isso era necessário que se encontrassem alternativas de acesso aos mercados fornecedores do oriente e a busca de novos.

O período inicial da era moderna, chamado de renascença, viu um grande florescimento cultural e científico do continente europeu. A filosofia tomista realizada pelos religiosos, cuja base era idealista, começava a dar lugar a uma nova visão de ciência, já separada da filosofia e agora com um caráter muito mais pragmático. A ciência e o pensamento filosófico da renascença saia do campo das idéias puras para a seara da experimentação, do empirismo. Homens viam na ciência a potencialidade de gerar mudanças na vida, no cotidiano humano, para melhor. Este saber que quer ser útil origina um campo de novas descobertas e invenções, mesmo sob o jugo ainda forte de uma igreja católica francamente obscurantista. É a era dos inventores, é o momento em que o homem impõe a sua marca na história. Deixa de ser um coletivo informe para ser um indivíduo realizador. Da Vinci é a figura característica deste reflorescimento do homem na história da humanidade. O criador, o homem prático,

...

Baixar como (para membros premium)  txt (22.5 Kb)  
Continuar por mais 13 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com