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A Teoria Como Projeto

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Por:   •  16/6/2013  •  514 Palavras (3 Páginas)  •  461 Visualizações

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No livro ‘ A Teoria como Projeto’, Guilherme Bueno faz diversas referências do século XIX e que o século XX incorpora na construção de uma nova história e uma crítica da arte moderna. Ao longo do livro, o autor examina como a arte moderna ingressou na história, mostrando como os intelectuais desse período construíram suas carreiras e explica algumas de suas concepções.

O ponto de partida está no século XVIII, que segundo o autor relata, o Iluminismo concluiu a crise vinda desde a Reforma Protestante, colocando em jogo a crença humana de encontrar seu destino na divindade. Indagações sobre o poder divino constituem o cenário do nascimento da crítica e da história da arte moderna, que teriam surgido a partir da assimilação de três grandes referências do século XIX.

A primeira seria Baudelaire, que entre outros atributos, fornece elementos fundadores da crítica moderna ao deixar de lado o suposto ideal de imparcialidade e assumir o partido das escolhas apaixonadas. A segunda referência é o intelectual alemão Karl Marx com uma das contribuições mais importantes, na qual a história não existe como simples consequência e aonde não somos apenas produtos de uma época ou de um meio, mas carregamos conosco a eficácia de transformá-la, de estarmos em sua fabricação. Já a terceira, vinda do século XIX, considerada por Guilherme Bueno como “basilar para as teorias nascidas desde 1900”, encontra-se no círculo de pensadores neokantianos alemães consequentes da“ Pura Visualidade”, mostradas no livro na figura de Heinrich Wöfflin.

O historiador de arte suíço conclui que a arte se desenvolve como um processo evolutivo, que pode ser classificada entre dois grandes conjuntos: o “linear” e o “pictórico”. O período moderno é então marcado por repercussões dessas referências, que ligam as principais linhas da historiografia da arte do século XX. Portanto, é definido por Guilherme Bueno como um campo de projetos, onde todos estão juntos na mesma ideia da capacidade transformadora da arte, ocorrendo um remodelamento da mesma na sociedade sobre pontos de vista democráticos e universalistas. Mas em todos eles, a história viria sempre acompanhada da crença em expressões como “progresso”, “evolução”, “avanço”.

De vários exemplos de como se escreveu a história da arte moderna, Guilherme Bueno destaca três projetos: dos historiadores e críticos de arte Giulio Carlo Argan e Clement Greenberg, e do historiador de arquitetura Henry-Russel Hitchcock. Os três projetos remontam a dois contextos quase opostos. Por um lado, o italiano Argan constrói seu projeto moderno em meio a um clima de nostalgia e pessimismo de uma Europa destruída pelo pós-guerra. Por outro, a capital da arte deixava de ser Paris ou Roma e agora se transferia para Nova York. Nos Estados Unidos, os projetos norte-americanos como os de Greenberg e Hitchcock, ocorreram em defesa da arte moderna como um projeto humanista, trazendo assim, intelectuais europeus para a América.

Atualmente, em um momento em que o circuito de artes visuais brasileiro encontra-se em uma ordem cada vez maior de internacionalização e alta valorização de artistas brasileiros contemporâneos no exterior, é fundamental que tenhamos ainda a vantagem sobre a obra crítica da nossa própria história.

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