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O Fandango Caiçara

Por:   •  12/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  742 Palavras (3 Páginas)  •  146 Visualizações

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O Fandango Caiçara é uma expressão, podemos dizer que “artística”, que abrange linguagens como música, coreografia, poesia e festividades. Tem uma forte ocorrência no litoral sul de São Paulo (Cananeia e Iguape), e no litoral norte do Paraná (Morretes, Paranaguá e Guaraqueçaba), entre as comunidades caiçaras que habitam esses locais. Sua forma de expressão é extremamente complexa, pois envolve não só música e dança, mas também o divertimento, a religiosidade, os saberes familiares, o trabalho, entre outras práticas.

Tem sua origem portuguesa e chegou ao Brasil pelos Portugueses Açorianos, habitantes do arquipélago transcontinental dos Açores, região autônoma a coroa portuguesa, com grande influência Espanhola. Era sempre executado junto com o Intrudo, o antigo Carnaval, e no Paraná já com o nome de Fandango era sempre acompanhado do Barreado, comida típica paranaense.

De acordo com o local que estamos, classificam as danças como marcas ou modas, que podem ser valsadas ou bailadas, em pares ou coreografias específicas, com batidas ou rufadas, sempre marcadas pelo palmeado ou o tamanqueado masculino. No fandango é muito comum o uso de tamanco pelos homens para bater conforme o ritmo da música que está sendo tocada, o que acabou dando o apelido de baile ruidoso. Pimentel, Pereira e Corrêa (Ibidem: 6 e 7, grifos dos autores) afirmam existir mais de duzentas marcas ou modas que são dançadas de forma bem característica:

“[..] os batidos se caracterizam, resumidamente, por um conjunto de danças de roda, homens alternando mulheres, dançando em sentido anti-horário, os homens sapateando vigorosamente. Por isso, em uma boa casa para fandango, o chão tem de ser de madeira forte, disposta em tábuas largas de forma a que aguente ao longo de toda uma noite ao sapateado dos homens”.

Entre os batidos mais conhecidos no Paraná, temos o anu, o marinheiro, a andorinha e a queromana. Já entre os valsados, a chamarrita, que normalmente dá início a festividade do fandango saudando o dono da festa, e o dandão são os mais comuns.

Os instrumentos do Fandango são, geralmente, fabricados de forma artesanal. A viola Branca, ou viola fandangueira, as rabecas e adufos, são afinados para serem tocados caracteristicamente no fandango caiçara. A grande maioria das chimarritas não possuem refrão, o violeiro canta as estrofes que já tem decoradas, os violeiros e a rabeca acompanham o cantor em uníssono tocando alguns solos tradicionais entre as estrofes; já no dandão, quase todas possuem refrão e a música não tem uma ordem de começo e fim, pode-se começar pelo refrão que também é tocado após a despedida. A união dos instrumentos, a batida dos tamancos dos homens e/ou a dança de casais é o que caracteriza e diferencia o fandango caiçara dos demais tocados por todo o território nacional.

Comunidades caiçaras se uniram, escolhendo seus fandangueiros para criar o projeto do Museu Vivo do Fandango alegando que essa expressão estava sendo perdida com o passar do tempo pelo desinteresse dos jovens em aprender e prosseguir com a cultura. Em 2004, o projeto é aprovado pelo programa Petrobrás e em 2005 é certificado pela Lei Federal de Incentivo a Cultura. Nesse ano ocorreu o I Encontro de Fandango e Cultura Caiçara, que teve sua segunda edição em julho de 2008 em Guaraqueçaba – PR, que foi encerrado com a entrega oficial do pedido de

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