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Anthony Giddens - Construção Da Identidade Na Sociedade Moderna

Por:   •  6/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.193 Palavras (13 Páginas)  •  1.299 Visualizações

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Titulo: Construção Da Identidade Na Sociedade Moderna

Resumo: O presente trabalho pretende desenvolver uma analise a acerca do conceito de identidade desenvolvido por Anthony Giddens, mostrando como a modernidade pode ser capaz de modificar as relações sociais de forma global. Para tanto partiremos do que seria a chamada alta modernidade ou modernidade tardia, relacionando-a com o processo de globalização, e suas implicações nas vidas dos indivíduos, na forma de mudanças, transformações e construções das identidades e das auto-identidades. Em seguida será exposta de forma breve e objetiva, a noção de modernidade liquida, de identidade e de auto-identidade, proposta por Zygmunt Bauman no que tange a relacionar com as idéias de Anthony Giddens a respeito das mesmas.

Palavras-chave: Modernidade, identidade, globalização, segurança, riscos, auto-identidade.


  1. Sobre o Autor.

Sociólogo Britânico, Anthony Giddens nasceu em 1938. É considerado por muitos autores como um dos mais importantes teóricos do pensamento social contemporâneo, contribuindo amplamente para a interpretação da teoria sociológica clássica. Giddens introduziu em seus estudos o termo estruturação ou a teoria da estruturação que de maneira sintética, se define como um esforço em integrar a ação à estrutura. O autor desenvolveu críticas a pós-modernidade, que diferentemente de muitos autores prefere falar na reflexividade da modernidade e na modernidade tardia. Giddens explorou também vários temas, como: os problemas da análise de classes, o impacto dos conflitos internacionais nas relações sociais e a sociologia das emoções, elites e poder, identidade pessoal e social, a família, relações e sexualidade e etc. Dentre suas principais obras figura-se: “Consequências da Modernidade”, “A constituição da Modernidade” e a celebre “Modernidade e Identidade”, que será exposto posteriormente, onde o ponto central de analise esta pautado no conceito de identidade e das implicações da modernidade e da Globalização na construção da auto-identidade.

  1. O conceito de identidade de acordo Anthony Giddens e Zigmunt Bauman .

Para adentrarmos no campo de analise referente ao conceito de identidade que tanto Giddens e Bauman abordam em suas analises sociológicas, é importante situar o caminho que ambos partiram e percorreram para se chegar a tal conclusão.

Iniciando esta análise, podemos observar que para Giddens o que deu início a transformação na identidade foi o rompimento da ordem dita tradicional em direção a uma ordem dita moderna. Desse modo seria importante salientar os aspectos e concepções a acerca do que Giddens denomina de Alta modernidade ou modernidade tardia, que se torna ponto alto no entendimento deste processo transformador da identidade, que em seguida perpassa para o que ele denomina de auto-identidade.  

Como se pode notar na obra: Modernidade e identidade de Anthony Giddens, a modernidade se apresenta e ao mesmo tempo se refere a um modo de vida, de costumes e de organização social, que emerge na Europa por volta do século XVII. Para isso ele nos apresenta em sua obra elementos que ajudam a identificar essas transformações, sobretudo nas instituições sociais tradicionais, para as ditas modernas que seriam em primeiro lugar: que a modernidade possui um ritmo dinâmico e acelerado das mudanças; em segundo lugar, gira em torno de que essas mudanças atingem toda a superfície da terra; e o último elemento seria o desenvolvimento de instituições modernas caracterizada, sobretudo pelo surgimento do estado-nação.

Sendo assim, os diversos fatores que implicam no aspecto dinâmico da modernidade como: a separação do tempo e espaço, os mecanismos de desencaixe e reflexividade institucional, que em decorrência disso, vão gerar grandes consequências para o “eu” e para as identidades de acordo com as concepções do teórico britânico.

Deste modo os mecanismos que foram ditos anteriormente, fazem com que as identidades deixem de ser localizadas ou relacionadas a grupos locais, e passem a ser globais. Portanto, a reflexividade que Giddens observa como aspecto acentuado na modernidade tardia, juntamente com os sistemas de desencaixe ou da mediação das experiências pelos meios de comunicação, expõe em certo momento a novas informações, que podem assim levar a reformulação de nós mesmos e das práticas sociais desenvolvidas nas instituições da alta modernidade. Sendo assim a modernidade tardia se diferencia, pela forma como as pessoas pensam, agem, constroem e vivenciam suas identidades, que é enfatizado por Giddens quanto ao aspecto marcante da construção da auto-identidade.

Por isso Giddens aponta como uma das características mais importantes dentro da modernidade é o fato da acentuada reflexividade das práticas sociais, que na modernidade dita tardia se radicaliza, e em consequência disso as práticas sociais cada vez mais são revisadas com uma grande velocidade sob a luz de conhecimentos, tornando a modernidade cada vez mais imprevisível, impedindo assim qualquer possibilidade de ordenamento racional da sociedade e do meio ambiente. É certo que para Giddens, a modernidade traz à tona os aspectos de globalização que trazem consigo consequências importantes para toda vida social em contornos globais, sobretudo, no tange aos riscos evidenciados na alta modernidade que vão desde riscos ambientais, de saúde, estendendo-se a âmbitos institucionais como familiar e entre outros.

Isso é notório a partir do momento que a modernidade tardia coloca em evidencia uma de suas características, que é o desenvolvimento industrial e a produção das tecnologias que se expandem no contexto global de forma dinâmica, acarretando em certa proporção novos riscos que em contextos tradicionais não eram vistos. Onde esse novo mundo que se apresenta ao indivíduo proporciona certa “impotência” em que a sociedade tem a sensação de incerteza e de impossibilidade de controle do desenvolvimento. E por esses motivos as sociedades modernas são obrigadas a refletir sobre si mesmas, e simultaneamente desenvolvendo a capacidade de refletir retrospectivamente sobre si mesmas, ao passo que o conhecimento científico vem substituindo a tradição, na busca dos indivíduos por fontes de segurança.

Assim o indivíduo deve confrontar seus excessos, passando a assumir-se como objeto de reflexão e exercendo assim uma crítica racional sobre o próprio sistema, tornando-se um tema e um problema para si mesmo. Onde o indivíduo passa a refletir sobre o mundo em que vive e “exerce uma análise racional das consequências de fatos passados, das condições atuais e da probabilidade de perigos futuros, procurando assim minimizar os perigos, à medida que esse futuro vai-se tornando presente”.

De forma simplificada podemos compreender na perspectiva de Giddens, que: risco e perigo são “são vividos em relação com a segurança ontológica”, pelo fato de que nas sociedades pré-modernas, a confiança era depositada nas pessoas, que acreditavam em preceitos de fontes religiosas, sendo que nas sociedades modernas, a confiança é depositada nos “sistemas abstratos” que tentem a proporcionar um mínimo de segurança. Esta segurança ontológica que antes era fornecida pelas sociedades tradicionais, rompe-se a partir do surgimento da alta modernidade e o advento da industrialização, que pelo seu caráter dinâmico e pela consequente eminência de risco, está sendo buscada cada vez mais nos contextos atuais e na segurança que o sentido de identidade pode oferecer. Onde a busca por tal segurança, vai se dá no âmbito individual, nas relações cada vez mais individualizadas do dia a dia.

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