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Capitães da areia Jorge Amado

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Por:   •  18/11/2014  •  Resenha  •  1.764 Palavras (8 Páginas)  •  366 Visualizações

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Apresenta

Capitães da areia

Jorge Amado

Crianças ladronas

As aventuras sinistras dos "Capitães da Areia" - A cidade infestada por crianças

que vivem do furto - urge uma providência do Juiz de Menores e do chefe de

polícia

- ontem houve mais um assalto

Já por várias vezes o nosso jornal, que é sem dúvida o órgão das mais legítimas

aspirações da população baiana, tem trazido noticias sobre a atividade criminosa

dos "Capitães da Areia", nome pelo qual é conhecido o grupo de meninos

assaltantes e ladrões que infestam a nossa urbe. Essas crianças que tão cedo se

dedicaram

à tenebrosa carreira do crime não têm moradia certa ou pelo menos a sua moradia

ainda não foi localizada. Como também ainda não foi localizado o local onde

escondem

o produto dos seus assaltos, que se tornam diários, fazendo Jus a unia Imediata

providência do Juiz de Menores e do dr. Chefe de Polícia.

Esse bando que vive da rapina se compõe, pelo que se sabe, de uni número

superior a 100 crianças das mais diversas idades, indo desde os8 aos 16 anos.

Crianças

que, naturalmente devido ao desprezo dado à sua educação por pais pouco

servidos de sentimentos cristãos, se entregaram no verdor dos anos a uma vida

criminosa.

São chamados de "Capitães da Areia" porque o cais é o seu quartel-general. E

têm por comandante um mascote dos seus 14 anos, que é o mais terrível de

todos, não

só ladrão, como já autor de um crime de ferimentos graves, praticado na tarde de

ontem. Infelizmente a Identidade deste chefe é desconhecida.

(p. 4)

O que se faz necessário é unia urgente providência da policia e do juizado de

menores no sentido da extinção desse bando e para que recolham esses

precoces criminosos,

que já não deixam a cidade dormir em paz o seu sono tão merecido, aos Institutos

de reforma de crianças ou às prisões. Passemos agora a relatar o assalto de

ontem,

do qual foi vítima um honrado comerciante da nossa praça, que teve sua

residência furtada em mais de um conto de réis e um seu empregado ferido pelo

desalmado chefe

dessa malta de jovens bandidos.

Na residência do comendador Jose Ferreira

No Corredor da Vitória, coração do mais chique bairro da cidade, se eleva a bela

vivenda do Comendador José Ferreira, dos mais abastados e acreditados

negociantes

desta praga, com loja de fazendas na rua Portugal. É um gosto ver o palacete do

comendador, cercado de jardins, na sua arquitetura colonial. Pois ontem esse

remanso

de paz e trabalho honesto passou uma hora de indescritível agitação e susto com

a invasão que sofreu por parte dos "Capitães da Areia".

Os relógios badalavam as três horas da tarde e a cidade abafava de calor

quando o jardineiro notou que algumas crianças vestidas de molambos rondavam

o jardim

da residência do comendador. O jardineiro tratou de afastar da frente da casa

aqueles incômodos visitantes. E, como eles continuassem o seu caminho,

descendo a rua,

Ramiro, o jardineiro, volveu ao seu trabalho nos jardins do fiando do palacete.

Minutos depois, porém, era o

(p. 5)

Assalto

Não tinham passado ainda cinco minutos quando o jardineiro Ramiro ouviu gritos

assustados vindos do interior da residência. Eram gritos de pessoas terrivelmente

assustadas. Armando-se de uma foice o jardineiro penetrou na casa e mal teve

tempo de ver vários moleques que, como um bando de demônios (na expressão

curiosa de

Ramiro), fugiam saltando as janelas, carregados com objetos de valor da sala de

jantar. A empregada que havia gritado estava cuidando da senhora do

comendador, que

tivera um ligeiro desmaio em virtude do susto que passara. O Jardineiro dirigiu-se

às pressas para o jardim, onde teve lugar a

Luta

Aconteceu que no jardim a linda criança que é Raul Ferreira, de 11 anos, neto do

comendador, que se achava de visita aos avós, conversava com o chefe dos

"Capitães

da Areia", que é reconhecível devido a um talho que tem no rosto. Na sua

inocência, Raul ria para o malvado, que sem dúvida pensava em furtá-lo. O

jardineiro se

atirou então em cima do ladrão. Não esperava, porém, pela reação do

...

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