Fundamentos Teóricos Metodológicos Do Serviço Social
Casos: Fundamentos Teóricos Metodológicos Do Serviço Social. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: sandozena • 26/3/2014 • 2.209 Palavras (9 Páginas) • 513 Visualizações
1. Introdução.
A origem do Serviço Social está vinculada à igreja católica, através de ações sociais relacionadas às transformações que atravessavam a sociedade brasileira.
Nas primeiras escolas fundadas pelos cristãos, frequentavam alunos de classe média, a fim de gratificação pessoal e remuneração.
No Brasil, o Serviço Social apropriou-se da metodologia de trabalho americana e o movimento de reconceituação foi movido pelos impactos das teorias e tentativas de práticas desenvolvimentistas. Com o surgimento de novas demandas sociais, um reposicionamento também foi exigido dos profissionais de Serviço Social, no qual pudessem unir a prática com a teoria, desvinculando-as do assistencialismo e da caridade.
A questão principal em seu reposicionamento seria um profissional que garantisse os direitos dos usuários, de acordo com as reais necessidades destes, e que com engajamento e ética, atuassem embasados na situação econômica e política do Brasil.
Buscava-se um profissional crítico e capaz de argumentar, que realizasse ações, e não mais fosse padronizado. Levar a cientificidade ao Serviço Social exigiria um conhecimento maior e qualificado. Eis a necessidade de ‘abraçar’ outras vertentes, como por exemplo, a filosófica, a histórica, a antropológica etc., tendo essas bases, o Serviço Social poderia escrever sua própria história, reparando erros passados e lutando por reconhecimento.
Desde 1964 com o encontro de escolas de Serviço Social do nordeste, e alguns anos após, com Araxá e Teresópolis, obviamente, grandes conquistas foram realizadas, porém, muito ainda há de ser questionado, e resolvido. Novas demandas surgem de tempos em tempos, obrigando o profissional a se informar cada vez mais, em busca de uma interpretação contundente a respeito de suas ações, como por exemplo, a quem se deve servir realmente, ao Estado ou o usuário? Estariam às ações da autocracia burguesa, de fato, aniquiladas de todo processo ideológico?
2. O Serviço Social: Paradoxos e Reconceituação.
O Serviço Social surgiu como prática assistencialista, tendo vínculos com a igreja, e também, como estratégia da classe burguesa, de influenciar as ações dos trabalhadores.
Em 1932, com influências das escolas de Serviço Social da América Latina, o Serviço Social brasileiro, ganhou uma nova perspectiva, e a preocupação com o desenvolvimento de uma sociedade mais igualitária era predominante. Teorias marxistas foram adotadas, questionamentos ganharam força. Havia uma maior visibilidade sobre os problemas sociais brasileiros, assim como a educação, a saúde, e garantias de bem estar, de uma vida mais digna. A reflexão foi sobre qual o principal papel do Assistente Social em relação aos problemas sociais.
O conservadorismo precisava dar espaço a novas vertentes e a ações mais eficazes. Seria o momento propício para a ruptura com o tradicionalismo, analisando a realidade brasileira, que consequentemente levou a uma nova abordagem teórica e prática, visto que, ambas influenciam-se e completam-se, sendo impossível separá-las.
Com o apoio de instituições públicas (SUDENE, SUDAM, SUDESUL) e por iniciativa da igreja católica, grandes projetos foram implantados, revelando uma realidade subdesenvolvida na América Latina, deixando de ser assunto só para economistas e sociólogos, mas também para técnicos do serviço social e a população em geral.
Foi então, que eventos importantes ocorreram entre 1964 a 1970, como a primeira manifestação grupal de crítica ao Serviço Social tradicional no Nordeste, o evento de Araxá que estudou novos métodos de ensino e melhores condições de vida, baseados na Declaração dos Direitos Humanos e o encontro de Teresópolis, também de grande importância, pois, através deste foi aprovada uma nova metodologia de ensino para formação de assistentes sociais, com o objetivo de não só executarem as políticas sociais, mas que as formulassem e pudessem geri-las, valorizando a ação prática-imediata do profissional e a cientificidade do Serviço Social.
De acordo com Netto, 2005, pag. 146 e apud Faleiros, 1987, pag. 51:
“A reconceituação é sem qualquer duvida, parte integrante do processo de erosão do Serviço social “tradicional” e, portanto, nesta medida, partilha de suas causalidades e características. Como tal, ela não pode ser pensada sem a referência ao quadro global (econômico-social, político, cultural e estritamente profissional) em que aquele se desenvolve. No entanto, ela se apresenta com nítidas peculiaridades, procedentes das particularidades latino-americanas; nas nossas latitudes, a ruptura com o serviço Social tradicional se inscreve na dinâmica de rompimento das amarras imperialistas, de luta pela libertação nacional e de transformação da estrutura capitalista excludente, concentradora”.
O movimento de reconceituação foi um grande marco para o trabalho do Assistente Social, tendo como princípios, preocupações com a formação de uma sociedade mais justa, mais igualitária, na busca e incentivo pela luta dos direitos de cada indivíduo, das minorias. Entende-se que o Serviço Social não é um trabalho rotineiro e nem exato, deve-se estudar cada caso com embasamento ético, levando sempre em consideração o bem estar do usuário e claro, seus direitos.
Muitos casos levam mais tempo para serem solucionados, e muitas vezes, o profissional, mesmo na atualidade, vê-se preso à burocracia e à falta de cooperação.
Avaliando todo o contexto social, político e histórico do Serviço Social, verificam-se as dificuldades e a má informação a respeito da prática profissional, tendo este, que lutar contra a associação ao assistencialismo, à benevolência, e também, aos laços que amordaçam ainda hoje a profissão aos interesses de uma determinada classe social autocrata.
2.2 A importância da teorização do Serviço Social: Documento do Alto de Boa Vista e os Seminários de Araxá e Teresópolis.
A maior contribuição para o Serviço Social brasileiro ocorreu durante os anos de 1967 e 1970, com dois seminários que explicitaram as opiniões dos assistentes sociais daquele período, e mostraram a necessidade da evolução profissional, que diante de questionamentos surgidos, determinaram que a teoria e a prática não mais poderiam servir como modelos futuros. Reflexões e críticas foram feitas, a respeito do posicionamento, ideais, métodos e contextualização histórica do Serviço Social.
Esses encontros regionais realizados pela
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