O Planejamento E Organização Do Trabalho Docente
Por: Portal Uno Mídias • 19/4/2023 • Pesquisas Acadêmicas • 3.463 Palavras (14 Páginas) • 52 Visualizações
O PROCESSO DE DIVULGAÇÃO DE TRATAMENTOS TRADICIONAIS NO CENTRO DE MEDICINA INDÍGENA BAHSERIKOWI EM MANAUS
SOUZA, F.C. S; FERNANDES, R.S.
RESUMO
Esse artigo é uma apreciação realizada com base em pesquisa desenvolvida no Centro de Medicina Indígena Bahserikowi de Manaus, pelo o estudante do curso de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Etnicidade e Políticas Públicas na Amazônia. Abordando as práticas de informações e divulgações ideológicas dos conhecimentos tradicionais da medicina indígena Bahserikowi localizada no Centro histórico de Manaus através feiras, exposições, workshop, lançamentos e redes sociais para o mundo. Considerando as técnicas de tratamento em saúde através do conhecimento indígena como: banhos, defumações, rituais e benzimentos.
Palavras chave: Medicina Indígena; divulgação; conhecimentos tradicionais.
ABSTRACT
This article is an appreciation based on research conducted at the Bahserikowi Indigenous Medicine Center in Manaus, by the student of the Postgraduate Course in Development, Ethnicity and Public Policy in the Amazon. Addressing the practices of information and ideological dissemination of traditional knowledge of indigenous medicine Bahserikowi located in the historic center of Manaus through fairs, exhibitions, workshop, launches and social networks to the world. Considering health treatment techniques through indigenous knowledge such as: baths, smoking, ritual blessings.
Keywords: Indigenous Medicine; disclosure; traditional knowledge.
INTRODUÇÃO
Em 06 junho de 2017 foi inaugurado o Bahserikowi’i, primeiro Centro de Medicina dos Povos Indígenas do Amazonas, localizado no Centro Histórico de Manaus, por iniciativa do doutorando em Antropologia pela Universidade Federal do Amazonas, João Paulo Barreto, indígena do Alto Rio Negro, membro do povo Yepamahsã (Tukano) com apoio dos Kumuã (pajés) Manoel Lima da etnia Tuyuca, além de, Ovídio Lemos Barreto e José Maria Barreto, ambos da etnia Yepamahsã.
A iniciativa do centro é fruto de experiências pessoais e familiares ao longo de doze anos, algumas negativas e outras positivas, no confronto entre o modelo de conhecimentos indígenas e a ciência, sobretudo com o modelo de tratamento de saúde biomédico (BARRETO, 2017).
No espaço do Bahserikowi’i funcionam os projetos de Medicina Indígena, Amazônia Originários, Programa de Cursos de Línguas Indígenas e Cosmologias Indígenas e Saúde. Neste sentido, para BARRETO (2017), muitos conceitos criados pela ciência para entender ou “desvendar” o sistema de conhecimentos indígenas produziram um imaginário distorcido e muito distante das concepções indígenas.
A partir dessa discussão, a intenção é problematizar políticas públicas de saúde prestadas aos povos indígenas e o lugar dos especialistas indígenas em processos de cura, com foco na implementação do Centro de Medicina Indígena da Amazônia, que se qualifica como um projeto para fortalecer a identidade étnica, cultural e a organização social dos povos originários, além de ser uma fonte de renda para as famílias e comunidades.
O centro tem como objetivo, apontar como o modo de pensar a doença é também o modo de pensar o equilíbrio e desequilíbrio do cosmos, portanto não tendo como pressuposto a noção de indivíduo e os limites de espaços físicos ou corpos meramente orgânicos. O coordenador geral do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi’i, João Paulo Lima Barreto (da etnia Tukano), diz que falta, além de mais pesquisas, um contato mais próximo por parte dos órgãos de saúde a respeito das técnicas terapêuticas tradicionais. “Não há um diálogo entre o poder público e os saberes dos indígenas para que haja uma integração, de fato. Isso é fruto de um processo longo de discriminação e não compreensão das práticas terapêuticas indígenas, que sempre foram colocadas numa lógica de feitiçaria, não como um conhecimento diferente, que engloba não somente a parte física das pessoas, mas o lado psicológico e espiritual.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os métodos para a elaboração deste foi feita, através de pesquisa bibliográfica, artigos publicados, coleta de dados realizados através de visitas no loco e entrevistas não estruturadas. A referência bibliográfica conta com uma quantidade considerável de obras e autores com conhecimento em medicinas tradicionais. A apuração de dados foi feita com a metodologia quantitativa, qualitativa, campo, e observatório procurando uma análise precisa sobre o assunto.
Em procedimentos metodológicos, devem-se explicar os métodos que são empregados (comparativo, histórico, estatístico etc.) se a pesquisa foi trabalhada com o método estatístico será necessário explicar também o tipo de amostragem. É oportuno mencionar que nem todos os projetos seguem essas mesmas orientações metodológicas, uma vez que tal fato depende do objetivo de cada pesquisa. (FACHIN, 2003, p.115).
Foram realizadas pesquisas bibliográficas através de obras e autores de diversos artigos de outras instituições, com embasamento no eixo da Medicina Tradicional, aliando a metodologia do autor FACHIN (2003) e coletas de dados realizadas através de analises critica, através de observações na pesquisa de campo dentro do Centro de Medicina dos Povos Indígenas.
A pesquisa descritiva aconteceu durante as visitas no Centro de Medicina Indígena da Amazônia, localizado no bairro Centro de Manaus, onde foram coletados procedimentos das observações entrevistas com os alunos, análise documental da problemática, entre outras observações que irão surgindo no decorrer da pesquisa para a elaboração do artigo, seguindo os métodos de THIOLLENT (2000).
Foram utilizados outros recursos como pesquisas em jornais locais, revistas e internet, que contribuíram bastante para a realização do artigo, com foco na produção científica para ser trabalhado os processos de divulgação de tratamentos tradicionais no Centro de Medicina Indígena Bahserikowi em Manaus.
FUNDAMENTACAO TEORICA.
Breve caracterização da medicina tradicional Bahserikowi´i
Embora o objetivo do espaço Bahserikowi´i seja que as pessoas possam conhecer outras formas de tratamento a partir da perspectiva dos povos Yepamahsã, as terapias indígenas seguem sendo encaradas como uma prática religiosa, tanto que nenhuma delas figura entre as 29 Práticas Integrativas e Complementares (PICS) regulamentadas e oferecidas gratuitamente à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Na nossa sociedade, a ciência da Biomedicina, também conhecida como medicina oficial ou medicina científica se beneficia de status e poderes não recebidos por outros sistemas de conhecimento sobre a saúde. Esta ciência é autorizada para julgar e legitimar, ou não a validade dos outros conhecimentos e práticas de medicina tradicional. (LANGDON, 1994, p. 139).
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