Resenha Joaquin Flores. A reinvenção dos Direitos Humanos

O autor, nesse capítulo, faz uma análise sobre os direitos humanos. Ele observa como desde sua criação os direitos humanos passaram por mudanças, mas não mudanças nas suas intenções mas mudanças em como era enxergado socialmente.

O autor observa como a partir da década de 70, os direitos humanos foram perdendo seu significado e sendo consumidos pelo liberalismo, com o desregulamento do mercado que acaba gerando perdas dos direitos básicos sociais dos trabalhadores. Então, a partir desse desregulamento, pode-se observar pessoas entrando em extrema pobreza, tendo que imigrar atrás de trabalho e sendo discriminadas.

A falta de seguridade de emprego, que vai permitir lazer, bem-estar, enfim… qualidade de vida em um geral, gera um êxodo de cidadãos de países latinos, árabes – países onde geralmente a população é vista como subalterno, marginalizada pelos EUA e Europa – para os EUA ou Europa em busca de trabalho e isso gera impactos interculturais.

Além da xenofobia sofrida pelos imigrantes do que, socio-geograficamente chamamos de norte, o Sul não reconhece como os imigrantes majoritariamente sustenta a economia desses países pois são eles que aceitam realizar trabalhos que geralmente não são aceitos por residentes locais.

O autor também traz no texto as visões acerca dos direitos humanos, sendo elas: Visão Abstrata e Visão Localista.

A visão abstrata é a visão vazia de conteúdo, referenciada nas circunstâncias reais das pessoas e centrada na concepção ocidental de direito. A visão localista predomina o “próprio”, o nosso, com respeito ao dos outros e centralizado na ideia particular de cultura e de valor da diferença, porque o direito visto a partir da sua aparente neutralidade pretende garantir a “todos” e não a uns perante outros. (FLORES, 2009). Também conta com a Visão complexa:

visão complexa dos direitos aposta em uma racionalidade de resistência. Uma racionalidade que não nega que se possa chegar a uma síntese universal das diferentes opções antes os direitos e também não descarta a virtualidade das lutas pelo reconhecimento das diferenças étnicas ou de gênero. O que não aceitamos

é considerar o universal como um ponto de partida ou um campo de desencontros.

Também observa como o criminoso é um produto criado pela sociedade e não um produto contra a sociedade. Enfim, o texto é rico em compreensões analíticas sobre os direitos humanos e não somente como uma série de regras, mas como algo que quando tomado pelo capitalismo e liberalismo gera na sociedade uma onda de consequências.