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Resenha - Ética Protestante E O Espírito Do Capitalismo

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Por:   •  2/7/2013  •  498 Palavras (2 Páginas)  •  1.481 Visualizações

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Resenha - "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", por Max Weber

O livro do sociólogo alemão Max Weber trata, em sua essência, da interação de ideias religiosas com comportamento econômico, refletindo sobre o fato de que que a "atual" estruturação capitalista está diretamente ligada à doutrina religiosa vigente, mesmo que esta possua como discurso moral a aversão ou repúdio ao acumulo de capital (riqueza).

Ao meu ver, a pergunta a ser respondida ou discutida por Weber em sua publicação é "Até onde as doutrinas religiosas influenciaram a sociedade?", analisando desde as sociedades antigas onde se iniciou a aliança ou contato entre religião e economia, até o momento em que o escritor vive (1905), mas principalmente das influências exercidas tanto pela Igreja Católica quanto pela Protestante na construção do Capitalismo Ocidental.

Basicamente, na época do sistema feudal, a Igreja tinha total influência nas relações econômicas, condenando o lucro e tendo como "fonte de riquezas", a posse de terras. Com o surgimento de uma classe mercantil burguesa, em que a terra perde seu alto valor, permitindo assim maior mobilidade social (se é que existia alguma antes disso); e também com o questionamento (muitas vezes, radical) feito pelas novas doutrinas às práticas e condutas da Igreja Católica.

A partir de então, o autor credita o sucesso nos empreendimentos à formação dessa nova ética religiosa, que via no trabalho uma obrigação do indivíduo, uma vez que Deus lhe permitiu isso, devido ao que Ele lhe oferecera. Isto torna o trabalho religioso, tornando totalmente condenável o ócio, perceptível na etimologia da palavra "NEGÓCIO", que significa a NEGAÇÃO DO ÓCIO, estabelecendo-se então o "espírito capitalista".

Esta é então, de acordo com a minha perspectiva, a diferença cultural existente entre, por exemplo, o Brasil e os EUA. Nós brasileiros, somos essencialmente colonizados por portugueses, provindos de um país de extrema devoção católica. A partir disto, explica-se o fato de que o brasileiro é preguiçoso ou tentar encurtar os caminhos para o sucesso, de forma que lhe poupe tempo e esforço, o "jeitinho brasileiro" de ser. Diferentemente dos EUA, que teve o início de sua colonização feita pelos Luteranos e Calvinistas expulsos da Inglaterra por Henrique VIII, a partir da criação da Igreja Anglicana. Tais religiosos promoveram no norte da América uma diferente forma de colonização, por povoamento, dispersando seus ideiais ao longo do vasto território norteamericano. Tal fato explica a enorme potência que é os EUA.

Contudo, vale ressaltar que o capitalismo selvagem, tão presente nos dias de hoje, não está vinculado a nenhum ideal religioso, por mais que o Protestantismo pregue o trabalho como "divino". Tal atitude é tratada como uma prática irracional, pois o homem existe em função de seu trabalho, e não do contrário, conduta fundamentada tão somente no egocentrismo ético, em que o homem é dominado pelo acúmulo material e produção de capital como finalidade de sua vida, perdendo sua essência, em que a aquisição material não é mais vista como forma de satisfação ou sustentação, tendo o favorecimento do trabalho em detrimento do lazer.

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