Uma análise sobre a felicidade e sofrimento: acessos entre Freud e Schopenhauer
Por: Belchris • 2/12/2019 • Trabalho acadêmico • 1.768 Palavras (8 Páginas) • 179 Visualizações
Uma análise sobre a felicidade e sofrimento: acessos entre Freud e Schopenhauer
Heracilia Costa Alencar
Orientação: Flávio Luiz de Castro Freitas
Resumo: O presente artigo tentara demonstrar umas aproximações entre a obra “ O mal-estar na civilização”, de Sigmund Freud, e a obra “ Metafísica do amor ”, de Arthur Schopenhauer, objetivando examinar sobre a relevância e manifestações da felicidade e do sofrimento humano, adequadamente com as colaborações da filosofia schopenhaueriana para a teoria psicanalítica freudiana. E possível notar que ambos os autores concordam que a felicidade é um projeto que não pode ser alcançado, mas que também não pode ser renunciado.
Palavras-chaves: Felicidade. Sofrimento. Freud. Schopenhauer
Abstrat:
Introdução
O mal-estar na civilização é um texto do médico e fundador da psicanálise Sigmund Freud que discute o fato da cultura - termo que o autor iguala à civilização - produzir um mal-estar nos seres humanos, pois que existe uma dicotomia entre os impulsos pulsionais e a civilização. Portanto, para o bem da civilização, o indivíduo é oprimido em suas pulsões e vive em mal-estar.
Foi escrito em 1929 e publicado pela primeira vez em alemão em 1930 como Das Unbehagen in der Kultur ("A inquietação na civilização"). Explorando o que Freud vê como o importante choque entre o desejo de individualidade e as expectativas da sociedade, o livro é considerado uma das obras mais importantes e mais lidas de Freud, e um dos livros mais influentes e estudados no campo da psicologia moderna. É onde Freud esboça a relação entre os elementos de sua teoria da consciência com uma teoria social, o outro texto é O futuro de uma ilusão.
A Metafísica do Amor constitui uma peca central do sistema de Schopenhauer, cheia de intuições geniais. A vontade, e a essência do mundo, tem o seu foco no impulso sexual; e a primeira vez na historia da filosofia, com excepção de Platão, que o sexo atinge dignidade metafisica.
Esta pesquisa tem como propósito observar e identificar as manifestações da felicidade e do sofrimento humano com base no acordo ou desacordo entre “ o mal esta na civilização” de Sigmund Freud e a “ metafísica do amor metafísica da morte” de Arthur Schopenhauer. Primeiramente ser demonstrado a colaboração da filosofia schopenhauriana para a psicanálise freudiana. Nesse sentido, dando se continuidade encontra-se uma manifestação de suma importância entre Freud e Schopenhauer sobre a felicidade e sofrimento humano adequando se com a convicção e veracidade de ambos os autores na devida ordem: a civilização, e a metafísica do amor.
Em sua pesquisa “ uma dificuldade no caminho da psicanálise”, 1917, Freud demonstra um compreensível achegamento de seus fundamentos com a filosofia. Neste escrito o psicanalista comenta e apresenta os três severos golpes que o narcisismo universal dos homens sofreu, até aquele momento. O primeiro desses golpes, o cosmológico, resultou da teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico, no século XVI, uma teoria astronômica, mas com importantes desdobramentos filosóficos, uma vez que o homem deixou de ocupar o centro do universo. O segundo golpe, o biológico, surgiu da tese darwiniana de que o homem não é um ser diferente dos animais, ou superior a eles. A terceira e última ferida narcísica, a psicológica, foi uma consequência da descoberta do inconsciente, pois se comprovou que as ações humanas são dirigidas por forças psíquicas que o próprio ser humano desconhece, isto é, “o ego não é o senhor da sua própria casa”. (FREUD, 1996, p.153) Ao final dos comentários sobre essa terceira ferida narcísica, Freud apresenta uma conclusão surpreendente:
Citação: Provavelmente muito poucas pessoas podem ter compreendido o significado, para a ciência e para a vida, do reconhecimento dos processos mentais inconscientes. Não foi, no entanto, a psicanálise, apressemo-nos a acrescentar, que deu esse primeiro passo. Há filósofos famosos que podem ser citados como precursores – acima de todos, o grande pensador Schopenhauer, cuja „Vontade‟ inconsciente equivale aos instintos mentais da psicanálise. Foi esse mesmo pensador, ademais, que em palavras de inesquecível impacto, advertiu a humanidade quanto à importância, ainda tão subestimada pela espécie humana, da sua ânsia sexual. (FREUD, 1996, p.153)
Permitindo à parcela sobre as contestações metafísicas e epistemológicas que as observações demonstradas ocasionam, e considerável notar que o próprio autor identifica as colaborações da filosofia para a psicanálise, especialmente no momento que transferiu ao filósofo Arthur Schopenhauer (1788-1860) a superioridade de adiantar a relevância de conhecimentos nesse sentido sobre os procedimentos psíquicos inconscientes, conteúdo essencial da teoria psicanalítica. Entretanto, são as considerações de Schopenhauer sobre o sofrimento e a felicidade que mais tem acertos no pensamento do filosofo da teoria psicanalítica freudiana.
Na obra “ o mundo como vontade e representação”, Schopenhauer admite que o autentico desejar é a natureza universal dos animais. E na classe humana da maneira que se demonstra a comprovação sobre a dualidade da aparência em vista a essência: a imposição e os obstáculos. Desse modo, em ambas as aparências, o sofrimento permanece corrente, visto que o homem atormenta-se tal por carência do objeto da vontade, ou seja, porque a imposição, no que diz respeito ao contentamento do seu desejo, cujo em decorrência é desejar, e o desgosto.[a] A existência dos indivíduos basear-se, dessa forma, de uma constante alterações dessas duas aparência do querer. E, por ultimo a vida equilibra a todos com a reunião desse modo, indispensável e irreparável declínio: a morte. Em a obra “ metafísica do amor e metafísica da morte” sobre a morte e sua relação com a indestrutibilidade de nosso ser em si. Com elas pretende solidificar, por um lado a concepção do amor sexual enquanto manifestação a mais direta da essência do mundo, a Vontade cega de vida, sedenta por existência, por outro, a morte enquanto mero desaparecimento do organismo gerado no ato sexual, concernindo apenas ao fenômeno, não ao ser intimo de cada particularidade. Em realidade, vida e morte, num jogo incessante, são emanações dessa única e mesma Vontade como coisa-em-si, da qual o mundo multifacetado diante de nós é mero espelho. As metafísicas do amor e da morte apresentam-nos filosoficamente a trama conceitual do grande drama cósmico que é a existência, pois a Vontade é intrinsecamente uma autodiscórdia consigo mesma, o que faz do enredo dessa peça algo muitas vezes trágico, como diz Schopenhauer ( toda vida é sofrimento ). ( Schopnhauer, ano: PG: VIII)
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