TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A CABEÇA BEM FEITA – REPENSAR A REFORMA – REFORMAR O PENSAMENTO

Por:   •  16/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.460 Palavras (10 Páginas)  •  370 Visualizações

Página 1 de 10

Universidade Federal Rural de Pernambuco

Programa de Pós Graduação Extensão Rural e Desenvolvimento Local – POSMEX

Disciplina: Metodologia do Ensino Superior

Discente: Taís Paranhos do Nascimento

Docente: Maria Aparecida Tenório Salvador da Costa

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO

A CABEÇA BEM FEITA – REPENSAR A REFORMA – REFORMAR O PENSAMENTO 

EDGAR MORIN

RECIFE

JUNHO 2016

Considerações Iniciais

Edgar Morin (nascido Edgar Nahum em Paris, no dia 08 de julho de 1921) é antropólogo, sociólogo e filósofo. Francês judeu de origem sefardita, é filho único e perdeu a mãe aos 10 anos. Durante a Segunda Guerra Mundial, participou da Resistência Francesa.Hoje é considerado um dos grandes pensadores da atualidade.

Morin é autor de mais de 30 livros, entre eles:  O método (seis volumes),  Introdução ao pensamento complexoCiência com consciência e Os sete saberes necessários para a educação do futuro. Em 1999, lançou o livro A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento, obra composta de prefácio, nove capítulos e dois anexos.

Por sugestão de Jack Lang, então ministro da Educação na França, o autor imaginara fazer inicialmente um “manual para alunos, professores e cidadãos”. Em meados de 1997, quando foi chamado por Le Monde de l’éducation para ser o “correspondente chefe convidado”, Morin organizou algumas jornadas temáticas sobre a reforma dos saberes. O autor iniciou pelos problemas que julgava mais importantes e urgentes e conclui que a solução dos problemas da educação leva à reforma do pensamento e à reforma das instituições.

Tomo a liberdade (ou ousadia mesmo) de ligar essa leitura feita de Morin às minhas vivências como estudante, e finalmente compreender alguns de meus questionamentos à época, que me renderam castigos na infância e zombarias na adolescência.

Análise do Texto

Capítulo I

No primeiro capítulo, intitulado Os Desafios, Morin faz uma análise que estudo e o ensino, atualmente estão muito fragmentados, quando na verdade, não deveria ser. A fragmentação do conhecimento cria matérias compartimentadas, tornando-se muito técnica e pouco humana, com isso levando a formação de “especialistas” (que ele chama de “hiperespecialização”).

Morin afirma que o ensino deve ser total e abrangente, relacionando as diversas áreas do conhecimento. Isso porque a realidade apresenta problemas polidisciplinares, transversais, transnacionais, mundiais. Por conta disso, o conhecimento deve ter uma visão do todo.

Para o autor, o ser humano deve enfrentar basicamente três desafios para que possa integrar seu conhecimento à condução crítica e coerente de sua vida: o desafio cultural, o sociológico e o cívico. Mas o maior deles, “o desafio dos desafios”, é elaborar uma reforma de pensamento que empregue a inteligência para responder aos desafios propostos.

Capítulo II

No segundo capítulo, intitulado A cabeça bem feita, Morin afirma que “la Tetê bien fait” não acumula saberes, porém, compreende que a maior importância está em ligá-los, dando-lhes sentido. Introduzindo a fala de Blaise Pascal, “Não se ensinam os homens a serem homens honestos, mas ensina-se tudo o mais”.

Diante disso, Morin acaba por resgatar o pensamento de Montaigne, que afirma “mais vale uma cabeça bem feita do que a cabeça bem cheia”, cabeça cheia que nos lembra a Educação Bancária de Paulo Freire e a mim, particularmente, quando no ensino médio, que não conseguia entender o assunto de Biologia, tentava inutilmente esfregar o livro na minha cabeça “para ver se aprendia por osmose”...

E de onde vem essa cabeça “bem feita”? Segundo Morin, da curiosidade (tantas vezes vista como “inconveniente”, assim como a fase infantil dos “por quês”), um fermento básico para possibilitar a atividade crítica e o repensar do pensamento, em meio à unidade dentro da diversidade e à diversidade dentro da unidade, ou seja, não separar os conhecimentos pelas diferenças, mas uni-los pelas semelhanças. A partir daí, se deve construir o conhecimento de forma que não se acumule pensamentos estéreis.  

Daí me vem uma reclamação que sempre ouvi de colegas em meus tempos de estudante: “Para que eu vou ver fórmula de Bhaskara se eu não vou estudar Engenharia ou Matemática? Por que não aprendo Defesa do Consumidor ou Educação no Trânsito?”  e isso muitas vezes dá combustível à Educação Tecnicista, voltada única e exclusivamente para o mercado de trabalho. Mas aí a discussão é outra...

Capítulo III

No terceiro capítulo, Morin afirma em outras palavras que o ser humano não é só de humanas. É um ser biológico, físico e antropológico (pra não dizer “antropolítico” – esse neologismo é meu, tá?) onde ser humano e biosfera terrestre se interligam numa emergência histórica.

Conhecer o humano não é separá-lo do universo, mas sim, situá-lo nele. Daí vem a falsa impressão de que, se eu estudo sobre tipos de alimentos em Biologia, nada tem a ver com estudar sobre a fome no mundo em Geografia.

Hoje entendo o despertar de um colega na 7ª Série, que, na aula sobre a fome no mundo, perguntou “peraí, mas na Biologia se diz que a falta de vitaminas prejudica a saúde, como fica a situação de quem está passando fome?”

Disso se conclui que a humanidade é uma entidade planetária e biosférica, que deve ser pesquisado na natureza viva e física, que se distingue pela cultura, pelo pensamento e pela consciência. A humanidade não é só animal, mas sem a animalidade, não há humanidade.            

Capítulo IV

 No capítulo 4, intitulado Aprender a viver, o autor nos apresenta o pensamento de Durkheim e a afirmação de que o conhecimento não deve ser transmitido em quantidade, mas em qualidade, transformando informações em conhecimento e conhecimento em sabedoria, por toda a vida.

Morin resgata a finalidade primordial da educação, que é incorporar os saberes na vida cotidiana. À medida em que se utiliza desses saberes incorporados na realidade, há uma transformação num contínuo movimento de ação-reflexão. Neste sentido reformador de pensamento, o autor mostra que o “ensinar a viver” precisa não apenas dos conhecimentos, mas também da transformação desses conhecimentos, no próprio ser mental.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (16.4 Kb)   pdf (157 Kb)   docx (15.7 Kb)  
Continuar por mais 9 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com