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As Meditações Metafísicas

Por:   •  21/8/2018  •  Resenha  •  2.246 Palavras (9 Páginas)  •  239 Visualizações

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                          Meditações Metafísicas – René Descartes

O texto começa com Descartes falando que, desde seus primeiros anos de vida, ele recebeu muitas opiniões falsas julgando-as como verdadeiras, concluindo que, o que ele fundou tendo base essas opiniões, não poderia ser diferente de princípios duvidosos e incertos. Ele continua a linha de raciocínio afirmando que seria necessário se desfazer de todas as opiniões que até então deu valor e começar a pensar tudo de novo, desde os fundamentos, caso quisesse estabelecer firmeza na área das ciências. Porém, para ele, esse era um trabalho muito longo e consequentemente requeria uma idade mais madura, madura ao ponto de não poder esperar outra idade após esta, que talvez seria tarde demais esperar por mais tempo.

Descartes então afirma que, agora que ele atingiu uma certa idade, conseguiu repouso numa pacífica solidão e seu espírito está livre de todos os cuidados, ele pode, então, destruir todas as suas antigas opiniões. Ele não pretende provar que suas antigas opiniões eram todas falsas, porém, entende-se que para buscar novas opiniões e descartar as antigas a menor sombra de dúvida e incertezas já basta para rejeitar qualquer pensamento anteriormente fundamentado, já que a certeza não abre espaço para dúvidas. E, para isso ele não pretende analisar todos os seus antigos pensamentos, mas analisará os princípios aos quais seus pensamentos foram apoiados.

Ele diz que tudo o que aprendeu de verdadeiro e seguro, durante toda a sua vida, foi ou dos sentidos ou pelos sentidos e afirma que, pelo fato desses sentidos serem, às vezes, enganosos, não se deve nunca se apoiar em algo que já nos enganou alguma vez, porém, mesmo os sentidos enganando algumas vezes, outras muitas vezes entendemos verdades que não se pode duvidar, verdades essas que são frutos dos sentidos.

Ele exemplifica usando a verdade do que se vê: onde ele está sentado, o que está vestindo, o que está fazendo, dentre outras coisas. Como poderia negar que estas mãos e este corpo são meus? Descartes se pergunta. Logo após, se compara a um louco que se enxerga rico mesmo vivendo na pobreza, ou um que acha vestir ouro mesmo estando nu, e interrompe o próprio pensamento concluindo que comparar-se a um louco seria tão extravagante quanto o pensar de um deles.

Duvidar dos sentidos foi o primeiro grau da dúvida e, a partir de agora, começa o segundo grau da dúvida: o argumento do sonho, que estende a dúvida a quase todo o conhecimento sensível.

Descartes explica que, por ser um ser humano e ter o costume de dormir, ele costuma sonhar e que muitas vezes seus sonhos o enganam, nos sonhos ele se enxerga sentado, perto do fogo, vestindo suas roupas, escrevendo ou lendo algumas coisas, igual ele se vê agora, na realidade, mesmo estando nu em sua cama apenas sonhando. Ele sabe, porém, que, no momento em que escreve isto, não se encontra em um sono, pois tem indícios que o leva a crer que está acordado, mas concorda que muitas vezes foi enganado em seus sonhos sem ter certeza de estar dormindo ou não, esse pensamento é tão impressionante que só de se impressionar ele quase se persuade de que está dormindo.

Ele agora supõe estar dormindo, e que todos os indícios que o fazem crer estar acordado são meras ilusões, comparando os sonhos às pinturas e aos quadros, que não podem ser formados senão de forma a se assemelhar à realidade, explica que, mesmo se empenhando muito para criar algo imaginário, o pintor sempre utiliza de artefatos reais para criar criaturas como sátiros: mãos, corpos, cabeças e outras particularidades de outros seres que já existem. Da mesma forma o sonho age, utilizando de artefatos reais para representar algo fantasioso. E mesmo que o pintor tenha a mente tão aflorada para representar objetos inteiramente novos e falsos, pelo menos as cores que ele utiliza devem ser verdadeiras.

O próximo argumento é o dos limites: figura, quantidade, espaço e tempo, que são o objeto da matemática.

Descartes então afirma que a física, a astronomia, a medicina e outras ciências que dependem da consideração das coisas compostas sejam incertas e duvidosas, porém, afirma também que a aritmética, a geometria e outras ciências que não tratam das coisas para saber se elas existem ou não na natureza, contém certeza. Ele conclui que, estando acordado ou estando dormindo, dois mais três sempre será cinco e o quadrado nunca terá mais do que quatro lados, ele entende que não seja possível que verdades como estas possam ser suspeitas de falsidade ou incerteza.

Ele então assume a existência de Deus e sua fé perante ele, porém ele se questiona que talvez Deus tenha feito, com sua onipotência, com que todos acreditassem em coisas inexistentes como sendo coisas reais, e que talvez até mesmo a aritmética e a geometria sejam apenas artefatos que Deus criou para que todos se enganem ao pensarem daquela maneira. Mas talvez seja contraditório Ele permitir que nos enganemos só às vezes.

A partir de agora, generalizando um pouco mais os fatos, Descartes concorda que, mesmo depois de se livrar de suas antigas opiniões, algumas delas, por terem estado com ele durante tanto tempo, retornam aos seus pensares como se fossem certas, porém ele diz que mesmo tendo uma certa afinidade com alguns de seus pensamentos antigos, ele agora consegue derrubá-los e não os deixar desviar o seu caminho da verdade, pois ele não tem dúvidas de que esse caminho não dá espaço ao erro, já que não se trata de agir, apenas meditar e conhecer.

Ele supõe agora, não a existência de um Deus que é criador da verdade, mas a de um ser maligno e enganoso que é pior do que a definição do Deus que engana por ser onipotente, deduz que esse ser o faz acreditar que ele não possui mão, braços, pernas e outras coisas existentes e, então, ele se acreditaria sem essas coisas, mas com a falsa impressão de possuí-las. Define então que não irá receber em sua crença nenhuma falsidade e preparará tão bem seu espírito que o ser maligno nunca poderá impor-lhe algo.

Por acreditar que pensar dessa forma em busca de novas opiniões mais corretas seja algo tão árduo ele se compara ao escravo que sonha com a liberdade e, ao perceber que é apenas um sonho, faz de tudo para ser enganado mais um pouco. Suas antigas opiniões surgem e ele teme nunca achar a luz da verdade ao buscar por ela, mas apenas as trevas da dificuldade de alcançá-la.

Começa aqui a segunda meditação e Descartes retoma à forma com que tratou seus pensamentos, diz que vai sempre se manter no caminho para encontrar algo de certo, ou pelo menos encontrar que não existe nada de certo no mundo.

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