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As Teorias éticas

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Por:   •  21/10/2014  •  1.041 Palavras (5 Páginas)  •  744 Visualizações

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Não existe uma única teoria de ética a despeito dos teólogos fazerem da unicidade da ética um postulado, ou apesar de ser um desafio recorrente para muitos filósofos, há pelo menos duas teorias éticas, como ensina Max Weber:

• A ética da convicção, entendida como deontologia (tratado dos deveres);

• A ética da responsabilidade, conhecida como teologia (estudo dos fins humanos).

Segundo Weber:

[...] toda atividade orientada pela ética pode subordinar-se a duas máximas totalmente diferentes e irredutivelmente opostas. Ela pode orientar-se pela ética da responsabilidade (verantwortungsethisch) ou pela ética da convicção (gesinnungserthisch). Isso não quer dizer que a ética da convicção seja idêntica à ausência de responsabilidade e a ética da responsabilidade à ausência da convicção. Não se trata evidentemente disso. Todavia, há uma oposição abissal entre entidade de quem age segundo as máximas da ética da convicção --- em linguagem religiosa, diremos: ‘ O cristão faz seu dever e no que diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus’_ e a atitude de quem age segundo a ética da responsabilidade que diz: ‘Devemos responder pelas consequências previsíveis de nossos atos.

A ética da convicção de forma simplificada diz “cumpra das suas obrigações”ou “siga as prescrições”. É uma ética que se pauta por valores e normas previamente estabelecidos cujo efeito consiste em moldar as ações que deverão ser praticadas.

1. A do principio, que se atém rigorosamente às normas morais estabelecidas, num deliberado desinteresse pelas circunstâncias, e cuja máxima sentencia: “Respeite as regras haja o que houver.”;

2. A da esperança, que se ancora em ideais, moldada por uma fé capaz de mover montanhas, e cuja máxima preconiza: “O sonho antes de tudo”.

Essas vertentes correspondem as modulações de deveres, preceitos dogmas ou mandamentos introjetados pelos agentes ao longo dos anos.

Os dispositivos que compõem os códigos morais traduzem valores, princípios, normas ou ideais e vão sendo aplicados pelos agentes a situações concretas.

A máxima da ética da responsabilidade, por sua vez, apregoa que somos responsáveis por aquilo que fazemos. Os agentes avaliam os efeitos previsíveis que uma ação produz; contam obter resultados positivos para a coletividade. E ampliam o leque das escolhas ao preconizar que “dos males o menor”.

A ética da responsabilidade não converte princípios ou ideais em práticas do cotidiano tal como o faz a ética da convicção, nem aplica normas ou crenças previamente estipuladas, independentemente dos impactos que possam ocasionar. Analisa as situações concretas e antecipa as repercussões que uma decisão pode provocar. Dentre as opções que se apresentam aquela que presumivelmente traz benefícios maiores à coletividade acaba adotada. Ou seja, ganha legitimidade a ação que produz um bem maior ou evita um mal maior.

De modo similar à ética da convicção, duas vertentes expressam a ética da responsabilidade:

• A utilitarista exige que as ações produzam o máximo de bem para o maior número, isto é, que possam combinar a mais intensa felicidade possível (critério de eficácia) com a maior abrangência populacional (critério da equidade); sua máxima recomenda: "Faça o maior bem para mais gente”. ;

• A da finalidade determina que a bondade dos fins justifique as ações empreendidas e supõe que todas as medidas necessárias serão tomadas; sua máxima ordena: “Alcance os objetivos custe o que custar”.

O contraponto ficou claro:

De um lado, as ações cometidas pelos praticantes da ética da convicção decorrem imediatamente da aplicação dos valores anteriormente eleitos (princípios ou ideais);

De outro lado, as ações cometidas pelos praticantes da ética da responsabilidade decorrem da expectativa de alcançar fins almejados (finalidade) ou consequências presumidas (utilitarismo).

As duas éticas, assim, enfocam tipos diferentes de referências morais – prescrições versus propósitos – e configuram, de forma inconfundível, dois modos de decidir. Enquanto os agentes que obedecem à ética da convicção guia-se por imperativos de consciência, os que se orientam pela ética da responsabilidade guiam-se por análise de riscos. Enquanto aqueles que celebram o rito de suas injunções morais com minudente

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