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O ESTÉTICO-FILOSÓFICO NA EDUCAÇÃO ARTÍSTICA – UMA ANÁLISE CONCEITUAL DE SCHILLER SOBRE A EDUCAÇÃO MORAL

Por:   •  21/6/2017  •  Artigo  •  4.878 Palavras (20 Páginas)  •  545 Visualizações

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O ESTÉTICO-FILOSÓFICO NA EDUCAÇÃO ARTÍSTICA – UMA ANÁLISE CONCEITUAL DE SCHILLER SOBRE A EDUCAÇÃO MORAL

LIANE CARINE LENZ1.

Orientador (a): Nome do (a) Orientador (a)2.

“O gosto promove não apenas nossa felicidade, como também nos civiliza e cultiva”

Friedrich Schiller

Resumo: Arte e filosofia são em essência interligadas e a estética filosófica irá refletir sobre toda a composição artística, não através da técnica, mas partindo de algo substancial e metafísico à nossa percepção. Dentre as diversas representações do filosófico no campo artístico destacam-se as categorias estéticas do belo e do feio e, estas desdobram-se através da máxima do sublime e do trágico. O conhecimento estético da filosofia da arte propicia, sem dúvida, um maior entendimento de como a percepção da diferença do sensível contribui para afirmar o sentimento do artista enquanto criador da obra de arte. Além da arte como fenômeno social pelo olhar do artista pelo público, há também o fenômeno universal, aquele que irá eternizar o sentimento humano através da história. Nesta perspectiva, o filósofo Friedrich Schiller irá analisar o conceito de moralidade no âmbito estético.

Palavras-chave: Arte, filosofia, belo, impulso sensível, impulso formal, impulso lúdico, harmonia, liberdade, moral, Estado.

Ponta Grossa

2016

1 Licenciatura em Filosofia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná, pós-graduanda em Arte e Educação pela Faculdade de Pinhais – FAPI . E-mail: lianecl89@gmail.com[pic 1]

2 Titulação do(a) orientador(a). E-mail: e-mail do(a) orientador(a) 


INTRODUÇÃO

Arte e filosofia são conhecimentos que aparentemente não apresentam nenhuma relação. O filósofo Friedrich Schiller condicionado às investigações históricas de sua época elabora uma teoria, a qual irá abordar arte e filosofia em um contexto pedagógico, enquanto motivação para a moralidade.

Em um primeiro momento, o artigo irá ressaltar o descontentamento do filósofo com o contexto histórico violento de sua época. Mesmo com o despertar iluminista e suas teorias revolucionárias quanto ao aspecto humano, ainda havia no ar aquele estranhamento do fanatismo teocêntrico e medieval. Nestas circunstâncias inicia seus estudos acerca do ideal estético como tentativa de moldar o indivíduo, no sentido moral.

Sua análise inicial parte da epistemologia entre razão e sensibilidade, vislumbrados em conceitos como: impulso sensível, formal e lúdico. Suas influências eram baseadas em pensadores gregos como Platão e Aristóteles e, no pensador moderno, Immanuel Kant. Por Platão inspira-se na catarse e, em Aristóteles reafirma noções de substância e aspectos formais. A teoria Kantiana lhe fornece descrições de faculdades do conhecimento envoltas em racionalidade, empiria, imaginação e beleza.

Através do estudo minucioso da aplicabilidade de todas estas propriedades cognitivas, a teoria shilleriana irá propôr uma autonomia do sujeito em interpretar as informações recebidas e, pela mesma liberdade com o auxílio do belo enquanto educação, fornecerá resultados satisfatórios no conceito da moralidade.

Neste sentido, o conhecimento estético proporcionará uma educação moral ao indivíduo, promovendo interações entre o ideal de beleza e de moralidade. O cidadão irá exercer seu papel social em uma perspectiva educacional, prezando a influência artística de modo purificador no âmbito estatal, isto é, o ser humano encontrará sua máxima utilizando-se do objeto da arte para atingir sua universalidade ética.

1. A ARTE COMO EDUCAÇÃO MORAL EM SCHILLER

O filósofo alemão do século XVIII, Friedrich Schiller escreve sua mais conhecida obra sobre estética: Cartas sobre a Educação Estética (1791-1793) em um período histórico extremamente conturbado. Nestas Cartas, não deixa de mostrar o profundo ressentimento que possui sobre a época em que está vivendo e, a partir desta realidade social propõe uma análise que visa pensar o “maléfico social”, conforme ressalta ( FIGURELLI, 2009), “[...] em suma, o Estado Ideal passa a ser um problema de educação. O homem lúdico, na visão de Schiller, é o homem em sentido pleno. Caberá a ele criar o Estado moral, e não ao Estado, imposto pela Revolução, criar a nova humanidade.”

 Poeta e dramaturgo, ele questiona e reflete sobre os princípios da Revolução Francesa (liberdade, igualdade e fraternidade). Através dos referenciais iluministas, a teoria schilleriana busca a totalidade do ser humano, isto é, a unificação de corpo e de alma e, assim reconhece a dualidade da natureza humana: a razão e a emoção. Segundo (MOREIRA, 2007)

Schiller relaciona universos de dimensões contrapostas como a razão e a sensibilidade, o universal e o particular, a pessoa e o estado, a alma e o corpo, o infinito e o finito, o uno e o múltiplo, o tempo e a eternidade, a forma e a matéria.”

Ademais, tal relação só ocorre devido a educação iluminista schilleriana partir da moralidade do indivíduo na práxis[1] que, pelo seu papel social e político, através do aprimoramento de suas ações só será atingido por um processo pedagógico amparado pelo espírito artístico [...] assim, as Cartas exaltam a educação estética e o “ terceiro caráter” (o estético) como meio transitório para chegar-se ao estágio moral, para transformar os postulados morais em “práxis” cotidiana atingindo os âmbitos de uma constituição de Estado.

O pensamento de Schiller em níveis educativos é influenciado fortemente por clássicos gregos: Platão e Aristóteles e pelo filósofo moderno Immanuel Kant. A teoria estética platônica analisa conceitualmente o belo e, também os conceitos de artíficio, visão. Aristóteles contribui com o conceito platônico de catarse[2], especialmente no teatro e no aspecto artístico ao qual relaciona com a noção substancial e interdependente de matéria e forma, conforme ressalta (MOREIRA, 2007)

Aristóteles propõe o modelo da substância em que se destacam a forma, a matéria e o composto que é a relação entre forma e matéria. Ele utiliza a metáfora da escultura de bronze para explicar essa relação ao dizer que a matéria representa o bronze, a forma se personifica na figura e a escultura é a afinidade entre matéria e forma. Essa relação tridimensional e a tridimensionalidade da escultura servem para ilustrar as partes fragmentadas, que reunidas formam a concepção de ser humano. Para Aristóteles, a forma revestida da mente e a matéria concebida pelo corpo e ambas reunidas, designam o homem consciente:

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