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Canhao

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Por:   •  16/12/2014  •  Tese  •  1.745 Palavras (7 Páginas)  •  448 Visualizações

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Canhão é uma boca de fogo de artilharia também conhecida como Peça, destinada a disparar granadas em tiro tenso, de calibre superior a 20 mm e que pode ser montado sobre uma carreta ou outro reparo qualquer. Consiste basicamente num tubo fechado na extremidade na qual é colocado o projétil, com uma carga de projeção para impeli-lo a longa distância, com grande velocidade inicial. Sustentam alguns que foram os chineses os inventores do canhão; outros dão a primazia aos mouros, que o teriam utilizado na Península Ibérica, em 1305, no cerco de Ronda. Há documentos que comprovam a introdução de duas bocas de fogo na batalha de Metz, em 1324.Primórdios

Bombarda situada no castelo de Malbork, na Polônia.

Sendo a pólvora desconhecida na Europa até ao século XIII, é provável que os ocidentais nunca tivessem usado o canhão antes. Com a descoberta das capacidades propelentes da pólvora foi possível o desenvolvimento dos canhões.

Inicialmente os canhões eram de ferro forjado, pequenos e rústicos, pois a arte de fundir achava-se ainda nos primórdios. Tempos mais tarde passaram a ser fabricados com barras de ferro fundido soldadas e reforçadas com anéis do metal. A sua capacidade de lançamento ainda era diminuta, e empregavam-se por isso projéteis de pedras leves para alcançar maiores distâncias. Nesta época, para aumentar a potência de fogo, os antigos canhões, chamados «órgãos da morte», eram colocados lado a lado, sobre um reparo-plataforma. Podiam assim ser disparados ao mesmo tempo ou separadamente, em sucessão rápida, o que faz deles precursores das modernas metralhadoras, pelo menos em conceito.

O morteiro-canhão curto, que possuía uma boca larga, era utilizado em cercos a cidades para lançar projéteis a curtas distâncias, entretanto era tão defeituoso que muitas vezes rebentava e causava mais danos aos artilheiros que ao inimigo.

Progredindo a arte de fundir, as bocas de fogo passaram a ser feitas de bronze, mais forte que o ferro. Na segunda metade do século XV surgiram, novamente, os canhões de ferro fundido numa só peça e os de carregamento pela culatra. O carregamento pela boca continuou, porém, a ser preferido, por evitar os perigosos escapamentos de gases pela culatra. A princípio, os canhões eram fundidos ocos, numa só peça, que depois era perfurada mediante uso de uma broca.

Ainda no século XV, os primitivos projéteis feitos de pedra foram substituídos por outros de ferro ou de chumbo, e os canhões passaram a ser classificados de acordo com o peso de seus projéteis. No fim do século XVIII usavam-se canhões que lançavam projéteis de 2, 4 e 6 kg e obuses de 15 cm de diâmetro. Os canhões dos navios eram providos de balas que variavam de meio a 16 kg e as caronadas (canhões curtos de grosso calibre), de 6 a 34 kg.

Utilização em Portugal

Dom Henrique de Castela em 1370 utilizou canhões contra as tropas portuguesas em Cidade Rodrigo, Aljubarrota e Lisboa.

O mestre de Avis, havia recebido a disputada coroa portuguesa e o título de Dom João I em 1384. Para defender suas fronteiras contra os ataques castelhanos, as indústrias portuguesas começaram a produzir canhões com as técnicas metalúrgicas dos sarracenos. As indústrias portuguesas obtiveram aço maleável para armas de fogo nas forjas de Arcebispo e em Santa Clara. Dom Afonso V estabeleceu em Portugal a 1ª Unidade de Artilharia em 1449 e o cargo de Provedor Mor da Artilharia. Os canhões foram instalados pela primeira vez em Portugal para a defesa das fronteiras, rios e mares. Em Lisboa, os canhões também foram instalados em navios com casco reforçado para mil tonéis, cujo modelo foi utilizado na construção de caravelas.1

A força militar portuguesa esteve protegida por tais canhões durante os Descobrimentos portugueses. Estes canhões eram mais leves do que os conhecidos e tinham o alcance de aproximadamente duas milhas e meia, impedindo a agressão inimiga. Assim fez Cabral sobre Calecute na Índia, após a descoberta do Brasil. Vasco da Gama também aplicou pesadas perdas sobre Calecute. O Comandante Duarte Pacheco Pereira em Cochim com dezoito canhões abateu 150 navios árabes. Outros comandantes portugueses impuseram o domínio bélico sobre a China e o Japão. O calibre dos canhões era identificado pelo peso dos projéteis em libras, ao peso de 0,456 kg: 12 libras; 18 libras, 24 libras.

O trecho a seguir, tradução de um manuscrito francês de 1748, intitulado Relâche du Vaisseau L'Arc-en-ciel à Rio de Janeiro, que se encontra na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa, nos dá um relato de como era protegida a Baía da Guanabara, naquela época por uma fortaleza, com canhões:

"A Fortaleza de Santa Cruz, a mais importante do país, está situada sobre a ponta de um rochedo, num local onde todos os barcos que entram ou saem do porto são obrigados a passar a uma distância inferior ao alcance de um tiro de mosquete. A fortificação consiste numa compacta obra de alvenaria de 20 a 25 pés de altura, revestida por umas pedras brancas que parecem frágeis. Sua artilharia conta com 60 peças de canhão, de 18 e 24 polegadas de calibre, instaladas de modo a cobrir a parte externa da entrada do porto, a passagem e uma parte do interior da baía. Cada uma das peças referidas foi colocada no interior de uma canhoneira, o que gera um inconveniente: mesmo diante de um alvo móvel, como um barco a vela, elas só podem atirar numa única direção." 2

Canhões de alma lisa

Tanto os canhões de navios de guerra como os usados em terra, possuíam almas lisas (o cilindro interior de seus tubos não era raiado) e, por isso, não eram de grande alcance ou precisão.

A invenção da pólvora e o uso de roqueiras para lançar pedras, levaram os engenheiros ao desenvolvimento de novas armas capazes de lançar a longa distância os mais variados projéteis. O maior problema enfrentado na fabricação de canhões, foi acertar a têmpera adequada para evitar as frequentes explosões.

"Mas não fizeram nojo, pois tão frágeis, arrebentavam aos primeiros tiros destruindo a numerosa guarnição de castelhanos". (Gen João M Cordeiro). O mesmo aconteceu ao canhão “Maometa” fabricado pelo exército muçulmano, para ser usado contra Constantinopla, ao explodir após detonar três tiros.

Canhões raiados

Muito embora o raiamento fosse conhecido desde 1520, só veio a ser utilizado definitivamente na artilharia três séculos

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