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Crise Economica Mundial

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Por:   •  11/4/2013  •  1.529 Palavras (7 Páginas)  •  1.357 Visualizações

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Como surgiu a crise econômica mundial?

A partir de 2001, o mercado imobiliário dos Estados Unidos passou por uma fase de expansão acelerada e com a ajuda do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano), que passou a reduzir a taxa de juros, a demanda por imóveis cresceu, atraindo compradores e ao mesmo tempo, com os juros baixos, cresceu o número de pessoas que hipotecavam seus imóveis, a fim de usar o dinheiro da hipoteca para pagar dívidas ou consumir.

Em meio à febre de comprar imóveis ou hipotecá-los, as companhias hipotecárias passaram a atender clientes do segmento suprime (de baixa renda, às vezes com histórico de inadimplência). Contudo, como o risco de inadimplência desse setor é maior, os juros cobrados também eram maiores diante da promessa de retornos altos aos empréstimos, os bancos compravam esses títulos suprime das companhias hipotecárias e liberavam novas quantias de dinheiro, antes de o primeiro empréstimo ser pago. Ao mesmo tempo, esses títulos lastreados em hipotecas eram vendidos a outros investidores, que, por sua vez, também emitiam seus próprios títulos, igualmente lastreados nos suprime, passando-os, a seguir, para frente.

Todos se esqueceram, no entanto, de que se o primeiro tomador do empréstimo não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não- recebimento, de tal maneira que todo o mercado passa a ter medo de continuar emprestando dinheiro ou comprando novos títulos suprime.

A partir de 2006, os juros, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram os compradores de imóveis. Como a oferta começou a superar a demanda, o valor dos imóveis passou a cair.

Com a subida dos juros, as dívidas ficaram mais caras (e também as prestações das hipotecas), o que aumentou a inadimplência, fazendo com que a oferta de crédito também diminuísse então sem oferta de crédito, a economia dos EUA se desaqueceu, pois, se há menos dinheiro disponível, compra-se menos, o lucro das empresas diminui e empregos não são gerados.

Preocupado com os pagamentos de créditos suprime nos EUA, o banco BNP congelou cerca de 2 bilhões de Euros de alguns fundos.

O mercado imobiliário, então, entrou em pânico, pois o ciclo de empréstimos sobre empréstimos havia sido congelado e começaram a surgir os pedidos de concordata.

A crise passou a afetar todo o sistema bancário, afinal, as instituições financeiras apostavam nos títulos suprime. Várias instituições se viram à beira da falência. E se descobriu que, com a globalização, o sistema financeiro internacional estava contaminado e sofreria graves consequências.

Instalou-se, assim, uma crise de confiança e os bancos pararam de emprestar, congelando a economia, reduzindo o lucro das empresas e provocando desemprego.

Muitos países entraram em recessão, e seus respectivos governos têm, desde então, tomado diferentes medidas para aquecer a economia e, ao mesmo tempo, garantir que o sistema financeiro volte a emprestar.

Quais os efeitos e consequências da crise financeira mundial?

Considerando o velho debate entre otimistas e pessimistas, o que nos reserva em 2012? Certamente, os otimistas irão argumentar que “o pior ficou para trás”, notadamente na União Europeia, onde os efeitos da crise financeira foram mais intensos, e inicia-se uma transição para o crescimento. Para os pessimistas, tudo é “questão de tempo “para que a moratória se espalhe como um vírus e até mesmo que a depressão faça reviver a crise de 1929.

Esta desigualdade de entendimento permite-nos intuir que ambos não estejam corretos em suas previsões. Aos otimistas, que fique claro que uma crise dessa magnitude não se resolve tão rápido, devendo-se prolongar por um prazo maior, quiçá a Copa do Mundo no Brasil. Aos pessimistas cabe lembrar que estão apressando as graves consequências, sem levar em conta que a sociedade ainda acredita em saídas e os agentes econômicos consideram ser a alocação de recursos em títulos públicos uma forma sensata de poupar para o futuro.

O cenário para a economia mundial indica que os EUA deverão perdurar um longo período de crescimento em torno de 1% a.a., e o FOMC deverá anunciar novas medidas de estímulo à economia. A União Europeia ficará próxima de zero, e condicionada às diferenciações entre países componentes, com um melhor desempenho para a Alemanha. O recente acordo fiscal desenhado na reunião de Bruxelas compra tempo para a sua solução, ativo mais precioso nos dias atuais.

A China, que tem uma economia bastante dinâmica, será preciso verificar como ficará o país que mais se tem beneficiado do crescimento mundial nas últimas décadas. A ameaça inflacionária está sendo controlada, ainda que se deva ressaltar que é muito mais em função da queda dos preços no mercado internacional e apenas uma pequena parcela do aperto monetário. Fica a dúvida, se a expansão da capacidade produtiva, projetada para uma economia mundial em crescimento não sofrerá desgastes.

Até que ponto a economia brasileira diante do cenário internacional de significativa redução de demanda, queda de preços das exportações, maior percepção de risco de investidores externos e até mesmo de uma maior capacidade ociosa mundial permanecerá imune?

Embora se admita que cresça bem menos que os 7,5% a.a. de 2011, deveremos ficar em torno de 2,9%, ainda assim melhor posicionada que nos últimos anos. Claro que não se pode desprezar o fato de a inflação estar nos ameaçando e o consumo interno impondo resistência á queda dos preços, mas as commodities poderão ajudar e em 2012 estaremos beirando os 6%a.a. Ainda, o emprego deve se estabilizar, os reajustes salariais diminuirão e a indústria de duráveis, construção e o varejo de maior valor serão os mais prejudicados.

Para as contas externas o desaquecimento econômico reduzirá o impacto das importações, compensando o impacto negativo das exportações. No mundo todo, os capitais se retrairão, mas com o aumento da atratividade relativa do Brasil, será tolerável a minimização

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