Formas De Regionalização Do Brasil Da Era Colonial à Republica Velha
Artigo: Formas De Regionalização Do Brasil Da Era Colonial à Republica Velha. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: eva_27 • 12/10/2014 • 1.761 Palavras (8 Páginas) • 1.202 Visualizações
Formas de Regionalização do Brasil Colonial Á Republica Velha
Com a chegada, no final do século XV, das primeiras embarcações europeias, no continente que recebeu o nome de América, abriu para países como a Espanha e Portugal, uma série de possibilidades de exploração de riquezas. A colonização foi uma empreitada difícil, mas os atrativos coloniais eram sedutores, a Burguesia e os Estados europeus não deixaram escapar a oportunidade de enriquecimento que se colocava a sua frente. Era necessário ordenar a exploração para os pressupostos do mercantilismo.
As novas terras descobertas foram então divididas entre Portugal e Espanha em uma séria de acordos que culminou com o Tratado de Tordesilhas que determinava um meridiano há 370 léguas de Cabo Verde: as terras que ficavam a Leste, pertenciam a Portugal e a Oeste, à Espanha.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, sua grande fonte de riqueza ainda era a Índia e suas especiárias. Ainda sim, viu-se a oportunidade de se explorar o primeiro recurso avistado no novo mundo: o pau-brasil. Durante vários anos, o território “descoberto” foi visitado várias vezes para que se extraísse tal recurso, além de expedições para reconhecimento da costa, e de local para reabastecimento e reparo dos navios portugueses. Apesar disso, as novas terras adquiridas, eram muito visadas por outros potências e, depois de um certo declínio dos produtos do Oriente, abriu-se a possibilidade de implantar uma política efetiva de ocupação e exploração das terras.
No processo de estruturação da colonização, foi aprovada, pelo rei João III, o sistema de capitanias hereditárias na qual eram imensas e seu cultivo demandava um controle de um número muito grande de escravos. As Capitanias Hereditárias foram o germe do latifúndio no Brasil. O modelo monocultor, escravista e exportador da agricultura colonial da América Portuguesa começava a tomar forma.
Para Fábio Macedo Soares Guimarães, divisão política/administrativa, é diferente de divisão regional. A primeira se trata uma questão didática quando
a segunda se trata de uma ciência geográfica. As capitanias hereditárias tinha
como objetivo ocupar colonia, mas também de explorá-la. Não eram regiões, mas dividiam a colonia portuguesa em quinze pedaços imensos de terra, cuja divisão não possuía critérios como vegetação, clima, etc... Mas com outros objetivos, como já foi citado anteriormente, portanto, neste primeiro momento, o território brasileiro, ainda não viria a ser regionalizado.
Em 1548, o Estado português decidiu interferir diretamente na colonização e instituiu o Governo Geral, uma forma de administração centralizadora que deveria monopolizar e controlar a exploração colonial, não extinguindo as capitanias, mas promovendo a centralização das decisões para melhor gerenciar os lucros que pertenciam à Coroa. Salvador foi a primeira sede do Governo Geral.
A Câmara Municipal, era formada por vereadores eleitos pelos homens bons, constituindo a base do poder das oligarquias locais. E era lá que se encontrava a origem dos privilégios e do poder descentralizado dos grandes proprietários de terra.
A expansão territorial no Brasil ocorreu de forma lenta e gradativa. No primeiro momento, a colonia serviu de extração de pau-brasil, adquirição de novas terras, etc... Entretanto, com a união das duas Coroas, na União Ibérica, os portugueses avançaram sobre as terras espanholas, contando com catalizadores como a pecuária, por exemplo, além das missões religiosas e o bandeirantismo (na procura de índios, metais preciosos). Posteriormente, através de acordos e tratados, os portugueses, conseguiram oficialmente que sua presença em terras espanholas, fosse reconhecida.
É, no entanto, com a vinda da Coroa Portuguesa para o Brasil, que muitos processos importantes no que diz respeito a formação do território brasileiro, aconteceram. Pouco depois de sua vinda, o príncipe regente, João VI, demonstrou interesse em invadir a Guiana Francesa e conquistando a Banda Oriental do Rio Prata, atual Uruguai. Duas empreitadas que, não deram certo.
Rio de Janeiro tornou-se a nova capital, e como a colônia não possuía infra estrutura suficiente para comportar a corte, foi investido uma grande quantia na construção de pontes e estruturação para a modernização. Porém os gastos dessas obras vieram com um preço, os impostos aumentaram e, em
1817, os partidários da Independência passaram a se manifestar abertamente
contra a presença dos portugueses no Brasil. Em 1817 a revolução eclodiu e os revolucionários dominaram Recife e formaram um governo provisório, independente de Portugal. Porém, com o caráter elitista do movimento, este acabou sendo sufocado e reprimido.
A Independência ainda sim, era iminente. E aos poucos, o agregado colonial ia adquirindo certa identidade, um único corpo político. E agora Dom Pedro, procurava estabelecer novos limites para o império. Com a independência culminando em monarquia, surgiram vários movimentos separatistas no Brasil, tais como a Farroupilha que ia contra os ideários de uma unidade no território.
Nesse contexto, o império tentava garantir e interiorizar suas fronteiras e foi responsável pela fixação de pouco mais da metade da extensão total das fronteiras terrestres atuais. Uma regionalização do sentido geográfico ainda não havia acontecido propriamente. Pois a transição do Brasil colônia, para uma nação de fato ainda ocorria.
Só em meados do século XIX que as primeiras formas de regionalização do Brasil apareceram. Por exemplo, em 1843, Carl Friedrich Philipp von Martius propõs uma regionalização para o estudo da história do Brasil, que deveria ser feito a partir de grupos regionais, e não por províncias isoladamente. Ele pode ser considerado um precursos da ideia de divisão regional para fins didáticos no Brasil. No entanto, essa proposta não foi aplicada massivamente no ensino de geografia. Em 1913, com o Geografia do Brasil, do professor Delgado de Carvalho é que as unidades políticas, como o Brasil era antigamente estudado, foram trocadas pelas "regiões naturais". André Rebouças, em 1889, propõe uma regionalização agrícola do país, considerando os estados por inteiro. A divisão proposta por Elisée Reclus em
1893 parece ligar muito regiões naturais com bacias fluviais. São oito regiões, formadas com base em "regiões naturais", apesar do aspecto didático de representar cartograficamente
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