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Crise Financeira Global

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Por:   •  21/11/2013  •  1.015 Palavras (5 Páginas)  •  394 Visualizações

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Apresentação

Em15 de setembro de 2008, a falência do banco de investimentos Lehman Brothers

marcou o auge de um dos eventos mais críticos da economia internacional nas

últimas décadas: a crise financeira de 2007−2009. Após a quebra deste banco,

a crise financeira, que inicialmente havia se manifestado em alguns países,

transformava-se num fenômeno global e sistêmico. Desse momento em diante,

a economia de todos os países foi afetada de alguma forma pelos efeitos da crise,

seja pela restrição de crédito, seja pela contração do comércio internacional etc.

Apesar disso, o ritmo e a intensidade com que cada país foi atingido variou

significativamente, respondendo às características de suas economias e ao modo

como elas estavam articuladas à economia internacional. No caso dos países em

desenvolvimento, a despeito dessas diferenças, de modo geral, o processo de saída

e de recuperação da crise foi relativamente uniforme, uma vez que, em 2010,

boa parte dessas economias já apresentava taxas de crescimento positivas, bem

como recuperação do emprego. Isso se explicou pelo fato de essas nações terem

empregado, ao longo da crise, um conjunto amplo de políticas macroeconômicas

fortemente expansionistas. Particularmente sobre o caso brasileiro, observou-se

maior capacidade do governo de realizar políticas anticíclicas, por meio de políticas

sociais como valorização do salário mínimo e a expansão do crédito, que possibilitou

ao país retomar, já em 2010, o acelerado crescimento da economia.

Partindo desse cenário, este livro busca enfrentar algumas das questões que se

colocaram para os países em desenvolvimento nesse período de crise, em especial

para o Brasil. Entre os temas tratados, pode-se destacar: as tensões que envolvem a

articulação dos países em desenvolvimento no sistema monetário internacional;

a reação dos mercados financeiros desses países ao cenário de instabilidade e

de incerteza provocado pela crise; os canais de transmissão da crise para esses

países, em particular para o Brasil; e os efeitos para comércio exterior brasileiro.

Este conjunto de reflexões tem por objetivo aprofundar a discussão sobre a

estrutura do sistema monetário internacional − dirigido essencialmente pela

economia norte-americana −, bem como sobre a integração relativamente

subordinada dos países em desenvolvimento. No caso do Brasil, procura-se também analisar os impactos para a economia, assim como o comportamento dos agentes e do mercado financeiro durante a crise.

O primeiro capítulo do livro, escrito por Marcos Antonio Macedo Cintra

e Daniela Magalhães Prates, analisa a participação dos países emergentes na crise

financeira de 2008. Para atender a este objetivo, os autores apontam que tais

países estão inseridos num sistema financeiro global extremamente desregulado e

que possui uma dinâmica instável. Além disso, eles estão inseridos num sistema

monetário hierarquizado e assimétrico, cuja liderança é dos países centrais, em

especial dos Estados Unidos, detentor da moeda-chave, o dólar. Isso, somado

ao fato de os emergentes serem detentores de moedas inconversíveis, faz com

que eles se mantenham numa posição subordinada dentro do sistema monetário

internacional. Nesse cenário, nenhum dos países emergentes ficou incólume aos

efeitos da crise, ainda que sua intensidade se distinguisse em função do grau de

abertura e das políticas macroeconômicas por eles implementadas.

O segundo capítulo, de autoria de Keiti da Rocha Gomes, tem como meta

discutir o comportamento do sistema financeiro brasileiro, a partir de uma análise

minskyana, durante a evolução do quadro de deterioração no mercado norte-

americano que culminou com crise financeira deflagrada em setembro de 2008.

Procura-se mostrar como o mercado financeiro no Brasil também apresentou um

movimento endógeno de deslocamento de uma situação de relativa tranquilidade -

substancialmente apoiada em expectativas otimistas − a uma situação de potencial

fragilidade − marcada por exposições financeiras muito alavancadas −, seguida

pela disseminação do pessimismo e por incertezas no sentido keynesiano.

Adicionalmente, são apresentados os resultados de um estudo econométrico

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