Feminismo e discurso de gênero na psicologia social
Resenha: Feminismo e discurso de gênero na psicologia social. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: bigaa • 3/6/2014 • Resenha • 591 Palavras (3 Páginas) • 468 Visualizações
Feminismo e ‘Discurso’ do Género na Psicologia Social 8
Assim, pode-se dizer que apesar de se manterem as desigualdades não se
mantém o envolvimento em movimentos feministas.
A frase “Eu não sou feminista, mas...” que se tornou muito usual nos dias
de hoje, reflecte o pensamento daquelas mulheres que experienciam e sentem a
desigualdade sexual, mas rejeitam a imagem convencional do feminismo (Haste,
1993). Pensa-se que esta situação está associada ao aparecimento do Backlash,
como movimento reactivo contra o feminismo.
Assim, pode-se dizer que as infra-estruturas necessárias para permitir o
alcance dos objectivos feministas da libertação da mulher, não estão estabelecidas
adequadamente ou são mesmo inexistentes, o mesmo acontecendo relativamente à
esfera privada. A partilha das tarefas é feita apenas por uma minoria de casais, já
que poucos são os casos em que os homens partilham todas as responsabilidades
da casa ou o cuidado prestado às crianças3.
Os padrões de carreira actuais deram origem a maiores pressões
psicológicas, e apesar de grandes esforços as mulheres não estão a conseguir
atingir os lugares que se pensaria ser possível atingir há vinte anos atrás. Algumas
das palavras chave da segunda vaga, tais como autonomia, auto-determinação e
independência económica, surgem agora de forma “estranha” nos ouvidos das
mulheres que escolheram combinar os papéis. Algumas mulheres acabaram por
ficar num círculo vicioso estritamente definido pela vida dupla, e com um
quotidiano regulado hora a hora. A glória da autonomia, tornou-se para muitas um
pesadelo de obrigações, cujas recompensas financeiras não parecem justificar. A
mensagem feminista surge como uma “pílula dourada” agora revelada (Haste,
1993).
Sem a reeducação dos homens de forma a funcionarem como parceiros
iguais em situações afectivas e familiares ou o suporte constante de outro adulto, o
stress torna-se imenso e prejudicial para muitas mulheres (Davidson & Cooper,
1992).
3 É preciso nao esquecer o desenvolvimento da família que sofreu uma grande mudança
nos últimos 100 anos. Provavelmente a perda mais importante para a moderna familia
nuclear foi o suporte de estruturas de parentesco, como avós, tios, cunhados, etc. Uma
mulher jovem do século XX com um filho terá mais dificuldade em o criar e o educar
que uma mulher no século XIX, principalmente pela quantidade de stress que essa
situação implica actualmente.
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E é precisamente neste momento cultural vulnerável, que se pode observar
o emergir de ideologias, que revertem os conceitos e as crenças. Exemplo desta
situação,
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