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Iluminismo

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Por:   •  11/12/2014  •  Relatório de pesquisa  •  1.886 Palavras (8 Páginas)  •  240 Visualizações

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Htau V – 5º semestre

Texto 5

O Iluminismo

O Iluminismo, ou esclarecimento (em alemão Aufklärung, em inglês enlightenment), foi um movimento e uma revolta ao mesmo tempo intelectual, surgida na segunda metade do século XVIII (o chamado “século das luzes”) que enfatizava a razão e a ciência como forma de explicar o universo. Foi um dos movimentos que obteve grande dinâmica nos países protestantes e lenta porém gradual influência nos países católicos.

O nome se explica porque os filósofos da época acreditavam estar iluminando a mente das pessoas. É, de certo modo, um pensamento herdeiro da tradição do Renascimento e do Humanismo por defender a valorização do Homem e da Razão. Os iluministas acreditavam que a razão seria a explicação para todas as coisas do universo, e se contrapunham à fé.

Immanuel Kant, ele próprio um expoente da filosofia desta época, definiu o Iluminismo assim: “O Iluminismo é a saída do ser humano do estado de não-emancipação em que ele próprio se colocou. Não-emancipação é a incapacidade de fazer uso de sua razão sem recorrer a outros. Tem-se culpa própria na não-emancipação quando ela não advém da falta da razão, mas da falta de decisão e coragem de usar a razão sem as instruções de outrem. Sapere aude! (ouse saber)”

Segundo os Iluministas, cada pessoa deveria pensar por si própria, e não deixar-se levar por outras ideologias que, apesar de não concordarem, eram forçadas a seguir. Pregavam uma sociedade livre, com possibilidades de transição de classes e mais oportunidades iguais para todos. Economicamente, achavam que era da terra e da natureza que deveriam ser extraídas as riquezas dos países. Segundo Adam Smith, cada indivíduo deveria procurar lucro próprio sem escrúpulos, o que, em sua visão, geraria um bem estar geral na civilização.

O Iluminismo foi um movimento influente nos lugares onde o domínio católico foi menos intenso. È no Reino Unido que figuras como John Locke, David Hume, Edward Gibbon ou Adam Smith dispõem da liberdade de expressão que lhes permite desenvolver o seu pensamento sem o controle que a igreja católica exercia nas sociedades espanhola ou portuguesa dessa época. Algumas das maiores figuras do Iluminismo contavam-se entre os autores dos livros proibidos pelo Index católico, como David Hume, John Locke ou Immanuel Kant (ver: Index Librorum Prohibitorum). A influência da religião católica na Inglaterra fora definitivamente afastada do poder em 1688, com a Revolução Gloriosa. Desde então nenhum católico voltaria a subir ao trono, embora a Igreja da Inglaterra tenha permanecido bastante próxima do Catolicismo em termos doutrinários e de organização interna.

Na França, país de tradição católica, mas onde as correntes protestantes, nomeadamente os hunguenotes, também desempenharam um papel dinamizador, há uma tensão crescente entre as estruturas políticas conservadoras e os pensadores iluministas. Rousseau, por exemplo, originário de uma família hunguenote e um contribuidor para a “Encyclopédie”, foi perseguido e obrigado a exilar-se na Inglaterra. Este conflito, entre uma sociedade feudal e católica e as novas forças de pendor protestante e mercantil, acabará por culminar na Revolução Francesa. Madame de Staël e o seu salão literário onde avultam grandes nomes da vida cultural e política francesa são uma outra grande referência.

Nas colônias americanas, o Iluminismo está diretamente ligado à independência americana. Americanos que incorporaram o espírito desta época foram entre outros Thomas Jefferson e Benjamin Franklin.

Na Alemanha, possivelmente a figura mais representativa do Iluminismo é Immanuel Kant. Mas também Moses Mendelssohn e Gotthold Ephraim Lessing são nomes de destaque.

Em Portugal, uma figura marcante desta época foi o Marquês de Pombal. Tendo sido embaixador em Londres durante sete anos (1738-1745), o futuro primeiro-ministro de Portugal ali recolheu as referências que marcaram a sua orientação como primeiro responsável político em Portugal. O Marquês de Pombal é um marco na história portuguesa, contrariando o legado histórico feudal e tentando por todos os meios aproximar Portugal do modelo da sociedade inglesa. Entretanto, Portugal mostrou-se muitas vezes hostil à influência daqueles que em Portugal foram chamados pejorativamente de estrangeirados. Também, ao longo do século XVIII, o ambiente cultural português permaneceu pouco dinâmico, fato nada surpreendente num país onde mais de 80% da população era analfabeta e sob a influência católica.

Uma das frases mais memoráveis do Iluminismo se deve a Diderot e este disse “o mundo só estará a salvo no dia em que morrer o último rei enforcado nas tripas do último frade”.

O Iluminismo representava o desejo dos filósofos da época de racionalizar todos os aspectos da vida e do saber humano. Veio substituir o papel da religião (como organizadora da existência do homem) por uma ética laica que conduzirá a partir daí as relações humanas.

Um exemplo desta intenção é a publicação de “A Enciclopédia” (1751-1765) de D’Alembert e Diderot, obra chave deste movimento.

Iluminismo e enciclopedismo tiram o deus cristão do centro do universo e põem nele o homem, potencializando o progresso industrial e científico e tudo aquilo que pudesse contribuir para a melhoria de suas condições de vida.

No campo das artes o Iluminismo leva a um processo de moralização, rechaçando o estilo rococó como frívolo e decadente. A aparição de uma pujante classe burguesa, com ideais que enfrentam aos da aristocracia, principal consumidora da arte rococó, ativa o processo de regeneração da sociedade através das artes.

Talvez o aspecto mais característico da influência do Iluminismo nas artes seja o desejo de que sirvam de instrumento educativo; não devem mais contribuir para exaltar o poder da igreja ou da monarquia, porém ser o reflexo das virtudes cívicas. O caráter moralizante atribuído às artes fez com que mudasse o papel do artista que de artesão passou a ser intérprete dos valores cívicos.

Assim os ateliês artesanais foram substituídos pelas Academias que racionalizaram a aprendizagem do artista e difundiram o novo estilo. Na segunda metade do séc. XVIII se estabeleceram academias em toda a Europa que davam uma formação clássica a seus alunos e lhes concediam bolsas para estudar em Roma as ruínas do passado.

O sentido didático das artes propiciou o nascimento de exposições e museus que mostravam ao público

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