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Olga Gutmann Benário

Tese: Olga Gutmann Benário. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  26/9/2013  •  Tese  •  1.190 Palavras (5 Páginas)  •  405 Visualizações

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Olga Gutmann Benário era uma jovem judia, nascida em Munique no dia 12 de fevereiro de 1908. Filha de Léo Benário, advogado renomado e da socialite Eugénie Gutmann Benário. Ingressou ainda jovem no movimento comunista em 1923 com apenas 15 anos. Juntou-se a organização juvenil do Partido Comunista Alemão (KPD) e a Liga Juvenil Comunista da Alemanha (KJVD). Olga tinha muitos conflitos familiares. Sua mãe não aceitava suas idéias revolucionárias e seu pai era membro ativo do Partido Social Democrata. Namorava Otto Braun, escritor alemão, funcionário do Partido Comunista da Alemanha de 1961 a 1963. Ele foi preso e acusado de alta traição à pátria. Juntos com colegas de militância, Olga conseguiu libertar Braun da prisão de Moabit, em Berlin, no ano de 1928. Mas a cabeça de Olga é posta a prêmio pelas autoridades alemãs.

Por decisão do Partido Comunista, Olga e Otto viajaram clandestinamente para Moscou, onde a jovem comunista de apenas 20 anos se torna dirigente destacada da Internacional Comunista da Juventude. Olga tem um papel importante no partido. Recebeu treinamento político-militar na Escola de Lenin, trabalhando como instrutora da Seção Juvenil da Internacional Comunista. Separa-se de Otto Braun em 1931.

Olga recebe a tarefa da Internacional Comunista de acompanhar Luiz Carlos Prestes em sua viagem de volta ao Brasil, zelando pela sua segurança, uma vez que o governo Vargas decretou sua prisão. Prestes e Olga partiram de Moscou no final de dezembro de 1934, viajando com passaportes falsos, como marido e mulher, apesar de estarem se conhecendo naqueles dias. Durante a longa e acidentada viagem rumo ao Brasil, os dois se apaixonam, tornando-se efetivamente marido e mulher. O objetivo de Luiza Carlos Prestes, era liderar uma revolução armada, com o apoio de Moscou.

Prestes e Olga chegaram ao Brasil com documentos falsos em abril de 1935, fingindo ser um casal português, mas se mantendo na clandestinidade. O país havia se reconstitucionalizado desde 1934, mas com o Presidente Vargas na situação ambígua de presidente eleito pelo voto indireto da própria Constituinte.

Prestes encontra o movimento recém-constituído denominado Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente política revolucionária comunista de caráter antifascista e anti-imperialista que congregava tenentes, socialistas e comunistas descontentes com o Governo Vargas. Apoiando-se numa política de defesa da ordem, ele imediatamente aproveita a oportunidade e declara a ANL ilegal, o que não impede Prestes de continuar a organizar o que acabou por ficar conhecido como a Intentona Comunista.

O governo brasileiro logo controlou a situação e desencadeou forte repressão sobre os setores oposicionistas. Lembrando que os planos de Prestes e Olga eram de tomar o poder de Vargas através de uma insurreição armada, e o governo não mediu esforços para suprimi-la. Muitos líderes comunistas são presos, alguns deles amigos de Olga e Prestes, como o casal de alemães Artur e Elise Ewert, conhecida como Sabo. Ambos seriam brutalmente torturados pela polícia brasileira, sob o comando de Filinto Müller, e Artur perderia definitivamente sua sanidade mental no processo.

Durante alguns meses, Prestes e Olga conseguiram ainda viver na clandestinidade. Em março de 1936, foram capturados pela polícia. Olga é levada para a Casa de Detenção, posta numa cela junto com mais de dez mulheres, muitas delas conhecidas suas. Descobre então que está esperando uma filha de Luís Carlos Prestes. Logo vem a ameaça de deportação para a Alemanha, sob o governo de Hitler. Seria sua sentença de morte. Além de judia, era comunista. Dona Leocádia e Lígia Prestes, respectivamente a mãe e a irmã de Luís Carlos Preste, começam um movimento na Europa pela libertação de Olga.

O julgamento de Olga foi feito segundo os termos formais da ordem constitucional definida pela constituição federal, atendendo a um pedido de extradição do governo nazista. Nos termos da constituição em vigor, o julgamento era legal. O advogado de defesa de Olga pediu um indulto (Habeas Corpus), argumentando que a extradição era ilegal, pois Olga estava grávida e sua extradição significaria colocar o filho de um brasileiro sob o poder de um governo estrangeiro.

Mas infelizmente o Supremo Tribunal Federal aprovou o pedido de extradição. Vargas não decretou o indulto e Olga foi deportada para a Alemanha, juntamente com a amiga Sabo. Getúlio Vargas decretou o estado de sítio após a Intentona como resposta à radicalização político-ideológica no Brasil tanto da direita e da esquerda, revolução que estava acontecendo também

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