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Revolta Da Chibata

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Por:   •  28/10/2014  •  Resenha  •  1.171 Palavras (5 Páginas)  •  344 Visualizações

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Em 27 de novembro de 1910, o ministro Marques de Leão exigiu que os marinheiros dos navios antes revoltosos (anistiados) entregassem todas as culatrinhas dos canhões. Se a ideia era a volta à normalidade,2 não havia porque os navios serem desarmados. Era o primeiro sinal de que o Governo não confiava naqueles marinheiros, embora já anistados.

Na imprensa, alguns jornais começam a condenar a fraqueza do Governo e da Marinha ao concederem a Anistia aos revoltosos. Alguns oficiais de alta patente davam declarações públicas no mesmo sentido.

Os marinheiros não sentiam que a normalidade estava sendo restituída. Obedeciam as ordens, mas percebiam o desgosto dos oficiais.

Surgiram boatos, de fontes incertas, de que está sendo planejada uma "segunda revolta", em meio a uma outra forte onda de boatos de que o Exército iria se vingar dos marinheiros que puseram o governo de joelhos.

A Marinha exigiu que o líder João Cândido entregasse 25 nomes de companheiros "inconvenientes à disciplina" para serem expulsos pelo decreto que quebrou a anistia. O clima ficou tenso entre os rebeldes que participaram das mortes dos oficiais e o líder João Cândido.

No dia 2 de dezembro foram expulsos 16 marinheiros: oito marinheiros do Minas Geraes, entre eles o assassino de Batistas das Neves, João José do Nascimento, e oito marinheiros do navio São Paulo.

A 4 de dezembro, quatro marujos foram presos, sob a acusação de conspiração.

As expulsões, as prisões, os boatos, as provocações só fizeram piorar a difícil tarefa da volta à normalidade. Oficiais condenaram na imprensa o perdão dado pelo governo a "matadores de oficiais".2

No dia 9 de dezembro, no navio cruzador Rio Grande do Sul, um dos que não aderiram à Revolta da Chibata, os oficiais mandaram amarrar e por a ferros um marujo no meio do convés. Armaram-se e ficaram de prontidão no passadiço (corredor suspenso), em traje de gala, como nos dias em que ocorria o "espetáculo da chibata". À noite, com os marinheiros desesperados com os boatos, com o companheiro amarrado e a possibilidade da volta da chibata, a luz acabou totalmente no navio, e eclodiu um princípio de motim, onde morreram um oficial e um marinheiro, mas que, por não ter um motivo concreto, logo se dissipou. Não havia no navio nenhum marinheiro que quisesse tirar o comando do capitão Pedro Max de Frontin, que controlou o arremedo de motim, mas não conseguiu evitar as duas mortes.

Ainda no dia 9 de dezembro, os comandantes oficiais da Marinha, já com o comando restituído dos navios anistiados, resolvem abandonar os marinheiros sozinhos. Os marinheiros pedem que fiquem, mas eles acabarão deixando os navios na manhãzinha do dia seguinte definitivamente.

No mesmo dia 9, em meio a esta forte onda de boatos, isolados e desorganizados, os fuzileiros navais (soldados com treinamento especial para servir à Marinha) sublevaram-se na ilha das Cobras, sem qualquer exigência e nem qualquer relação com a Revolta da Chibata. A única relação imaginável seria o fato de estarem ali os marinheiros rebeldes que foram presos mesmo anistiados. Na manhã seguinte, por comando do Governo, foram bombardeados os fuzileiros e marinheiros da Ilha das Cobras durante todo o dia seguinte, mesmo após hastearem a bandeira branca. Enquanto o bombardeio se dava no dia 10, o Governo aprovava no Senado Federal o estado de sítio (lei marcial que permite julgamentos sumários, prisões, etc).2 De trezentos revoltosos, sobreviveram pouco mais de uma centena. Vários foram detidos nos calabouços da antiga Fortaleza de São José da Ilha das Cobras.

No Congresso, parlamentares levantaram a possibilidade de esta "segunda revolta" ter sido encomendada, ou no mínimo fomentada pelo Governo Federal (Presidente, Marinha, Exército e simpatizantes no Congresso), pois foi o Governo o maior beneficiado, com o estado de sítio, que não somente lhe permitiu excluir 2.000 marinheiros (eram 2379 os revoltados) e matar um número incerto mas estimado em duas centenas de marinheiros, como também afastar os adversários políticos, que ficaram a favor da Anistia dos marinheiros rebeldes, como o candidato à presidência derrotado, Rui Barbosa, isolando-o em São Paulo.

Apesar de se declarar contra a "segunda revolta", e até mesmo ter atirado (graças a uma culatrinha de canhão que um dos marinheiros havia escondido dos oficiais) contra os fuzileiros, companheiros seus da Marinha, para

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