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Luís Antônio de Assis Brasil e a Metaficção Históriográfica

Por:   •  27/10/2016  •  Artigo  •  1.635 Palavras (7 Páginas)  •  293 Visualizações

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LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL E A METAFICÇÃO HISTORIOGRÁFICA NA LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

SIMONE LIMA DA SILVA

Luiz Antonio de Assis Brasil nasceu em Porto Alegre, no ano de 1945, advogado, violoncelista, doutor em letras, renomado e premiado escritor da literatura brasileira contemporânea.

Forma-se em direito em 1970, em 1975 ingressa como professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, função em que atua até hoje; no mesmo ano inicia a colaborar na imprensa com artigos históricos e literários. Em 1987 lança a obra Os Cães da Província, lhe concedeu o título de Doutor em Letras. Em 2001 lançou a obra Pintor de retratos.

De 1973 a 2012 tem um total de 20 obras publicadas, dentre elas algumas adaptações para o cinema, Concerto Campestre, Videiras de Cristal, com o título “Paixão de Jacobina”, Um Quarto de Légua em Quadro, com o título de “Diário de um novo mundo” e Manhã Transfigurada com o mesmo título. Em 2006 publica Ensaios Íntimos e Imperfeitos, uma coleção de pequenos textos poéticos. Em 2010 segue com sua coluna no jornal Zero Hora de Porto Alegre, e profere conferências na Universidade de Paris Sorbonne e na Universidade de Toronto.

OBJETIVO

Este artigo tem por objetivo a análise da obra Pintor de Retratos, dentro da metaficção historiográfica, a história e a ficção. A metaficção historiográfica vem desmarginalizar o literário por meio de confronto histórico, e vamos observar suas definições e inter-relações.  

A METAFICÇÃO HISTORIOGRÁFICA

No século XIX, a literatura e história eram consideradas como “ramos da mesma árvore do saber”, entretanto veio a separação e tornaram-se disciplinas distintas, então surgiu a possibilidade de escrever sobre a realidade observável, e essa separação se contesta na teoria e na arte pós-moderna.        

A metaficção historiográfica é a união entre história e ficção dentro da literatura pós-moderna, de forma intertextual é desenvolvido o texto. Há uma problematização do próprio conhecimento histórico.  

O Romance pós-moderno é um confronto de paradoxos ficção/história, particular/geral e do presente/passado, pois não desintegra nenhum dos lados, é explorado os dois. Procura desmarginalizar o literário por meio de confronto histórico.

a literatura não é um discurso que possa ou deva ser falso (...) é um    discurso que, precisamente, não pode ser submetido ao teste da verdade; ela não é verdadeira nem falsa, e não faz sentido levantar esta questão: é isso que define seu próprio status de “ficção” .

                                                                                    (Todorov 1981a, 18)

        A metaficção historiográfica sugere que verdade e mentira, não devem ser termos adequados para discutir a ficção, se trata da reescrita do passado, a desconstrução para reconstruir, de uma maneira inovadora, dentro de um novo contexto, um novo conceito. Ela se aproveita das verdades e mentiras do registro histórico.

        “ A oposição binária entre a ficção e o fato já não é relevante: em qualquer sistema diferencial, o que importa é a afirmação do espaço entre as entidades”.

                                                Paul de Man

        Diante a desta afirmação verificamos dentro da metaficção historiográfica que a verdade e mentira, são questões irrelevantes, inquestionáveis dentro do Romance ficcional, pois nenhuma verdade pode ser tomada como absoluta dentro na metaficção.

        Tanto a ficção quanto a história são sistemas culturais de signos, construções ideológicas que inclui sua aparência de autônomas e autossuficientes.

Tem uma particularidade especial com relação aos protagonistas são excêntricos, os marginalizados, as figuras periféricas da história ficcional, protagonistas que vivem em conflitos do homem contemporâneo. Os personagens históricos têm papéis secundários. Fora a linguagem e objetivos satíricos de algumas obras em nome da crítica social.

        A metaficção historiográfica é subjetiva, paradoxal e intrigante, deixando o leitor na dúvida com relação a ficção e fato histórico. Esta é a intenção descontruir para construir o novo o contraditório, o inovador, isso é pós- moderno.

ANÁLISE DA OBRA PINTOR DE RETRATOS

        

        A obra o Pintor de retratos é uma viagem histórica, ao período onde inicia-se a arte fotográfica e uma viagem do homem procurando sua identidade, tanto profissional quanto pessoal.

        A obra tem Sandro Lanari, como o personagem principal, um pintor de retratos nascido na Itália. Sendo o fotógrafo, caricaturista e Jornalista Francês Felix Nadar, figura histórica desempenha um papel secundário na obra, esta questão é uma das características da metaficção historiográfica.

        Além disso o fato histórico confunde-se com a ficção, pois Félix Nadar realmente existiu, seria esta realmente uma história falsa. São essas questões contraditórias e subjetivas que fazem da metaficção historiográfica, uma arte pós-moderna presente na literatura contemporânea.

        Sandro Lanari em busca de sua identidade como artista/retratista, vai à França buscando aperfeiçoar sua arte, porém depara-se com a fotografia, com o impressionismo que rejeita a pintura retratista. Lanari encontra Nadar, é fotografado pelo mesmo, porém não gosta do resultado. Com relação a seu retrato, Sandro Lanari Conclui:

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