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Resenha A propósito da Análise Automática do Discurso

Por:   •  10/10/2023  •  Resenha  •  2.277 Palavras (10 Páginas)  •  87 Visualizações

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PÊCHEUX, Michel ; FUCHS, Catherine. A propósito da Análise Automática do Discurso: Atualizações e Perspectivas (1975). In: HAK, Tony; GADET, Françoise. (orgs.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à Obra de Michel Pêchex. Campinas: Editora da UNICAMP, 1990. págs. 163-252

• Introdução (p.163-164)

No artigo de 1975, o autor aponta que as publicações sobre a AAD necessitam de reformulações tanto no nível teórico quanto nas aplicações, visando eliminar certas ambiguidades, retificar alguns erros, constatar certas dificuldades não resolvidas nesses níveis e ao mesmo tempo mostra a necessidade de indicar bases para novas reformulações das reflexões sobre a linguística e a teoria do discurso (aqui parece que autor separa a AAD e Linguística e ainda diz indispensável a presença de uma linguista, no caso Catherine Fuchs).

Para a primeira parte, o autor apresenta o quadro epistemológico do artigo em três regiões (como ele se refere as áreas):

1. O Materialismo histórico (teoria das formações sociais e suas transformações, compreendida como a teoria das ideologias);

2. A Linguística (teoria dos mecanismos sintáticos e dos processos de enunciação);

3. A Teoria do discurso (teoria da determinação histórica dos processos semânticos).

O autor, ainda, observa que essas 3 regiões são atravessadas e articuladas por uma teoria da subjetividade (natureza psicanalítica). Ele ressalta que esta teoria levará a um ponto central do estudo, isto é, ao efeito leitor como constitutivo da subjetividade e para esse efeito se realizar é necessário que as condições de existência dele estejam dissimuladas para o próprio sujeito e o estudo levará em conta que este esquecimento pertence ao domínio linguístico ou melhor em relação ao não ou pré-linguístico.

Já a segunda parte, o autor propõe uma discussão dos diferentes aspectos criticados na primeira parte, a fim de reduzir a distância entre a análise de discurso da teoria do discurso. Ele tenta preparar as condições para uma revolução de que todos sentem necessidade, mas cuja a forma é impossível prever “não se destrói senão o que se substitui” (AAD visando destruir a análise de conteúdo), isto é, a responsabilidade teórica impõe que se prepare o terreno para essa substituição-deslocamento que eles evocam por meio da palavra “revolução”.

I – Formação social, língua e discurso (p.164-179)

1. Formação social, ideologia, discurso (164-171)

O Materialismo histórico (teoria das formações sociais e suas transformações, compreendida como a teoria das ideologias):

O autor organiza as 3 regiões mencionadas (Materialismo histórico, Linguística e Teoria do Discurso) e observa que no campo universitário isso se torna difícil, devido à balcanização do conhecimento e um mascaramento do materialismo histórico, pois muitas vezes se transforma em “sociologia” (somente o estudo da sociedade) e a teoria do discurso à um “aspecto social da linguagem” e até para os pesquisadores marxistas, pois permanecem “cegos” a certos aspectos e acreditam encontrar aí meros “instrumentos” para suas práticas. Ele coloca que a articulação proposta não escapa a esses riscos, e aponta que a região da ideologia deve ser caracterizada por uma materialidade específica “(...) chamar de interpelações, ou o assujeitamento do sujeito (...)”[pág.165-166].

Em seguida o autor fala de formação ideológica “(...) suscetível de intervir... a posições de classes em conflito umas com as outras.” ´´[pág.166]. Nesta direção Pêcheux traz a questão entre ideologia e discurso e afirma que seria impossível identificar ideologia e discurso, mas que se deve conceber o discursivo como um dos aspectos da materialidade ideológica. “Dito de (...) [final da página 166]

(TRAZER UM EXEMPLO DA IDEOLOGIA DO GOVERNO BOLSONARO)

A ideologia confronta os indivíduos como sujeitos por meio de formações ideológicas que desempenham em meio de um conjunto (fases históricas, lutas de classes) para as relações de produção, pois as formações discursivas intervêm nas formações ideológicas. Ex.: da formação discursiva religiosa (pág. 167)

As formações discursivas existem no interior de determinada relação de classe e podem fornecer elementos que se integram em novas formações discursivas no interior de novas relações ideológicas que colocam em jogo novas formações ideológicas... Em seguida o autor levanta algumas questões (pág. 168).

A exterioridade relativa de uma formação ideológica em relação a formação discursiva está no interior do discursivo (a defasagem que reflete esta exterioridade), isto é, a defasagem: a “matéria prima” se esvanecesse aos olhos do sujeito falante (esquecimento 1) inerente a prática subjetiva ligada à linguagem (seria a psicanálise). Faz sentido para um sujeito, mas se apaga aos olhos do sujeito. O autor fala da paráfrase (maneira diferente de dizer o que foi dito) [NÃO ENTENDI MUITO]. Mais a frente o autor afirma que “(...) o sentido ... ter vários sentidos. (...)”[pág.169]. Toda sequencia pertence a uma formação discursiva para que seja “dotada de sentido”, daí ele fala de “fonte de sentido”, “um sentido universal preexistente” (e fala que isso explica o eterno par “individualidade/universalidade” característico da ilusão discursiva do sujeito). Fala, em seguida, da concepção chomskiana e pós-chomskiana da Semântica Universal e reforça o porquê a AAD exclui a ideia da análise semântica de um texto (ACREDITO PQ NECESSITA DE UMA SEQUENCIA DISCURSIVA E NÃO UM SÓ TEXTO). Ele propõe observar a análise linguística de uma sequencia discursiva e depois o tratamento automático de um conjunto de objetos obtidos por meio desta análise (AINDA É FEITO ASSIM HOJE EM DIA? SENÃO COMO É FEITO?)

Ele entende como processo discursivo as relações de paráfrase (matriz do sentido inerente a formação discursiva) e o procedimento da AAD (esboço de uma análise não-subjetiva dos efeitos de sentidos que atravessam a ilusão do efeito-sujeito=produção/leitura). Famílias parafrásticas ou domínios semânticos não correspondem a uma proposição lógica, não é o efeito de uma inadequação acidental, mas sim da distância entre proposição lógica e processo discursivo.

A conclusão desta parte é que os processos discursivos não poderiam ter origem no sujeito, mas se realizam nele. Assim essa aparente contradição

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