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Resenha da Obra Teoria Literária, de Roberto Acízelo de Souza

Por:   •  22/10/2019  •  Resenha  •  1.033 Palavras (5 Páginas)  •  650 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS – CESC

DEPARTAMENTO DE LERAS

CURSO: LETRAS PORTUGUÊS/INGLÊS

DISCIPLINA: TEORIA LITERÁRIA

PROF: EMANOEL CESAR PIRES DE ASSIS

 

 

RESENHA CRÍTICA

Roberto Acízelo de Souza, professor titular de Literatura Brasileira na UERJ, graduou-se em Inglês na Universidade Santa Úrsula, em Português-Literaturas na UERJ e em Ciências Jurídicas e Sociais na UFRJ; fez mestrado e doutorado em Teoria da Literatura na UFRJ, e estudos de pós-doutorado em Literatura Brasileira na USP.  É um dos mais respeitados acadêmicos do país nas áreas de Teoria da Literatura e Literatura Brasileira.

De forma análoga e acessível, o autor introduz seu trabalho mostrando até que ponto as mudanças são necessárias, sobretudo quando o assunto é literatura e seus respectivos estudos. Com o passar do tempo, o que era tido como origem e modelo gerador de determinado objeto, flexionou-se às transformações que, embora resultassem nesse objeto, perdeu parte de sua essência. Visando compreender esse “declínio”, é feito um apanhado histórico que se estende da antiguidade à modernidade.

No que tange o desenvolvimento intelectual, é de praxe associá-lo ao ato crítico, e, ainda, rememorar a Grécia antiga. No entanto, na era clássica, os saberes eram rigorosamente sistematizados, abrangendo as seguintes áreas: gramática, retórica, poética e a filologia. A crítica, nessa época, não tinha seu espaço autônomo de manifestação, tampouco como disciplina, e restringia-se a verificações superficiais quanto a fidedignidade das reproduções escritas, sendo seu auge o julgamento dos méritos da obra

A situação da criticidade é redimensionada a partir da reforma protestante, na qual Martinho Lutero faz a interpretação de textos bíblicos, algo considerado intangível pela sociedade vigente. Desse modo, já que até mesmo a Bíblia tinha esse caráter interpretativo e sujeito a críticas, muito se pensou acerca do cânone clássico e daquilo que poderia ser dito sobre o mesmo. Nesse contexto, a crítica define-se como a plena liberdade para questionar e fazer considerações sobre as obras eruditas e até mesmo permear objetos variados, tais como a religião, o conhecimento, a história, o gosto e a moral. Com a ascensão da burguesia e a chegada do Iluminismo, a eminência crítica se acentua. Posteriormente, mais precisamente no início do século XIX, já se ouve falar em “crítica literária” e, com isso, há uma retomada do anseio primordial de tornar a crítica uma ciência, e para tanto é sugerido que a mesma fosse fundamentada com base na psicologia e na sociologia. A outra vertente dessa ascensão foi: transformar a crítica em comentários desprendidos de conceitos pré-existentes, valorizando, assim, o subjetivismo. Tal proposta teve seu lugar de manifestação nos rodapés dos jornais. Mesmo com todo esse avanço, a consolidação da crítica como disciplina acadêmica não foi alcançada.

Passou-se, então, a dar-se atenção às histórias literárias nacionais, mapeando seus traços pertinentes. O primeiro, dizia respeito à pretensão de objetividade e alheamento aos valores estéticos, enquanto que o segundo, intrinsecamente ligado à historicidade, objetivava explicar os produtos poéticos a partir da periodização de uma diacronia. Dessa forma, confrontava mais uma vez a tradição antiga, pois essa análise conforme o período e uma determinada região, era propensa a alterações dos modelos clássicos. Já o terceiro traço, dizia respeito à caracterização da história literária como disciplina. A partir disso, houve uma ramificação dessa prática com relação às questões nacionais, concretizando uma quebra de protocolo, já que, outrora, isso não ocorria. A exemplo disso, a retórica que era tida como universal em sua disseminação e análise, de acordo com o ocorrido supracitado, possibilitou que fossem criadas retóricas nacionais, tais como a alemã e a francesa.

Mais adiante, o autor faz menção à literatura comparada e seus respectivos modelos. O primeiro, tratava a literatura comparada como uma ramificação da história literária, e sugeria a comparação de tradições literárias nacionais. O segundo modelo, por sua vez, formulado por René Wellek, vinha de encontro ao primeiro, pois, o tinha como mecanicista e retrógrado, uma vez que limitava os métodos e os temas. O cerne desses dois modelos era diluir a literatura comparada em história da literatura nacional e teoria da literatura, no entanto, devido um enraizamento e fidelidade às origens historicistas, não foi possível no momento. O que houve, afinal, foi a diluição da literatura comparada em estudos culturais.

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